Durante a sessão da CPI do 8 de janeiro no Distrito Federal que ouvia o depoimento do Major Natale, filmado dando água aos invasores do palácio do Planalto, o deputado distrital Joaquim Roriz Neto alertou o militar de que a verdade não fica escondida para sempre.
O deputado apontou que uma ala, ideológica, da Câmara Legislativa, expressa abertamente sua raiva pelo vazamento das imagens que mostram o “general do Lula” e o major Natale interagindo com os manifestantes no interior do palácio do Planalto. Ele apontou: “se essas imagens não vazam, o G. Dias ia estar lá no cargo até hoje. Graças a Deus que alguém vazou essas imagens”.
Joaquim Roriz Neto rebateu um pedido por uma alegada “equivalência de ações”. Ele disse: “o engraçado é que, quando a gente fala de esquerda e direita, nunca tem equivalência de ações”. O deputado citou três exemplos, iniciando pela comparação entre Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, e o “general do Lula”. Ele perguntou: “qual foi preso? Qual foi perseguido? Qual foi atacado?”.
Como segundo exemplo, Roriz lembrou que, por diversas vezes, movimentos da extrema-esquerda promoveram depredações em Brasília, inclusive nas sedes de poderes e em ministérios. O deputado mostrou como a velha imprensa não afetou indignação com as depredações e violência, e comparou com o tratamento dado aos conservadores. Roriz disse: ““manifestantes atearam fogo no ministério da Agricultura e depredaram ministérios”. Aqui, são manifestantes, estão ocupando espaços. É “ocupação”. Mas quando tem uma senhorazinha usando a bandeira do Brasil como canga, ela tem que passar o resto da vida na cadeia. ISSO NÃO É EQUIVALÊNCIA DE AÇÕES”.
O deputado comparou ainda o tratamento dado ao ministro de Lula, Flávio Dino, e ao governador do Distrito Federal. Ele disse: “tem a questão mais nítida de todas: o afastamento indevido do governador Ibaneis e o não afastamento do ministro Flávio Dino”. Roriz lembrou as alegações apresentadas pelo ministro Alexandre de Moraes ao afastar Ibaneis e questionou: “pela mesma lógica, o ministro Flávio Dino não devia ter sido afastado, também?”. O deputado respondeu: “Mas não foi. Está blindado”.
Joaquim Roriz Neto contou ao major a história da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. O deputado disse que levou 40 anos para a população descobrir que o governo americano foi informado com antecedência sobre o ataque, e o permitiu para ter o “motivo” para entrar na guerra. Roriz disse: “O governo americano não foi o responsável por ter feito o ataque na ilha do Havaí. Mas existem fortes evidências de que ele sabia e permitiu, com uma finalidade específica em mente. O nome disso é conspiração”.
O deputado afirmou: “no meu ver, o 8 de janeiro teve êxito, sim. Olha o que a gente vê hoje: parlamentar de direita sendo cassado, parlamentar conservador respondendo a processo, um Supremo que invade as atribuições do Legislativo, manifestantes com medo de ir para a rua, com medo de ser preso simplesmente por expressar uma opinião conservadora, bloqueiros e jornalistas sendo perseguidos, sendo calados, e e ainda um risco de controle das redes sociais”.
Ele acrescentou: “Eu falo tudo isso, Major, porque a gente precisa chegar à verdade. E, quando chega vídeo, nas redes sociais, da esquerda comemorando, na CPMI, um requerimento que é negado, eu acho no mínimo curioso”. Ele explicou que a extrema-esquerda estava comemorando por ter conseguido impedir o depoimento do comandante da Força Nacional.
O deputado disse: “A verdade, ela tarda, mas ela não falha. E, quando as pessoas falam aqui que o 8 de janeiro foi uma ação coordenada para derrubar o governo, que não teve um facilitamento por parte do governo federal… vendo os resultados, as perseguições à direita… eu acho isso muito difícil de acreditar. Quem sabe em 40 anos a gente vai saber a verdade”. Joaquim Roriz Neto disse ao major: “permitir que um ato aconteça é tão danoso e criminoso quanto ser o orquestrador desse ato. E a gente vê na história que houve situações extremamente similares. E eu não tenho sombra de dúvida de que em vários anos, a gente vai descobrir. Vai demorar, mas o dia vai chegar”.
Após seu depoimento, o major Natale foi para sua casa, perfeitamente livre como sempre esteve, assim como seu chefe, o “general do Lula”. Até o momento, o general G. Dias não foi preso, não teve seu passaporte apreendido, nem suas contas bloqueadas, nem seus bens ou sua renda apreendidos. Essas “medidas cautelares” são reservadas a conservadores, que podem sofrer qualquer uma, ou várias, delas sem qualquer indício de crime, sem direito à defesa, nem acesso ao devido processo legal. Quando aplicadas a conservadores, as “medidas cautelares” podem perdurar pelo tempo que desejar o senhor ministro que determina sua aplicação, ainda que as pessoas não tenham foro privilegiado e não estejam, portanto, sujeitas à jurisdição das cortes superiores.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas que apenas têm um discurso diferente do imposto pelo cartel midiático vêm sendo perseguidos, em especial pelo Judiciário. Além dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, também o ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, criou seu próprio inquérito administrativo, e ordenou o confisco da renda de sites e canais conservadores, como a Folha Política. Toda a receita de mais de 27 meses do nosso trabalho está bloqueada por ordem do TSE, com aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin.
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