A advogada Valquíria Durães, que atua na defesa das pessoas que foram presas em massa a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, participou da audiência pública promovida no Senado Federal sobre as violações de direitos cometidas pelo ministro contra os presos políticos.
A advogada reagiu à fala do representante da Associação Brasileira de Imprensa, que repetiu as narrativas do governo federal, ignorando tudo o que foi dito e apresentado durante a audiência. Ela disse ao público: “a diferença nossa e da esquerda é porque nós sabemos respeitar o que a esquerda faz. E a esquerda nunca vai respeitar aquilo que somos. Nós somos, sim, superiores a eles. Porque nós lutamos pela liberdade. Se hoje ele tem a liberdade de falar o que ele disse, é porque a direita plantou isso, que a esquerda quer tirar de nós, mas não vai conseguir”.
Durães fez um apelo pelas famílias dos perseguidos políticos, que têm suas liberdades e patrimônios restringidos, explicando que há muitos em situação desesperadora, sem possibilidade de trabalhar devido às restrições da tornozeleira eletrônica, chegando a passar fome e “comer comida do lixo”. Ela relatou o caso de um cidadão que não conseguia carregar a tornozeleira por não ter como pagar a conta de luz, e de vários cidadãos que estão passando fome.
A advogada lembrou que muitos cidadãos e parlamentares pediram ajuda para o ex-presidente Jair Bolsonaro, e pediu que façam um esforço semelhante para ajudar financeiramente as famílias afetadas pela perseguição política. Ela disse: “venho pedir a todos os parlamentares que pediram ajuda.. que também vão às redes sociais pedir ajuda para os nossos patriotas. Nossos patriotas que estão de tornozeleira, e as famílias desses patriotas precisam de ajuda financeira”. Ela também pediu a empresários que ofereçam trabalho para os patriotas. Valquíria Durães lembrou ainda que há cidadãos no exílio e pediu ajuda por eles.
Durães pediu união e disse: “os ruins estão ocupando os lugares que nós, como boas pessoas, deixamos de ocupar”.
No contexto atual do Brasil, muitas pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, e exposição indevida de dados, entre outras.
No chamado ‘inquérito do fim do mundo’, e nos inquéritos dele decorrentes, já houve: prisões políticas sem que houvesse sequer indiciamento das pessoas presas; imposição de uso de tornozeleira eletrônica e ‘prisão domiciliar’ em endereço diferente de onde as pessoas moravam; quebra de sigilo de parlamentares, inclusive de um senador; quebra de sigilos de pessoas e empresas, inclusive de veículos de imprensa; quebra de sigilos do ajudante de ordens do presidente da República; censura de veículos de imprensa e de parlamentares; bloqueio de redes sociais de jornalistas, veículos de imprensa e parlamentares; buscas e apreensões em empresas, residências, residências de familiares, e gabinetes de parlamentares; proibição de contato entre pessoas, que muitas vezes, nem se conhecem; proibição a parlamentares de concederem entrevistas; intervenções no comando de partido político; prisões em massa; confisco de propriedades e renda; entre outras.
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