Durante a sessão do plenário da Câmara, ocorreu um tumulto após o deputado Abílio Brunini responder à deputada Gleisi Hoffmann, que comemorou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de declarar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível e manifestou seu desejo de ver parlamentares cassados.
O deputado Abílio Brunini respondeu às alegações da presidente do PT de que a esquerda respeitaria a democracia, apontando a incoerência entre o discurso e a prática. Brunini disse: “quero dizer para a Deputada branca, rica e loira, Líder do PT, que está comemorando a inelegibilidade de Bolsonaro, que é muita bobagem mesmo, é muita bobagem. Mal sabe ela o que estão fazendo. O PT e companhia, sua trupe, estiveram reunidos no Foro de São Paulo, onde eles se orgulham de se dizer comunistas, quando 82 milhões de pessoas morreram com o comunismo, onde eles falam que a democracia é relativa, e é lógico que é relativa para eles, porque esse tipo de ditadura que eles estão impondo no Brasil eles querem chamar de democracia. Mas não é, não é. Não existe censura na democracia, não existe perseguição política na democracia, não existe aparelhamento do Estado para perseguir os seus adversários políticos, não existe. É malandragem o que estão fazendo. Isso não é democracia”.
O deputado Lindbergh Farias, então, reiterou a comemoração da inelegibilidade e enfatizou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ainda tem muitos inquéritos contra Bolsonaro e outros cidadãos.
O deputado Abílio Brunini retrucou: “Não sei se isso é verdade, mas vir ao plenário comentar uma decisão de juiz que ainda nem aconteceu, parece que o Lindinho e a amante já sabem o resultado da votação antes mesmo dos Ministros e dos juízes proclamarem o resultado de uma decisão judicial”. O deputado disse: “Eu só quero dizer para o Lindinho e para a amante, Sr. Presidente, ambos brancos e héteros, que estão na liderança do PT, que eles podem ficar atento que não é só Bolsonaro que há na Direita não. Há muitos outros Parlamentares e outros representantes”.
A fala do deputado Brunini enfureceu o deputado Lindbergh, que o ameaçou com processo na Comissão de Ética. Lindbergh disse: “Você tenha respeito, seu desqualificado. O senhor é um desqualificado, o senhor tenha respeito. Eu vou entrar na Comissão de Ética contra o senhor. Respeito ao se dirigir a mim e ao se dirigir à Presidente do partido Gleisi Hoffmann. Respeito! Vou entrar na Comissão de Ética contra o senhor. Desqualificado!”
No contexto atual do Brasil, muitas pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, e exposição indevida de dados, entre outras.
Sem justificativa jurídica, o ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, decidiu confiscar a renda de sites e canais conservadores, para destruir empresas privadas das quais discorda. O inquérito administrativo já está no terceiro relator, tendo passado pelas mãos de Mauro Campbell Marques, e agora se encontra sob a responsabilidade do corregedor Benedito Gonçalves, que impôs novas restrições aos canais a pedido da coligação de esquerda que disputou a eleição. A decisão, que incluiu a Folha Política, confisca todos os rendimentos do jornal, e teve o apoio e aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. “Marcar” pessoas e fechar empresas por motivações políticas são atitudes que já foram observadas na História, mas nunca em democracias. Na verdade, são atitudes que só foram vistas nas mais cruéis ditaduras.
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