quarta-feira, 29 de março de 2023

Moro rebate ataques de Gilmar Mendes, do STF: ‘se não tem humanidade, que pelo menos não se profiram ofensas e inverdades’


Em pronunciamento na tribuna, o senador Sérgio Moro comentou a ‘fake news’ difundida por Lula, assim como outros ataques proferidos contra ele após a operação que desbaratou uma quadrilha que ameaçava agentes públicos. O senador elogiou a coragem da juíza federal que prosseguiu com a investigação embora o ministério público federal tenha apontado que não haveria crime por parte da facção. 

O senador listou alguns dos ataques que sofreu, vindos de figuras como Lula e Gilmar Mendes. Moro disse: “Quero aqui também – e este já é um assunto um pouco mais desagradável –, lamentar os ataques que tenho recebido, verbais, desde esse episódio, que vão desde a disseminação de fake news a respeito do episódio, sejam afirmações de que teria sido uma armação, sejam afirmações de que eu não seria alvo desse plano de sequestro e, às vezes, até de ofensas de outra natureza”. 

O senador lamentou a quebra de decoro por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal, dizendo: “Ontem mesmo, Presidente, hoje mesmo, eu vi uma manifestação do Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ofensiva à minha pessoa, uma entrevista que ele proferiu dizendo inverdades e uma avaliação, uma opinião, extremamente negativa”. Ele comparou com a quebra de decoro observada na Câmara contra o deputado Nikolas Ferreira, dizendo: “Acho que nós tivemos ontem, aqui nesta Casa, na Câmara, um exemplo de indecoro parlamentar, uma ofensa que foi exarada ao Deputado Nikolas, lá na Câmara, e nós temos que lamentar esses episódios, mas também peço aqui decoro judicial. Se não é para prestar solidariedade a um Senador e à sua família, ameaçada por um plano do crime organizado, se não se tem essa humanidade de prestar essa solidariedade, que pelo menos não se profiram ofensas, essas inverdades, em relação à minha pessoa”.

Moro relatou que participou de um encontro com líderes internacionais e afirmou: “Infelizmente, nós temos visto uma sombra se estendendo pela América Latina, na qual esse populismo tem se aprofundado, com consequências deletérias para a população”. O senador mencionou os casos da Argentina e da Bolívia, países em franca decadência após a ascensão da extrema-esquerda. Ele disse: “Todo um retrato da deterioração econômica provocada pelo populismo; populismo, muitas vezes, caracterizado pela irresponsabilidade fiscal, pela utilização de desinformação e pelo ataque aos adversários. Infelizmente, nós temos visto isso também aqui no Brasil, não só nos demais países da América Latina, mas também aqui no Brasil”. 

No contexto atual do Brasil, muitas pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, e exposição indevida de dados, entre outras. Para esses “sub-cidadãos”, não há direitos humanos, garantias fundamentais ou devido processo legal. 

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