Na tribuna da Câmara, a deputada federal Júlia Zanatta relatou aos colegas parlamentares a visita que fez às presas políticas que se encontram no presídio feminino conhecido como Colmeia, no Distrito Federal. A deputada disse: “Foi de cortar o coração ver que muitas contam suas histórias e não estão sendo ouvidas”.
Zanatta afirmou: “Fomos fazer esta visita porque não compactuamos com injustiças. Recebemos pedido das famílias e, entre as mulheres detidas de todo o País, estão 55 catarinenses. Estou trabalhando para que haja a análise individualizada dos casos e o cumprimento do devido processo legal e dos direitos humanos. Será que existe seletividade para serem aplicados os direitos humanos ? Onde estão os defensores dos direitos humanos desta Casa, que não estão vendo ilegalidades, injustiças?”.
A deputada lembrou que criminosas condenadas foram libertadas para ter mais espaço para as presas políticas, apontou absurdos como a prisão de idosas inocentes, e fez um apelo aos deputados para que assinem com urgência o pedido de CPMI. Zanatta disse: “Nós queremos apenas o estrito cumprimento da lei para que culpados sejam responsabilizados e a inocentes seja dada a liberdade. Por isso, eu já assinei a CPMI do dia 8 de janeiro e convido a todos desta Casa: todo mundo quer saber o que aconteceu no dia 8 de janeiro, seja Direita ou Esquerda”.
No contexto atual do Brasil, muitas pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, e exposição indevida de dados, entre outras.
No chamado ‘inquérito do fim do mundo’, e nos inquéritos dele decorrentes, já houve: prisões políticas sem que houvesse sequer indiciamento das pessoas presas; imposição de uso de tornozeleira eletrônica e ‘prisão domiciliar’ em endereço diferente de onde as pessoas moravam; quebra de sigilo de parlamentares, inclusive de um senador; quebra de sigilos de pessoas e empresas, inclusive de veículos de imprensa; quebra de sigilos do ajudante de ordens do presidente da República; censura de veículos de imprensa e de parlamentares; bloqueio de redes sociais de jornalistas, veículos de imprensa e parlamentares; buscas e apreensões em empresas, residências, residências de familiares, e gabinetes de parlamentares; proibição de contato entre pessoas, que muitas vezes, nem se conhecem; proibição a parlamentares de concederem entrevistas; intervenções no comando de partido político; prisões em massa; entre outras.
A totalidade da renda da Folha Política, assim como de outros canais e sites conservadores, está sendo confiscada a mando do ex-corregedor do TSE, Luís Felipe Salomão, com o apoio e aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. O inquérito administrativo já se arrasta há mais de um ano e meio, chegando ao seu terceiro relator, o ministro Benedito Gonçalves, que, dia após dia, mantém vigente a ordem que retira o sustento de famílias e empresas. Há mais de 19 meses, todos os rendimentos do jornal estão sendo retidos sem justificativa jurídica. Se você apoia o trabalho da Folha Política e pode nos ajudar a continuar nosso trabalho, doe qualquer valor através do Pix, usando o QR Code que está visível na tela, ou com o código ajude@folhapolitica.org
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