No início da sessão do Congresso Nacional, que deve votar o orçamento do governo Lula para o próximo ano e o fundão eleitoral, o deputado Marcel Van Hattem apontou a futilidade do trabalho quando todos já sabem o resultado. O deputado criticou a utilização do sistema virtual, criado para a pandemia, e que continuou a ser utilizado indefinidamente. O deputado lembrou ainda os conflitos ocorridos na sessão da Câmara de ontem, quando o presidente da Casa, Arthur Lira, destratou deputados e “tratorou” a aprovação de projetos de lei.
Van Hattem disse: “quero lamentar o que aconteceu na condução da Casa pelo deputado Arthur Lira, e agradecer pela solidariedade que recebi de vários parlamentares em virtude da forma como o deputado se comportou ontem, ao cortar minha palavra de forma antirregimental e antidemocrática”. Ele destacou que não recebeu a solidariedade apenas de deputados de oposição, mas também de parlamentares do centro e até da esquerda.
Marcel Van Hattem explicou: “é importante lembrar tudo isso porque muitos incorreram no erro de apoiá-lo e hoje se arrependem”. O deputado disse que não apoiou Lira e apresentou candidatura concorrente por já conhecer as práticas aplicadas por Lira. O deputado repudiou a “tirania a condução dos trabalhos, fazendo, inclusive, gracejos em relação a colegas parlamentares que utilizam da palavra para, com todo o direito, fazer questão de ordem”. Ele acrescentou: “E não foi só com a oposição (...). O deputado Chico Alencar também foi desrespeitado pela presidência e também tem minha solidariedade”.
O deputado disse: “espero que este seja o último momento, da gestão de Arthur Lira, de tanta tirania. Que se possa restabelecer aqui no plenário a soberania do deputado que foi eleito para estar aqui, representar seus eleitores, e não foi eleito para ser escravo de projetos políticos quaisquer”. Van Hattem lembrou que, enquanto candidato, Lira dizia querer “devolver a Câmara aos deputados”. Ele sugeriu: “Que assim o faça ano que vem, porque precisamos que esta Casa se respeite a si própria e seja respeitada”.
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