Em pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Nikolas Ferreira comemorou a queda do general Gonçalves Dias, nomeado por Lula para o Gabinete de Segurança Institucional. O pedido de demissão do ministro-chefe do GSI ocorreu em meio à divulgação de vídeos das câmeras de segurança do Palácio do Planalto, as quais evidenciaram uma postura suspeita do militar, que interagiu com manifestantes e aparentou se conduzir de maneira amistosa. Parlamentares destacaram que o general chegou a oferecer água a supostos vândalos e que membros do GSI cruzaram por mascarados sem qualquer reação, além de abrirem as portas para supostos manifestantes.
Nikolas Ferreira pontuou: “O lado esquerdo deste plenário está quietinho, está silencioso, não está presente aqui nesta Casa. O que aconteceu, pessoal de esquerda? Por que o seu líder Lula está caladinho? Eu recebi aqui agora a notícia de que o Ministro do Lula, General Gonçalves Dias, pediu para sair. Geralmente, o general que pede para sair. Mas agora o chefe mandou o general sair, porque não aguentou. Arregou. Iria vir aqui à Comissão de Segurança Pública, mas apresentou, meteu um atestadinho médico, falando que não poderia vir. O que aconteceu, Ministro? V.Exa. teve um piriri, para não poder vir aqui esclarecer as coisas?”.
Dessa forma, Nikolas mandou um recado para o general Gonçalves Dias: “Agora, ele pede demissão por livre e espontânea obrigação, por pressão. Mas o que o Ministro está tentando esconder agora? Não ache, Ex-Ministro, que você se irá de eximir de vir até à CPMI esclarecer o que aconteceu. Porque o Ex-Ministro Anderson Torres está preso, perdeu mais de 12 quilos. Ele estava nos Estados Unidos, e foi colocado como responsável pelos atos do dia 8. E o Ministro General do Lula estava dentro do Planalto, segundo as imagens que foram divulgadas hoje. E ele não vai ser responsabilizado. Então, parabéns por ter pedido demissão. Mas agora tem que vir a prisão também, e, inclusive, a perda de seu passaporte. Porque pau que dá em Chico tem que dar em Francisco também”.
O deputado também parabenizou a oposição por ter, finalmente, começado a agir, obstruindo as votações até que a CPMI seja instalada. Nikolas afirmou: “quero parabenizar a Oposição desta Casa, que hoje deu um show de obstrução, em resposta à falta de palavra do Presidente do Senado — lamento. Porque uma coisa que aprendi aqui em pouco tempo de política — sou novo, tenho que aprender muito com os colegas experientes —, é que palavra, na política, e não só na política, mas na vida, palavra tem que ser algo que tem que ser cumprido. E, infelizmente, o Presidente do Senado desrespeitou os Deputados com quem firmou um compromisso, mas também com todo o nosso Brasil. E eu pergunto: estão com medo de quê? Por que o chefe de vocês, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, colocou sigilo nas câmeras?”
O deputado pediu também as imagens do Supremo Tribunal Federal, questionando por que os que se dizem vítimas estão escondendo os elementos que podem ser utilizados para esclarecer os fatos. Nikolas voltou a dirigir-se ao general G. Dias, dizendo: “E uma outra coisa, general - um general não age sozinho. Ele responde a duas pessoas: ao presidente da República e à bandeira do Brasil. A bandeira do Brasil não dá ordens. Só resta um. Então, saiba que a CPMI hoje ganhou muita força, inclusive com mais assinaturas, porque a ânsia não é só dos deputados, não, é uma ânsia, também, da população brasileira saber a verdade”. O deputado explicou o que as provas já existentes indicam: “uma tentativa de autogolpe do governo Lula para poder levantar o autoritarismo contra seus opositores”.
Até o momento, o general G. Dias não foi preso, não teve seu passaporte apreendido, nem suas contas bloqueadas, nem seus bens ou sua renda apreendidos. Essas “medidas cautelares” são reservadas a conservadores, que podem sofrer qualquer uma, ou várias, delas sem qualquer indício de crime, sem direito à defesa, nem acesso ao devido processo legal. Quando aplicadas a conservadores, as “medidas cautelares” podem perdurar pelo tempo que desejar o senhor ministro que determina sua aplicação, ainda que as pessoas não tenham foro privilegiado e não estejam, portanto, sujeitas à jurisdição das cortes superiores.
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