Durante a sessão da CPMI do 8 de janeiro que ouvia o depoimento do ex-ministro Gonçalves Dias, conhecido como “general do Lula”, o deputado Cabo Gilberto Silva e o senador Eduardo Girão explicitaram os fatos que já foram demonstrados pela Comissão e que mostram a clara omissão de órgãos do governo federal, que sequer tentaram impedir a invasão dos prédios públicos.
O deputado Cabo Gilberto Silva disse: “as imagens deixam claro o que o Senador Magno Malta colocou anteriormente, de fatos concretos: que o General G. Dias participou ativamente, de forma omissa, recebendo os manifestantes que quebraram a Praça dos Três Poderes, e nenhum desses, como o senhor falou, está preso até agora”.
Cabo Gilberto Silva afirmou: “Farsa. Não houve tentativa de golpe nenhuma. Não se dá golpe, Sr. Presidente, da forma como aconteceu aqui. Foram vândalos que depredaram o patrimônio público e precisa ser individualizada a conduta, como já falamos por diversas vezes”. Ele anunciou que a prisão do “general do Lula” já havia sido pedida pelos parlamentares da oposição.
O senador Eduardo Girão, por seu turno, apontou: “a gente está vendo o jogo bruto e sujo do Governo Lula”. Ele lembrou os esforços do governo para impedir a instalação da CPMI e a “tomada” da Comissão após a instalação se tornar inevitável. Ele disse: “E aí o que o Governo Lula fez? A gente não pode esquecer, a gente tem que lembrar isto: sequestrou, tomou de assalto um instrumento típico, típico histórico da minoria, da oposição, sufocando a oposição”.
Girão acrescentou: “E o Ministro Dino, que tem muito a explicar a esta CPMI, faz gato e sapato da gente aqui, porque aprovamos, por unanimidade, para entregar as imagens, e ele empurra com a barriga, vai entregar depois que o STF autoriza - como se a gente dependesse, uma Comissão Parlamentar de Inquérito, de STF -, e entrega duas imagens de 92 câmeras. A pressão continua, e agora ele entrega mais cinco, e duas repetidas com imagens laterais que não têm absolutamente nada a ver. É um jogo de esconde-esconde, que a população está vendo e da qual está tirando as suas conclusões. Isso é muito importante”.
Após questionar o general e mostrar que não houve proteção aos prédios públicos, Girão disse: “eu sou um dos signatários desse pedido de prisão à PGR, e vários colegas. Eu acho que nós não podemos ter dois pesos e duas medidas. A Polícia Militar do DF, para mim, teve responsabilidade sobre o que aconteceu, mas a omissão do Governo Lula foi flagrante e a gente não pode fechar os olhos para isso”.
Após prestar seu depoimento, o “general do Lula” foi para sua casa, livre como sempre esteve, enquanto duas mil pessoas foram presas em massa a mando do ministro Alexandre de Moraes. Centenas dessas pessoas passaram mais de seis meses presas, sem individualização de condutas nem acesso ao devido processo legal. Essas pessoas estão sujeitas a “medidas cautelares” sem paralelo no ordenamento jurídico brasileiro, mesmo sem apresentação de provas de que tenham cometido qualquer crime.
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