Diversos parlamentares utilizaram a tribuna da Câmara para protestar contra os absurdos observados no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o primeiro deste governo Lula. Os deputados mostraram uma série de problemas com a prova, enfatizando a ideologização do exame e os ataques ao agronegócio.
O deputado Lucas Redecker parabenizou a Frente Parlamentar do Agronegócio por ter se manifestado contra os ataques ao setor em uma prova de acesso ao ensino superior. O deputado lembrou que houve vazamento de questões e que a prova cobrou um posicionamento ideológico dos alunos. Redecker disse: “A prova do ENEM não deve tratar de questões ideológicas de governo algum. A Esquerda brasileira encaminha, na prova do ENEM, mais ou menos 20% das questões com algum cunho ideológico. Além do cunho ideológico, as questões foram direcionadas contra a agricultura brasileira”. O deputado lembrou a importância do setor do agronegócio para a economia brasileira e disse: “não podemos esquecer, Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que quem paga as suas viagens, que quem paga o recurso do orçamento de todos os partidos que fazem parte do Governo é a agricultura brasileira, recolhendo impostos, produzindo, gerando divisas para o Brasil. E aí, em uma prova de avaliação para os alunos que vão buscar o ensino superior, em vez de incluírem um tema que seria importante para avaliar o conhecimento, os conhecimentos gerais, incluem ideologias, tentando denegrir, desconstruir a imagem do agro”.
O deputado Márcio Correa se exaltou: “No momento em que nós vivemos uma crise fiscal no País, o Governo, mais uma vez, faz menção de um setor produtivo que carrega o País nas costas, um setor que foi chamado de "ogronegócio" pela Ministra do Meio Ambiente, um setor que é chamado de reacionário, cujos produtores são chamados de fascistas, e que agora é vítima de ataques através de um instrumento pedagógico. A população urbana é vítima de desinformação em relação ao agronegócio. Aquela questão 89 do ENEM poderia ter deixado claro o papel social do agro em nosso País, ter expressado que um quarto das riquezas do nosso País é produzido pelo agro, que um quinto da mão de obra deste País é oferecido pelo agronegócio. Então, precisamos ter responsabilidade com essa atividade que visivelmente é a vocação do Brasil”.
O deputado Sargento Gonçalves lembrou que o uso ideológico do ENEM é reiterado nos governos petistas. Ele disse: “o Governo Lula, infelizmente, já no primeiro ano do seu terceiro mandato, usa o processo seletivo do ENEM para aplicar a sua doutrinação ideológica com esses quase 4 milhões de candidatos que realizaram a prova, atingindo — o que é mais grave — o principal setor econômico do nosso País, que é o agro”. O deputado relatou que o parlamento espera uma resposta por parte do governo federal, e a anulação das questões contra o agro, além da convocação do ministro da Educação para prestar esclarecimentos.
O deputado Carlos Jordy apontou: “Nós vivemos alguns recordes este ano de desmatamento na Amazônia. Em outubro, nós tivemos o maior recorde da série histórica: quase 4 mil incêndios na Amazônia! Mas aí não vemos os artistas globais, os ativistas fazendo nenhuma manifestação sobre isso. Isso não caiu no ENEM. Pelo contrário, teve uma pergunta que induziu o estudante a responder que o agronegócio, um dos maiores responsáveis pela nossa economia, é o responsável pelo desmatamento na Amazônia, logo o agronegócio que produz para o nosso PIB 2,63 trilhões de reais! Isso equivale a 24,4% do PIB nacional. É um setor que não só aquece a economia, mas também gera diversos empregos diretos e indiretos. No entanto, o desgoverno Lula mais uma vez sabota esse setor, não bastasse as diversas figuras falando mal do agronegócio. E em outros países agora tentam induzir a garotada, os estudantes, a pensar esse tipo de baboseira a respeito do agronegócio”. Jordy pediu a demissão do ministro da Educação e sugeriu: “o Exame Nacional de Ensino Médio já pode mudar de nome: Exame Nacional de Ensino Marxista”.
O deputado Gustavo Gayer disse: “Pela primeira vez na história, nós temos um exame que testa o QI, mas não o QI de quociente de inteligência e sim de quociente de imbecilidade. Eu estou chocado com o que eu vi aqui nessa prova. Uma pessoa que tirar uma boa pontuação nessa prova é um zumbi ideológico, que passou por um processo de lavagem cerebral, talvez irreversível. Algo desse nível jamais poderia ser apresentado como um parâmetro para medir o quociente de inteligência ou a cultura ou a sabedoria em matemática de qualquer pessoa. O que nós temos aqui é uma histeria ideológica da pior forma possível”. Gayer alertou: “pais, mães, se o seu filho ou a sua filha tirou uma boa nota nisso daqui, os senhores têm um grave problema em casa. O seu filho foi sequestrado pelo mais eficiente sistema de doutrinação e violência ideológica que o mundo já viu, um sistema de imbecilização proposital para tornar o seu filho um avatar ideológico incapaz de ser independente, de pensar por conta própria”..
O deputado Tenente-Coronel Zucco pediu a saída do ministro da Educação. Ele disse: “Já sabemos que, historicamente, esses governos de Esquerda usam o ENEM para fazer seus palanques, mas chega! Não prejudiquem os milhões de jovens brasileiros! Desta vez, criminalizaram o agronegócio, setor que emprega quase 30 milhões de pessoas em sua cadeia produtiva, setor responsável por 1/3 da nossa economia, do PIB, setor que alimenta mais de 1 bilhão de pessoas, em todo o mundo. Mais mentiras, fake news! "Não vamos buscar conhecimento ou cultura; vamos mentir, vamos atacar o homem e a mulher do campo, o pequeno, o médio, o grande produtor, a agricultura familiar!"”.
A deputada Bia Kicis se revoltou: “Nunca se viu algo parecido com essa prova do ENEM, que numa questão ataca o modelo capitalista. Olhem só "O modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado". Que beleza, a lógica do mercado! E os estudantes têm que ler esse tipo de coisa e marcar uma opção que é aquela que os doidões que preparam a prova do ENEM consideram certa, senão o cara é reprovado”. A deputada afirmou: “O Ministro da Educação não se sustenta. Alguém que permite, sob a sua gestão da educação, um lixo de prova como esse, é alguém que não merece ocupar essa cadeira. Não é à toa que a educação brasileira está nos piores lugares do ranking Internacional”.
O deputado Eli Borges lamentou que o governo Lula admita que não gosta do agronegócio e ironizou: “eu aprendi desde menino que não se pode matar a galinha dos ovos de ouro”. Ele disse: “nós temos essa história do ENEM, uma prova que convida os alunos a responderem acerca do agronegócio e, na cabeça destas pessoas, sobre os males que ele poderia trazer. O Governo esquece que, na divisa de recursos da exportação, do agronegócio, da bovinocultura, é que nós temos condição de fazer acontecer a rotina econômica do Brasil em alto nível. Se o Brasil, se o Presidente da República, se o Ministro da Agricultura não compreenderem a importância do agronegócio, podem ter certeza de que nos próximos anos vai faltar dinheiro para as políticas populistas. E agora essa prova do ENEM é uma revelação de que, de fato, o Governo não gosta muito de nós”.
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