terça-feira, 27 de junho de 2023

Coronel Naime alfineta interventor de Flávio Dino na CPMI e Marco Feliciano detona injustiças de Moraes, do STF


Ao questionar o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal em sessão da CPMI do 8 de janeiro, o deputado federal Marco Feliciano iniciou apontando que pessoas como o coronel Jorge Eduardo Naime estão sofrendo punições impróprias, enquanto pessoas cuja responsabilidade é visível estão sendo protegidas. 

O deputado disse: “É uma pena que o senhor hoje esteja preso, e o Coronel G. Dias, por exemplo, esteja solto, pois contra o senhor não existem provas concretas de que retardou a operação, de que prevaricou para que os manifestantes pudessem atuar com tal vandalismo, mas já contra o ex-Chefe do GSI essas provas parecem ser cristalinas. Elas existem, foram divulgadas amplamente pela televisão, elas são espalhafatosas”. 

O deputado apontou que há “pessoas impiedosas prejudicando gente que nunca cometeu malfeito”. Ele lembrou que, enquanto há evidências da nítida omissão do governo federal, a responsabilidade está sendo direcionada a pessoas como o coronel. O deputado lembrou que o coronel não participou do planejamento para conter os ataques do 8 de janeiro, porque estava de licença. Feliciano questionou: “Ora, se não participou pra que tal planejamento fosse ou acontecesse, por que o senhor está preso?”. O deputado disse: “Não há prova suficiente da sua autoria ou coautoria, o senhor não concorreu pra que nenhuma infração penal fosse ocorrida”.

Marco Feliciano expôs que o coronel, estando de licença, acorreu ao local para ajudar a controlar as invasões, enquanto os agentes que estavam encarregados das ações, tendo informações prévias sobre as invasões, nada fizeram. O deputado disse: “A injustiça ocorre pelo fato de que quem deveria estar preso, não está; e quem deveria, está solto”.  

Ao responder, o coronel derrubou a narrativa de omissão e “alfinetou” o interventor nomeado pelo governo federal. Ele disse: “se fosse pra retardar a tropa, se fosse pra dar fuga, eu podia simplesmente ter desligado o meu celular, não ter atendido ninguém e ter ficado em casa”. Ele lembrou que também poderia ter pedido socorro médico e ido embora, mas ficou. Naime disse: “Causa-me estranheza eu ser acusado de retardar a tropa pelo interventor, uma vez que eu nunca estive em nenhuma linha sozinho com ele. Todas as vezes em que o interventor esteve comigo em linhas, tinha superiores hierárquicos meus com ele, tanto o Comandante-Geral como o Subcomandante-Geral. Então, se eu estivesse fazendo um ato desse de retardar a tropa, tanto o Comandante-Geral como o Subcomandante-Geral deveriam ter me dado voz de prisão imediatamente, o que não fizeram, o que comprova que profissionais, com experiência em segurança pública com mais de 30 anos, não perceberam, em momento algum, que eu estava atrasando tropa. E a gente não entende de onde o senhor interventor, com a experiência que ele tem dentro do mundo jornalístico, sem nunca ter operado em segurança pública, tirou que eu estava dolosamente atrasando tropas”.

Após mostrar que o coronel não havia se omitido, o deputado questionou se o depoente se sentia injustiçado. Ele perguntou: “O senhor se sente como o bode expiatório do que aconteceu no dia 8 de janeiro?”. Ao responder, o coronel fez um triste relato da situação jurídica no Brasil: “Eu sou instrutor de vários cursos na polícia, eu não sei como eu entro hoje num curso e ensino para o aluno o que é dever funcional, o que é senso militar, o que é respeito, o que é hierarquia, o que é disciplina. Eu, simplesmente, com a injustiça que eu sofri, não tenho mais como falar para um aluno levantar uma espada e dizer para proteger a sociedade mesmo com o risco da própria vida, porque ele vai acabar sendo preso”.

A Constituição Brasileira, em seu primeiro artigo, afirma que os fundamentos da República são: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo político. No entanto, para um grupo de pessoas, no qual o coronel foi incluído, esses fundamentos parecem ser relativizados. 

A Folha Política já foi alvo de inquéritos do ministro Alexandre de Moraes, sofreu busca e apreensão de todos os seus equipamentos, e teve seus sigilos quebrados. Os inquéritos se baseiam em depoimentos de pessoas suspeitas, além de “relatórios” e “reportagens” que são tomados como verdadeiros, embora produzidos pela concorrência e sem qualquer compromisso com fatos. 

Com base no mesmo tipo de informação produzida por fontes suspeitas, o ex-corregedor do TSE, Luís Felipe Salomão, mandou confiscar toda a renda do jornal, com o apoio e elogios dos ministros do STF Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Há mais de 23 meses, todos os rendimentos de jornais, sites e canais conservadores estão sendo retidos sem base legal. 

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