Durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública do Senado Federal que ouve familiares e advogados de vítimas das prisões políticas em massa ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o senador Cleitinho lamentou a injustiça que já se normalizou no País.
O senador lembrou que, no último fim de semana, houve um incidente fatal durante uma briga de torcidas, e o homem envolvido, além de ser tratado como suspeito, já está livre, enquanto cidadãos inocentes estão presos há mais de seis meses. Ele disse: “Aí quem está com a bandeira do Brasil, está com a Bíblia, está preso”. E acrescentou: “Aí, cidadão que está revoltado com esses políticos que roubaram dele vai se manifestar, porque a manifestação está na Constituição. É liberdade de expressão, podendo manifestar. E aí está preso. É isso que a gente precisa mudar neste país”.
O senador Cleitinho lembrou a responsabilidade do Senado Federal de promover o controle dos atos de ministros das cortes superiores. Ele lembrou o evento com o ministro Luís Roberto Barroso, que participando de um evento político, gabou-se de “lutar contra o bolsonarismo” e ainda disse “derrotamos o bolsonarismo”. Cleitinho disse: “Queria chamar a atenção do Senado. O que está acontecendo? Muito disso, com todo o respeito aos nossos ministros, vem do STF. Aí, um ministro, ontem, pega com uma fala totalmente infeliz, e fala que derrotou o bolsonarismo. Aí hoje o presidente do Senado, que é o Rodrigo Pacheco, que representa a instituição, pegou e repudiou a fala dele, e disse que ele tem que se retratar”.
O senador foi aplaudido ao fazer uma proposta: “uma sugestão para o presidente e para nós é que nós devemos convocar esse ministro para estar aqui. Ele tem que estar aqui para ele poder se retratar. E tem uma coisa, ele vem falar que se retratou dizendo que ele quis dizer da eleição, que ganhou no voto. Aí eu faço uma pergunta pra essa V. Exa., pra esse ministro: ele é torcedor ou jogador? Ou ele é ministro, que tinha que ser imparcial? Não é isso? É jogador, torcedor, ou ministro?”. Cleitinho disse: “eu acho que o senado precisa começar a ter atitude”.
O senador disse: “Eu não entrei para a política para fazer mal para ninguém, para prejudicar ninguém. Meu coração é puro e justo. Mas eu tenho que ser justo. O Pai do Céu é justo. Mas eu tenho que fazer o que a minha função manda fazer, que é legislar, fiscalizar e representar. E o senado tem a competência de fiscalizar o STF. Então, se está tendo militância deles, política, como o ministro acabou de fazer, cabe a nós convocar ele aqui, e ele vai ter que falar se ele é torcedor ou jogador. Chegou a hora da gente mudar essa história deste país aqui”.
Cleitinho acrescentou: “com todo o respeito, eu nem conheço ele, mas é minha função, minha prerrogativa. Nós que sabatinamos. Não fomos nós que sabatinamos um aqui agora, advogado do presidente? Eu votei contra. Então, eu não tenho rabo preso, sou independente. Falo novamente: meu rabo preso é com o povo, estou aqui pelo povo. Eu queria falar para todos os patriotas, para todos os conservadores de direita: eu, quando tomo um navio, eu vou até afundar. Se afundar, eu estou com vocês. Eu estou nessa aqui agora e vou até o fim. Vocês podem ter certeza: vocês não estão desamparados”.
O senador lembrou ainda: “esses vão entrar contra o governo, porque tem que entrar para ser indenizados. E sabe o que vai acontecer? Quem vai pagar a indenização é o próprio povo. Essa turma que está fazendo essa injustiça não vai pagar nada, vai continuar recebendo seu salário rigorosamente em dia”.
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