Durante a oitiva do ministro de Lula, Flávio Dino, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, a deputada Adriana Ventura cobrou a responsabilidade do ministro Flávio Dino pelas imagens do dia 8 de janeiro, que foram escondidas pelo ministro sob a alegação que foram apagadas, bem como sobre a flagrante aplicação de dois pesos e duas medidas para perseguir opositores.
A deputada questionou o ministro sobre as imagens, apontando: “Eu, como cidadã e Deputada, quero saber o que aconteceu. Eu acho que é natural o cidadão de bem querer esclarecer isso”. Adriana Ventura apontou que a versão do apagamento das imagens por uma empresa terceirizada simplesmente não é crível e lembrou ao ministro que ele tinha plena consciência de que aquelas imagens eram provas que estavam sob sua responsabilidade.
Após o ministro apresentar uma narrativa sobre a inexistência de imagens e listar episódios de violência, a maior parte dos quais não ocorreu no dia 8 de janeiro, a deputada lembrou a injustiça perpetrada contra pessoas que não praticaram qualquer ato de vandalismo e mostrou os dois pesos e duas medidas aplicados pelo governo e pelo judiciário. Ela disse: “Ministro, respeitosamente — o senhor é o Ministro da Justiça e, como eu disse, não vou entrar em guerra de narrativas —, quero dizer que fui à Colmeia e visitei as 300 mulheres presas. Se havia uma ou outra que estava envolvida nesses dois fatos que o senhor falou, o.k. Contudo, em 2014 e 2006, o próprio MST invadiu e depredou o STF, Ministérios e tudo mais. Eu nunca vi ninguém se referir a eles como terr***. Nesse dia do MST, inclusive, um funcionário da Casa teve traumatismo craniano”.
A deputada pediu: “O que eu estou querendo fazer é um apelo. Eu não quero entrar em debate ideológico aqui. O senhor é Ministro da Justiça de todos. Por favor, não seja um Ministro ativista. Vamos buscar essa transparência e essa justiça. O senhor tem capacidade e bagagem para isso. Esse é o único apelo que eu faço. Eu não estou aqui fazendo Fla-Flu. Como eu disse, peço ao senhor: não seja ativista, seja um Ministro de todos”.
No Brasil atual, a liberdade de manifestação não é reconhecida de forma igual para todos. As manifestações promovidas por partidos de esquerda, sindicatos e coletivos, divulgadas pela velha imprensa e por sites e canais de internet, não estão sujeitas a qualquer investigação sobre seu financiamento ou qualquer questionamento sobre se as ideias que defendem seriam “democráticas” ou “antidemocráticas”. Mesmo quando há cartazes pedindo ditadura, depredação de patrimônio público e privado, ou agressões a políticos e cidadãos, nada disso é considerado um “ato antidemocrático” quando o “ato” é da esquerda.
Nos últimos anos, milhões de pessoas foram às ruas, de forma ordeira, para pedir liberdade e respeito à Constituição, incluindo a liberdade de expressão, a liberdade de culto, a liberdade de ir e vir, entre outras. Essas manifestações pacíficas tornam-se alvo de inquéritos sigilosos, alimentados por “notícias” da velha imprensa, nos quais manifestantes e jornalistas que cobrem as manifestações são perseguidos, presos, censurados, e têm seus bens apreendidos.
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