O deputado Ricardo Salles fez um pronunciamento durante o congresso do Instituto Harpia, presidido pelo ex-deputado Major Vitor Hugo, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro como presidente honorário. Ricardo Salles explicou a necessidade da organização estratégica da direita brasileira e apontou os riscos existentes na chamada “política tradicional”, explicando que nada mais é do que a corrupção enraizada no sistema político brasileiro.
O deputado lembrou que, a partir de 2013, a população brasileira, em especial a classe média, começou a sair às ruas para protestar contra os governos petistas e seus efeitos. Salles apontou que, nesse contexto, Bolsonaro foi eleito para a presidência, mas não contava com um partido e uma base de direita bem estabelecidos, que pudessem fornecer quadros para o governo.
Com a ausência desses quadros, o governo é forçado a conviver com grupos que, não sendo de direita, podem oferecer profissionais para a Administração. Ele lembrou ainda que Bolsonaro, mesmo tendo enfrentado problemas graves como a pandemia e os efeitos da guerra da Ucrânia, foi muito competitivo na eleição. Salles disse que, mesmo sem a eleição do presidente, a direita elegeu deputados, deputados estaduais, senadores, e governadores. Ele brincou: “a direita saiu do armário”, e acrescentou: “Esse legado não acaba mais”.
O deputado comparou o momento atual às “dores do parto da direta”. Ele explicou os desafios a serem enfrentados: “Agora nós temos que consolidar essa direita. Foi reeleita, parte dela, em 2022, mas tem o grande desafio de não ser fagocitada na política, pelo Centrão”.
Ricardo Salles lembrou que os políticos de direita têm plenas condições de enfrentar a esquerda no plano político, por terem capacitação, seriedade, princípios e valores, mas precisam lidar com esse segmento da velha política. Ele utilizou uma imagem de um combate medieval em que dois cavaleiros se preparam para um combate, mas um cavalariço está pronto para atacar um deles pelas costas.
O deputado disse: “o grande problema hoje no Brasil é que a corrupção, a fragilidade das instituições, aquela estratégia que corrói por dentro as iniciativas da direita, ela vem justamente desses políticos tradicionais, que não se importam de trair ora a esquerda, ora a direita”.
Salles defendeu: “esses nossos princípios, esses nossos valores, não podem ser maculados, enfraquecidos por aqueles que usam a política para fazer negócios”.
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