sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Embaixador Ernesto Araújo aponta como fragilidade de Biden destruiu legado de Trump e facilitou terror contra Israel


Durante transmissão ao vivo pelas redes sociais, o embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, traçou uma linha do tempo explicando a evolução do “empoderamento” do grupo Hamas, que o levou ao estágio atual do ataque do último dia 7 contra Israel. 

Araújo lembrou que, durante seu governo, o ex-presidente Donald Trump havia promovido um equilíbrio entre vários países, em favor do mundo livre, após exterminar o grupo Isis e reforçar a posição de Israel, enfraquecendo países como a Rússia e a Síria. O embaixador lembrou que Trump cancelou acordos nucleares que favoreciam o Irã e colocou aquele país numa situação defensiva, juntamente com a Rússia, e ainda propôs um projeto de paz para Israel e Palestina. 

O embaixador lamentou: “O fato é que essa nova realidade dura pouco, porque chega o governo Biden e desconstrói tudo aquilo que Trump tinha reconstruído. Dá todo tipo de sinais de fraqueza, foge do Afeganistão, deixando equipamentos de todo tipo nas mãos dos Talibãs, dos terr**** (..), dá todo tipo de sinal de distanciamento em relação a Israel, aos árabes”. Ernesto Araújo enfatizou que esses sinais de fraqueza foram dados “em um momento em que Putin está voltando com tudo, o Irã começou a voltar com tudo, a China está se afirmando como grande potência”. Ele explicou: “Biden recua em tudo isso e o mundo se torna muito mais permeável para esse bloco totalitário”. Ernesto Araújo lembrou ainda que, ao mesmo tempo, o bloco totalitário começa a ocupar o poder na América Latina. 

Araújo apontou que, no período iniciado com a derrota de Trump, o bloco totalitário se sentiu fortalecido e poderoso. Ele lembrou a invasão da Ucrânia por Putin e disse: “diante de uma fraqueza americana e do Ocidente, a China ameaçando cada vez mais Taiwan, e o Irã ameaçando, cada vez mais, Israel”. Ele acrescentou: “O Irã, que, aliás, está apoiando vivamente a Rússia”. 

O embaixador disse: “O Irã está nessa linha de ajuda à Rússia e se sentindo cada vez mais poderoso, e agora, recentemente, o governo Biden fez um acordo com o Irã, onde, em troca da libertação de cerca de 6 americanos que estavam presos no Irã - um grupo pequeno - os EUA descongelam cerca de 6 bilhões de dólares, e o Irã faz mais caixa para seus projetos de… energia nuclear para fins pacíficos e turismo. Nessa saga, um dos episódios mais recentes é a entrada do Irã, junto com a Arábia Saudita, no Brics”. 

Ernesto Araújo explicou que, com a entrada do Irã e da Arábia Saudita, o Brics assume ares de “nova mola propulsora do mundo”, em um contexto de uma “nova geopolítica”. Ele disse: “Então, agora o negócio é o Brics. Tem agora a China, com seu projeto de hegemonia mundial, tem a Rússia, e  agora você tem o Irã como membro efetivo desse grupo. Isso é que dá cara ao Brics como esse novo órgão de governança”.  O embaixador prosseguiu: “Chega-se aí nesse dia de hoje, 7 de outubro, com a sensação de que o mundo agora é desse pessoal. Se sentem extremamente empoderados e (...) então, o Hamas resolve fazer não só uma operação ter*** contra Israel, mas a maior que já houve”. 

O embaixador explicou como Lula atuou para fortalecer o “senso de empoderamento dos totalitários”. Ele lembrou que Lula trabalhou em prol desse reforço do Brics, acolheu navios iranianos no Brasil, realinhou o país com ditadores como Maduro, refez laços com Cuba, e alimentou as relações com a China. Araújo disse: “isso tudo, então, faz parte desse processo. Vai à China e vende o Brasil para a China, faz acordos de propaganda oficial… (...) isso tudo faz parte do empoderamento do Brics, faz parte do empoderamento da Rússia, faz parte do empoderamento do Irã, e, portanto, do empoderamento do Hamas e dessas atrocidades de hoje”.

Ernesto Araújo alertou: “As coisas também não acontecem isoladas. Estamos vendo o crime organizado tomar conta do Brasil”. Ele apontou que crimes absurdos como o ocorrido contra médicos no Rio de Janeiro deveriam acender um alerta, apontando: “Isso que deveria ser uma grande crise de segurança e levar a demissões e reconfigurações do sistema de segurança, não parece estar gerando esse tipo de ação no Brasil. Tem muita reação retórica, mas… o que significa em termos da profundidade da tomada do Brasil pelo crime organizado? Isso não parece estar na agenda do governo, das autoridades atuais. O Judiciário, que acha que manda no Brasil, e manda mesmo, está preocupado em prender o pipoqueiro, o catador de lixo, a dona de casa, que estavam no 8 de janeiro. Condenados a 15 anos. E não está preocupado com um país em que pessoas tomando água de coco na praia são chacin***”.

As prisões políticas após o dia 8 de janeiro são alguns dos mais recentes sinais de que, no Brasil, os cidadãos não vivem em uma democracia. Para um grupo de pessoas e empresas, a tirania ganha contornos de implacável perseguição política e ideológica, e esse grupo “marcado” vem sendo perseguido, há muito tempo, com medidas arbitrárias, como prisões políticas, buscas e apreensões, censura, bloqueio de redes sociais e confiscos. 

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