terça-feira, 13 de junho de 2023

Senador Girão escancara estratégia para impedir investigação na CPMI: ‘O golpe tá aí! O governo se pela de medo e quer tirar o direito nosso de investigar’


Durante votação de requerimento do governo para rejeitar praticamente todos os requerimentos feitos pela oposição na CPMI do dia 8 de janeiro, o senador Eduardo Girão mostrou que o governo está utilizando toda a sua força para impedir uma real investigação. O senador apontou: “chegamos na cereja do bolo desse dia emblemático, simbólico, aqui desta CPMI. E o golpe tá aí. Tá exatamente nessa votação. Deixando claro que nós votamos a favor de tudo o que foi colocado aqui, simplesmente tudo. Agora, eu não entendo por que o governo se pela de medo e quer tirar o direito nosso de investigar. A população quer a verdade!”.

O senador deu exemplos dos requerimentos que o governo quer rejeitar, como o pedido de documentos sobre a demissão de militares, o pedido de imagens do ministério de Justiça, e a lista de pessoas que se conectaram ao wifi do palácio do Planalto. Girão disse: “essa CPMI vai escancarar uma proteção, uma blindagem ao governo Lula. E a última, só para concluir, e mostrando a força do governo, realmente tem que reconhecer. Uma força poderosa do governo Lula, que veio invadir essa CPMI para blindar”. 

O senador Girão questionou: “Por que que não se quer mostrar o que é que aconteceu no dia 8? Nós estamos aqui para investigar ou não os atos absurdos que aconteceram no Brasil, especialmente no dia 8?”. Ele alertou: “vai virar um teatro”. 

A estratégia de votar com a esquerda para afetar superioridade moral já foi testada na CPI da Pandemia e se mostrou temerária, posto que profundamente danosa para cidadãos que são convocados e escrachados ao arbítrio das lideranças governistas, havendo ou não qualquer indício de participação em alguma atividade ilícita. A estratégia costuma resultar em intensa perseguição política a conservadores, sem maior resistência por parte dos que deveriam representá-los.

Com a “tomada” da CPMI pelo governo, a Comissão se encaminha para repetir a CPI da Pandemia, também conhecida como “CPI do Circo”, que serviu principalmente para a perseguição política. Enquanto se recusou a investigar indícios de corrupção com os recursos enviados pelo governo federal para os estados e municípios, a CPI não poupou esforços em humilhar pessoas e empresas que manifestaram apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de quebrar sigilos sem qualquer fundamentação, vazar dados sigilosos para a imprensa e ameaçar pessoas de prisão. 

O procedimento é o mesmo observado em inquéritos conduzidos em cortes superiores: matérias da velha imprensa atribuem um “rótulo” ou “marca” a um grupo de pessoas, e isso é tido como suficiente para quebras de sigilos, interrogatórios, buscas e apreensões, prisões e confiscos. Após promover uma devassa nas pessoas e empresas, no que é conhecido como “fishing expedition”, os dados são vazados para a velha imprensa, que então promove um assassi* de reputações que dá causa a novas medidas abusivas.  Conforme vários senadores já notaram, os procedimentos são, comumente, dirigidos aos veículos de imprensa independentes, em evidente tentativa de eliminar a concorrência, controlar a informação e manipular a população brasileira. 

Em um inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral, seguindo esse tipo de procedimento, o ministro Luís Felipe Salomão ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, inclusive a Folha Política. A decisão recebeu elogios dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin.

A decisão não discrimina os conteúdos e atinge a totalidade da renda dos sites, com o objetivo de levar ao fechamento dos veículos por impossibilidade de gerar renda. Há mais de 23 meses, todos os nossos rendimentos são retidos sem qualquer base legal. 

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