O deputado Marcel Van Hattem se exaltou, durante audiência pública no Senado que ouvia familiares e advogados de presos políticos, após a fala do representante da Associação Brasileira de Imprensa no Distrito Federal, Armando Rollemberg, que ignorou todos os fatos e alegações que tinham sido apresentados e repetiu as narrativas da velha imprensa.
O deputado apontou o ineditismo do momento, lembrando que, em audiências públicas promovidas pela esquerda, não há espaço para o contraditório nem para a presença de pessoas que pensam diferente. Van Hattem disse: “isso demonstra a diferença desta audiência pública, em que, sim, obviamente houve indignação, obviamente houve, por parte de muitos aqui presentes, manifestações contrárias àquilo que disse o sr. Armando Sobral Rollemberg, mas eu tenho convicção - falo por mim, mas tenho convicção de que falo por todos que aqui estão - de que ninguém aqui defenderia que, por conta das manifestações feitas por V. Sa. o senhor devesse ir para a cadeia, ou o senhor devesse ser preso, o senhor devesse ser to****… sequer que o senhor devesse ser censurado”.
Van Hattem lamentou que o representante da associação da velha imprensa tivesse manifestado exatamente a atitude contrária: “infelizmente, o que nós não estamos enxergando, na manifestação de V. Sa., é a reciprocidade da esquerda, que sempre diz que é contra a censura, que é a favor de direitos humanos, que é contra abusos de autoridade. A gente não está vendo nenhuma solidariedade num momento em que não deveríamos nos dividir entre direita e esquerda”.
O deputado questionou: “E eu fico me perguntando, olhando a sua manifestação: o que precisa um jornalista de direita, um jornalista conservador, um jornalista liberal - o que ele precisa fazer para ter o respeito de uma ABI? Acho que é uma pergunta retórica. Sinceramente, não consigo entender, porque tudo o que sai de um jornalista de direita, de liberal, conservador, de manifestação de opinião, ou mesmo de um trabalho sério, de acordo com a verdade, não opinativo, é, via de regra, desprezado, quando não censurado, por órgãos que deveriam representar todos os jornalistas. Como, aliás, a OAB deveria respeitar e representar todos os advogados, e não apenas aqueles com os quais alguns dirigentes da organização concordam”.
Van Hattem apontou: “Eu não estou vendo nenhum tipo de exercício de empatia! por quem foi derrotado. Muito antes pelo contrário - o que a gente vê é ódio, é vingança, é tentativa de dominação”. Ele explicou: “o que nós estamos vendo agora é que, quando retornam ao poder, com a faca nos dentes, o que mais querem é que a sua sede de vingança seja saciada, que os derrotados sejam eliminados”.
O deputado apontou que não vê, na esquerda, qualquer empatia. Ele disse: “se os censurados, se os presos, fossem de esquerda, se os partidos aqui perseguidos fossem de esquerda, eu os defenderia, não porque concordo com o que pensam e dizem, mas porque a Constituição assim estabelece, e porque é direito deles, como é direito meu de ter meu espaço na sociedade, para me manifestar”.
Marcel Van Hattem lembrou os abusos sofridos pelas pessoas que estavam sendo ouvidas na audiência pública e disse: “isso só existe em ditadura, só existe em estado de exceção, e nós vivemos no Brasil uma ditadura, nós vivemos no Brasil um estado de exceção, cujo ditador maior se chama Alexandre de Moraes, cujo impeachment já devia ter acontecido aqui no Senado da República, se vivêssemos em uma democracia”.
O deputado afirmou: “o maior guardião da Constituição é o Congresso Nacional. É a Câmara e é o Senado. E é por isso que eu não aceito que outra pessoa - ou outras pessoas, quaisquer que sejam -, digam que são defensores da democracia, e só elas sabem o que é democracia, e guardiões da Constituição, e só elas sabem o que é Constituição, porque essa é a melhor maneira de se tornarem onipotentes e irresponsáveis e, pior do que isso, traidores da Constituição”.
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