O embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores do governo Bolsonaro, explicou, durante transmissão ao vivo, o significado das declarações do indicado de Lula ao Supremo Tribunal Federal, ministro Flávio Dino, sobre “ser comunista, marxista-leninista” e sobre agir segundo os preceitos de Lênin.
Araújo explicou: “o Lênin vai sustentar que a democracia é um falso caminho e que os comunistas que querem algum tipo de democracia estão no caminho errado, que não dá para construir a sociedade que eles querem - que é com o poder total para o partido -, na forma de uma progressiva conquista de determinados direitos, votados em parlamentos com separação de poderesm tudo isso. Não dá para ter democracia”.
O embaixador relatou como o termo social-democracia foi utilizado pelos comunistas, justamente para evitar a percepção negativa do termo “comunista”, exemplificando que Engels dizia que o termo, mesmo que impreciso, podia servir para designar um partido “cujo objetivo político último é a conquista do Estado como um todo e, consequentemente, da democracia, também”.
Ele explicou: “social-democracia era um nome que se achava aceitável para o comunismo. Talvez justamente porque disfarçasse mais o objetivo mais cru. O comunismo é uma palavra que já nasce com uma conotação negativa, mesmo antes de ter havido todas as matanças promovidas pelo comunismo. Já no século XIX, as pessoas já respiravam alguma coisa, farejavam alguma coisa muito ruim no comunismo”.
Ernesto Araújo mostrou que Lênin utilizou, de forma pragmática, o termo “social-democracia” porque se prestava a seus objetivos, que não incluíam a democracia. Araújo disse: “O importante é que por trás dessa designação, que, reconhecidamente, pode enganar muita gente, por trás dessa designação existe uma realidade, existe um programa efetivo. E qual é esse programa efetivo? Não é o socialismo. O socialismo é apenas um aspecto secundário. O objetivo efetivo é o poder, é a conquista do Estado como um todo e a destruição da democracia”.
O embaixador explicou como os marxistas exploraram o conceito de uma sociedade sem estado, e como Lenin utilizou esse conceito para defender o fim da democracia. Ele disse: “enfim, a doutrina marxista leninista fundamentalmente é essa, essa sucessão de uma sociedade burguesa para um estágio da ditadura do proletariado como o socialismo, e na forma de um instrumento para chegar ao comunismo”.
Araújo explicou que Lênin defendeu o uso da violência contra os próprios compatriotas, com o fim de promover a revolução, e disse: “Esse é o pensamento que está na forma do comunismo soviético, que depois é a forma do stalinismo, que é a forma dada pelo Partido Comunista do Brasil, o PC do B e que, entendo, é a forma esposada pelo Flávio Dino quando ele diz que é marxista comunista, que o faz que Lênin recomendava. E ele é membro, foi membro de um partido que dá esse tipo de visão do Lênin e depois, através da forma do Stálin, que se coloca como o verdadeiro herdeiro de de Lênin”.
O embaixador explicou: “é isso que está acontecendo no Brasil: a destruição da democracia. A destruição da democracia é o que Lenin recomendava. E nós estamos vendo a implementação da fase da substituição de uma democracia chamada burguesa: democracia clássica, democracia com divisão de três poderes, com eleições livres e limpas, com independência dos três poderes, com liberdades básicas, liberdade de expressão, com Estado de Direito, direito à ampla defesa. Estamos vendo o desaparecimento de tudo isso”.
Araújo lembrou que a população é excluída dessas decisões, como também o foi na revolução russa. Ele disse: “então, no Brasil, o que se instala? Se fosse Lênin, seria a fase da ditadura do proletariado. Só que não. E é exatamente isso. É a fase de exercício da violência de uma parte da sociedade sobre a outra. Qual é a parte da sociedade que tem o monopólio da violência? É o corruptariado, ou seja, os corruptos instalados em diferentes lugares do Estado, outros não necessariamente com cargos no Estado, mas com o poder, é exercido junto a esse Estado, e suas associações com o próprio crime organizado, que passa a ser um dos implementadores dessa violência de um grupo sobre outro grupo da sociedade. Sim, esse corruptariado é muito pequeno, é muito pouca gente, mas com muito poder”.
Ernesto Araújo explicou: “é uma parcela ínfima da população. No entanto, eles são a classe dirigente, são a classe que tem o poder e que exerce a violência sobre todo mundo, inclusive através do crime. Então, quando o crime organizado exerce violência sobre as pessoas, isso não é um acidente no nosso esquema. Isso é porque o crime faz parte do corruptariado e tem as mãos livres, tem as mãos liberadas pelos diretores do corruptariado para promover essa violência contra as pessoas, porque é a maneira de implementar o poder”.
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