Da tribuna da Câmara, o deputado Maurício Marcon relatou os avanços na coleta de assinaturas para uma CPI que investigue os abusos de autoridade do STF e do TSE, e lamentou a covardia de parlamentares que não têm coragem de se posicionar. Ele apontou que, na Câmara, viu como algumas pessoas mudam após obterem o status de deputado ou de senador. Ele disse: “Prometem mundos e fundos para os seus eleitores, prometem defender a família, prometem defender direitos, o conservadorismo, mas, ao colocarem esse bóton aqui, as suas promessas vão para o ralo, como se fossem uma água suja que estão tirando do corpo”.
Marcon disse: “Nós estamos numa luta. Agora faltam apenas 4 assinaturas para que esta Casa que representa o povo brasileiro possa investigar eventuais abusos de autoridade cometidos por Ministros do Supremo Tribunal Federal”. Como exemplo, o deputado lembrou a morte no cárcere de Clériston Pereira da Cunha, preso político do ministro Alexandre de Moraes. Ele disse: “Nós tivemos a morte injustificável de um pai de família inocente, e o Estado não conseguiu produzir sequer uma prova contra ele. Ele ficou 10 meses preso. Parece que a maioria dos Deputados não está preocupada com essa situação, afinal, não é seu pai, não é seu irmão, não é seu tio. E como a campanha está muito longe, ele não vai se meter de investigar isso”.
O deputado relatou a devastação em uma das milhares de famílias afetadas pelos atos do ministro Alexandre de Moraes, e prosseguiu: “Há centenas de casos parecidos com esse, e os Parlamentares fingem não ver, fingem não ouvir e preferem não falar nada a respeito. Afinal, a outra constatação que eu fiz é que nós temos muitos covardes que vestem este bóton aqui na Câmara e ali no Senado”.
Maurício Marcon apontou: “neste momento, o estelionatário eleitoral Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu durante a campanha não indicar amigos para o STF, indicou não só um, mas dois. E nós fingimos que está tudo normal colocarmos um comunista — declaradamente comunista — no comando do Supremo Tribunal Federal”.
O deputado lembrou que parlamentares são eleitos para servir à população e devem prestar contas a ela. Marcon mencionou que, até o momento, 34 parlamentares declararam seu voto na indicação de Dino ao STF, e afirmou: “os mais de 40 covardes que se escondem para não ouvir o povo reclamar sobre o seu voto, esses não merecem o meu respeito”.
Marcon pediu: “eu peço aos Senadores covardes, até aqui, que criem vergonha na cara e que digam que vão votar, sim, em um Ministro comunista”. Ele lembrou frases de Dino e fez um apelo: “eu peço que os Senadores se dispam do seu manto sagrado de Senadores e digam: "Votarei, sim, em um comunista e arcarei com as consequências quanto à liberdade de expressão e quando as terras forem desapropriadas". E por aí vai. Tudo o que defende um comunista está acontecendo no Brasil, porque é muito fácil se esconder atrás do "indefinidinho"”.
Imediatamente após o discurso, o deputado Gilberto Nascimento, que presidia a sessão, censurou o deputado e determinou a retirada das notas taquigráficas das expressões que mostravam a covardia dos parlamentares.