Da tribuna da Câmara, a deputada Bia Kicis lembrou a morte, no cárcere, de Clériston Pereira da Cunha, preso político do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A deputada disse: “Esse é um dos exemplos de fatalidade por abuso de autoridade. Eu sou uma das signatárias dessa CPI do abuso da autoridade. Já havia assinado no ano passado, agora assinei novamente. Quero parabenizar o Deputado Marcel pela iniciativa. Ontem, essa CPI foi finalmente protocolada. Precisamos lutar para trazer luz aos fatos que estão ocorrendo, porque é muito abuso quando há magistrados que viram as costas para a Constituição e para a lei e decidem de acordo com a sua vontade. Isso é um abuso de autoridade!”.
A deputada denunciou ainda outro abuso de autoridade do Supremo Tribunal Federal, ao decidir responsabilizar veículos de imprensa pelas falas dos entrevistados. Bia Kicis disse “Ontem, o Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, virou as costas à Constituição, que veda a censura e que garante a liberdade de imprensa, e determinou que os veículos de imprensa responderão pelo conteúdo da fala dos entrevistados. Isso é de uma gravidade ímpar!”
Ela lembrou que, a ser mantida a decisão, os veículos de imprensa serão punidos por noticiarem fatos. Ela alertou: ‘daqui para frente, a imprensa não irá mais trazer algum entrevistado cuja fala não seja absolutamente alinhada com o Ministério da verdade, porque é isso que nós estamos vivendo. Existe, agora, uma verdade oficial, que nós só sabemos qual é depois de falarmos, porque, antes de falar, você não sabe que aquela sua fala será considerada uma mentira. E, aí, essa mentira está se tornando um crime, sem tipificação penal, e estão agora punindo o mensageiro, aquele que passa a mensagem. Isso é seriíssimo. Isso é censura. Isso é abuso. Isso é abuso, porque a Constituição veda a censura e garante a liberdade de imprensa”.
Bia Kicis lembrou a responsabilidade da velha imprensa, que agiu muito ativamente para validar e promover a censura, acreditando que calaria apenas seus concorrentes. Ela disse: “Então, eu quero saber como fica a mídia, que defendeu pessoas que defendem esse tipo de ideal, de censura, de uma mídia que não pode falar o que quer, uma mídia que funciona para os amigos, que milita. Pois é. Chega para todos. Um dia, a censura chega para todos. Ela não fica só para os opositores políticos. Ela fica para qualquer um que ouse dizer o que pensa, se aquilo que ela pensa não é ditado pela verdade oficial”.
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