quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Senador Esperidião Amin escancara blindagem de lulistas na CPMI: ‘vai faltar tamanho para esse armário onde estão guardando o esqueleto da omissão’


Durante a sessão da CPMI que deveria investigar os atos do dia 8 de janeiro mas estava tomando o depoimento do General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Bolsonaro, o senador Esperidião Amin fez uma exposição dos fatos que já foram revelados pela CPMI e pediu à relatora que faça constar de seu relatório a omissão das autoridades do governo Lula. 

O senador lembrou que, após o General Heleno, já houve dois ministros do GSI, e relatou que o atual, ao ser questionado sobre como agiria diante das circunstâncias que foram observadas no dia 8, respondeu que chamaria reforços. O senador apontou: “É o atual Ministro, não é um bolsonarista dizendo isso. Ninguém ficaria nem torcendo para que desse certo a arruaça, nem ficaria silente, então, duas são as questões”.

Esperidião Amin lembrou que, logo pela manhã, o General G. Dias, que era o ministro do GSI na data dos fatos, afirmou: "Vamos ter problemas". O senador lembrou ainda que recebeu versões diferentes de um relatório da Abin, e comparou a conduta dos sucessores do General Heleno com a dele. 

O senador apontou que duas novas evidências surgiram. Ele disse: “ontem - o Senador Sergio Moro já mencionou isto hoje - nós temos mais duas evidências: a Polícia Federal, na sindicância que foi resgatada, também informou. Informou a quem? Ao Ministério da Justiça e Cidadania. E, hoje, o jornal O Globo vai adiante: a Força Nacional advertiu o Ministro. A Força Nacional”.

O senador Esperidião Amin afirmou: “Vai faltar tamanho para esse armário onde estão guardando o esqueleto da omissão. A cada dia que passa, Presidente, um pedaço a mais, um anexo do esqueleto vai para dentro do armário. Daqui a pouco, vai abrir uma porta, quebrar uma janela e vai escorrer um braço, um pouco de sangue”. O senador mencionou o art. 301 do Código de Processo Penal: “Ninguém, nem do povo, nem da polícia, pode se omitir diante de um delito”.

O senador lembrou que o ministro Ministro Flávio Dino publicou, nas redes sociais, sobre as manifestações; que o ministro tinha diversas forças policiais à sua disposição, inclusive porque editou um decreto no dia 7 regulando a atuação da Força Nacional; que é competência do Ministério da Justiça a defesa dos bens da União Federal; e disse: “portanto, do ponto de vista legal - do ponto de vista legal -, objetivo, sem adjetivo, ignorar esta penca de omissões objetivas só vai fazer uma coisa…”

Esperidião Amin fez um apelo à relatora, pedindo-lhe que inclua as omissões em seu relatório. Ele alertou: “a realidade não é vencida. Ela não morre. Diz um poema gauchesco: ela permanece viva no lampejo primitivo de cada fato que ocorre. Cada fato que ocorre acorda um pedaço da verdade; e estes fatos nos induzem a algo mais grave, e é com isso que eu quero concluir. Eu, hoje, estou inclinado a acreditar que deixaram acontecer. Deixaram acontecer sob um slogan. Primeiro era..."vamos ter problemas". O slogan de agora é: "Deixe eles entrarem, que eles vão se arrebentar". Ou seja, deixa que aconteça, porque vai ser ruim para eles. O tempo dirá se eu estou supondo mal ou erradamente, mas não tenho dúvida de que a realidade vai aflorar, porque o lampejo de cada fato que ocorre faz com que ela nos venha à mente”.

Até o momento, o general G. Dias não foi preso, não teve seu passaporte apreendido, nem suas contas bloqueadas, nem seus bens ou sua renda apreendidos. Essas “medidas cautelares” são reservadas a conservadores, que podem sofrer qualquer uma, ou várias, delas sem qualquer indício de crime, sem direito à defesa, nem acesso ao devido processo legal. Quando aplicadas a conservadores, as “medidas cautelares” podem perdurar pelo tempo que desejar o senhor ministro que determina sua aplicação, ainda que as pessoas não tenham foro privilegiado e não estejam, portanto, sujeitas à jurisdição das cortes superiores. 

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas que apenas têm um discurso diferente do imposto pelo cartel midiático vêm sendo perseguidos, em especial pelo Judiciário. Além dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, também o ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, criou seu próprio inquérito administrativo, e ordenou o confisco da renda de sites e canais conservadores, como Bárbara, do canal Te Atualizei, e a Folha Política. Toda a receita de mais de 26 meses do nosso trabalho está bloqueada por ordem do TSE, com aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. 

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