segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Embaixador Ernesto Araújo analisa possível operação psicológica em curso para destruir a psique dos brasileiros e esgarçar o tecido social


Em transmissão ao vivo, o embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, explicitou os mecanismos que vêm sendo utilizados para destruir as liberdades individuais, suprimir a liberdade de expressão e subjugar a população para manter o poder nas mãos de uma classe corrupta. 

O embaixador explicou que, no contexto em que o poder fica nas mãos de uma elite, há uma operação psicológica para que o povo não consiga se insurgir contra esse poder. Araújo explicou que um dos elementos que são utilizados por essa elite corrupta é o crime organizado, que, ao invés de ser combatido, na prática é estimulado. 

Ernesto Araújo mostrou que, para essa elite, não importam os males causados ou potencializados pelo crime organizado, já que eles só pensam em como vão manter seu próprio poder e controlar a população. Nesse contexto, a elite se utiliza dos efeitos causados pelo crime organizado na população. Ele disse: “Porque o crime organizado também serve para destruir o tecido social, para rasgar o tecido social, para vulnerabilizar a população. Alguém que passa o dia inteiro com medo de ser assaltado tem mais dificuldade, obviamente, para se articular politicamente contra uma elite que o domina’. O embaixador prosseguiu explicando que o crime organizado é fonte de recursos para essa elite, seja de forma direta, seja servindo como justificativa para o aumento de impostos.  

O embaixador apontou que outro aspecto dessa operação de dominação é a corrupção, que é mantida como fonte de recursos, mas também como forma de manutenção do poder nas mãos da elite corrupta. Ele disse: “tanto a promoção ou a impunidade do crime comum, digamos, quanto do crime de corrupção desmoralizam a sociedade. 

Araújo exemplificou: “Então as pessoas olham: quem que está se dando bem é o ladrão. Então por que eu não serei ladrão? Ou então por que eu vou combater o ladrão aqui no meu bairro, se eu vejo o ladrão nacional se dando bem? Por que eu vou passar valores para a próxima geração - de honra, de honestidade, de probidade -, se esses valores são punidos na sociedade e se quem tem chance de subir na vida é quem justamente pratica o inverso, pratica a roubalheira, a corrupção, etc.? Então, a corrupção, ela é um instrumento moral, ela é instrumento econômico, um instrumento de desmoralização justamente da sociedade, de esgarçamento ainda maior do tecido social, de quebra ainda maior de qualquer coesão que permita à sociedade se articular contra o Estado. E ela é uma maneira de trazer mais recursos para a mão das elites”.

O embaixador explicou: “então, tudo o que acontece no mundo e também na América Latina, mais ou menos desde o ano 2000, vai no sentido de retirar poder do indivíduo e colocá-lo na mão, não exatamente do Estado, colocá-lo através do Estado na mão da elite dirigente, que é a grande justificação para isso”. 

Araújo apontou: “o Judiciário, em vários países e também no Brasil, ele vai se tornando, nesse período, a casa de máquinas da elite. E ele vai se tornando a blindagem da elite. É ele que blinda a elite do povo. E ele deixa de ser a casa das leis. Ele passa a ser a casa do poder, ele passa a ser a casa que mantém o poder dos poderosos, entre os quais os próprios membros do Judiciário, mas não apenas eles. E esse Judiciário, nesse esquema de poder, ele é alçado a esse papel pelas elites, mas, ao mesmo tempo, ele não pode reinar sozinho, porque ele depende dessas elites políticas e dos serviços que ele presta para essas elites políticas. Ele ganha uma fatia muito importante do poder em todo esse esquema, mas não exerce esse poder sozinho. Então, o próprio termo juristocracia talvez não seja o melhor termo para a gente caracterizar, porque ele dá uma ideia de uma prevalência absoluta dos poderes judiciários. E não é exatamente assim. Os do Poder Judiciário são aqueles que justificam e, de certa forma, dão mais as caras nessa justificação, nesse combate contra o povo e nessa blindagem da elite. Mas eles estão ali juntinhos nos seus jantares com o restante da elite”. 

Araújo mostrou que a própria Constituição brasileira foi feita, desde o início, com a intenção de promover a continuidade desse modelo de concentração do poder nas elites. Ele ironizou: “A Constituição de 88 eu acho que ela responde à seguinte pergunta por parte da elite:  Como é que a gente vai roubar? Como é que a gente vai roubar com cara de democracia?”. O embaixador apontou que a Constituição proveu uma “cara de democracia” para um sistema essencialmente corrupto. Ele disse: “é a proposta da Constituição de 1988, de prover os instrumentos para uma elite corrupta continuar sendo corrupta. Mas por trás de uma excelente fachada de um muro democrático muito bem pintado, muito bem caiado”.

O embaixador disse: “E como é que isso é feito na prática? Com o surgimento progressivo de um presidencialismo de coalizão que surge já no período de transição do governo Sarney, mas se consolida depois do impeachment de Collor”. Araújo explicou como funciona o presidencialismo de coalizão: “Você foi eleito pelo povo, mas você governa aqui com uma galera e você tem que distribuir favores, emendas para um e para outro. E o Judiciário, eu acho que ele fica um pouco como um poder de reserva inicial. Acho que já existe ali um papel a ser representado pelo Judiciário na Constituição de 88”.

O embaixador ponderou: “Mas como papel, ele depende do ator. Então você, você tem lá um filme e você tem lá um papel, o personagem X. Mas se você escolher o ator tal ou ator outro, aquele papel vai ser completamente diferente. Um dos desafios do diretor, do produtor de um filme, é escolher os bons atores para cada papel. Então, aquilo está na Constituição. É uma sugestão de como as coisas podem funcionar. Depende, em grande parte dos atores saberem ter o talento para desenvolver aquele papel e eu acho que no primeiro momento, os atores do Judiciário eram, talvez, um pouco mais tímidos, mas o papel já estava ali”.

Nos últimos anos, até mesmo a liberdade de culto foi duramente restringida no Brasil, assim como diversas outras liberdades, em especial a liberdade de expressão, que é a base de qualquer democracia. As pessoas viram seus direitos de ir e vir, de trabalhar, de se expressar, de se informar, e de se manifestar, entre outros, serem suprimidos.  Cidadãos e empresas são perseguidos em inquéritos secretos e sofrem com medidas abusivas como prisões, buscas e apreensões, censura, bloqueio de redes sociais, e até mesmo confisco de propriedade. Tudo isso acontece graças à complacência subserviente do Senado Federal. 

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