sábado, 1 de julho de 2023

Deputado leva coronel às lágrimas ao lamentar perseguição política na CPMI e pedir desculpas: ‘o senhor é um preso político’


O deputado federal Maurício Marcon levou às lágrimas o depoente, na sessão da CPMI do dia 8 de janeiro que ouvia o coronel Naime, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, preso a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O deputado lembrou que o coronel estava em férias e foi à Esplanada dos Ministérios para conter manifestantes, mas acabou sendo preso, acusado por suposta omissão, enquanto as autoridades que eram, de fato, responsáveis pela segurança, seguem livres e soltas. O deputado afirmou: “o senhor é um preso político, isso ficou claro para mim. Eu queria lamentar”. 

O deputado mostrou vídeos do dia 8 de janeiro e fotografias das lesões sofridas pelo coronel, e ironizou as narrativas da extrema-esquerda: “Olha o caso de omissão que ele está fazendo: no gozo de suas férias, honrando a farda que veste, saiu de casa e foi botar a vida dele em risco para defender o patrimônio público”. 

Maurício Marcon sugeriu aos colegas esquerdistas que pedissem desculpas ao coronel, e lembrou ainda que ele não é o único preso político. Ele disse: “Este é um homem de respeito, que está preso como preso político, porque é um bode expiatório. É só isso. E o senhor, caro Coronel Naime, é só a pontinha do iceberg, porque tem mais mil e poucas pessoas que foram presas injustamente”. 

Ao responder ao deputado, o Coronel Naime também rebateu as narrativas da esquerda e respondeu a um senador petista que o havia acusado, dizendo: “eu tenho o limite da minha autoridade e eu não podia agir contra superiores hierárquicos. Então, se era tão simples prender, todos do povo podiam prender, por que o Senador não prendeu? Por que o Senador não saiu e prendeu? Os atos eram públicos. Eram públicos”.

O Coronel também alertou os parlamentares sobre as investigações e pediu atenção aos relatórios da Abin: “vou repetir, os senhores precisam ler com muita seriedade os relatórios da Abin, porque ali é esclarecedor, ali está bem claro quem teve informação, quando teve, como teve e o que procedeu. Eu acho um absurdo as informações que estão nesse relatório e o chefe que estava em exercício na Secretaria de Segurança Pública passando mensagem para o Governador de que estava tudo tranquilo. Para mim, ou ele foi enganado ou ele dolosamente enganou o Governador”.

O depoente foi levado às lágrimas quando o deputado pediu desculpas pelo que tem sido feito com ele e sua família. Marcon disse: “Eu queria aproveitar, como um Deputado eleito pelo povo, e pedir desculpa para o senhor pelo que a justiça tem feito com a sua família, com o senhor. Para mim, ficou muito claro que o senhor é um injustiçado, o senhor fez o seu trabalho ao longo dos 30 anos, inclusive recebendo medalhas, e o que a gente viu aqui é uma pessoa, um preso político, que está sendo usado para esconder fatos que esta CPMI espero que mostre. Então, fica aqui a minha palavra de consolo ao senhor e à sua família e dizer que, da justiça de Deus, eu tenho certeza que o senhor vai ser absolvido e a glória vai chegar à sua vida, porque o senhor é uma pessoa de bem, como a gente pode ver aqui. Fica aqui os meus sinceros sentimentos por esse afastamento que ninguém vai lhe devolver, não tem dinheiro que devolva, por uma política podre que está lhe usando para tudo isso. Então, aqui a minha palavra de consolo e que o senhor possa estar livre e junto à sua família o quanto antes”.

O assédio sofrido pelo Comandante é parte de uma perseguição a um grupo de pessoas, tratadas como sub-humanos e cidadãos com menos direitos, por defenderem valores conservadores, por manifestarem suas opiniões livremente ou por terem apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro. Medidas arbitrárias são tomadas contra essas pessoas, que têm seus direitos e garantias fundamentais desrespeitados. 

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