Em vídeo divulgado pelas redes sociais, o desembargador aposentado Sebastião Coelho explicou as pautas da manifestação marcada pelo povo para o dia 10 de dezembro. Ele disse: “dia 10/12, domingo, todos nas ruas. Vamos dizer não aos abusos de poder do Supremo Tribunal Federal. Vamos dizer não à tentativa de implantação da pauta comunista no nosso país. Vamos dizer não à conivência de boa parte do Congresso Nacional com o que está acontecendo, com o que está sendo feito pelo poder Executivo e pelo poder Judiciário”.
Ele acrescentou: “Mas nós temos uma pauta prioritária, urgentíssima, que é impedir a ida do comunista Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal. Vamos dizer aos senadores de forma clara, sem nenhuma dúvida, que não queremos esse cidadão Flávio Dino, comunista, na Suprema Corte do nosso país. A sua família conta com você. O seu futuro depende de você. Depende de sua ação, hoje”
A presidente da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV), Gabriela Ritter, também divulgou um vídeo explicando a necessidade de mobilização e pedindo a participação dos cidadãos. O advogado Ezequiel Silveira disse:
“Assim como fizemos no dia 22/11, em frente ao STF, neste domingo, às 10h, na Esplanada dos Ministérios em Brasília e em diversas capitais pelo Brasil, estaremos nas ruas pedindo:
- Justiça para Cleriston
- Responsabilização do Ministro Alexandre de Moraes
- Liberdade para os presos políticos e
- Não a Flávio Dino no STF!
A hora é agora. O tempo do medo acabou!”
Vários parlamentares e cidadãos também se manifestaram pelas redes, dizendo que irão às manifestações e convidando outros a participarem. O senador Magno Malta disse: “A morte de Clezão, em cárcere, está diretamente ligada com a libertação do nosso país. A nossa nação é forte, cristã e não pode ser governada por uma minoria que simplesmente rejeita tudo em que acreditamos. Eles não são nossos senhores, o nosso Senhor é Jesus Cristo e é somente nele em que temos plena confiança. Vamos em frente, sem medo, com a cabeça erguida, por um Brasil livre desses tiranos”.
Apesar de alguns senadores agirem no limite de seus poderes para frear os atos autoritários de ministros das cortes superiores, a Casa legislativa, como um todo, permanece cega, surda e muda, indiferente aos ataques à democracia, graças ao seu presidente, Rodrigo Pacheco, que engaveta todos os pedidos de impeachment de ministros de cortes superiores que chegam às suas mãos.
Os senadores há muito tempo têm conhecimento dos inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, utilizando delegados da polícia federal escolhidos a dedo para promover uma imensa operação de “fishing expedition” contra seus adversários políticos. O desrespeito ao devido processo legal e a violação ao sistema acusatório são marcas dos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro e já foram denunciados pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, que promoveu o arquivamento do inquérito das Fake News, também conhecido como “Inquérito do Fim do Mundo”, e também por inúmeros juristas, inclusive em livros como “Inquérito do fim do Mundo”, “Sereis como Deuses”, e no mais recente “Suprema desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil”. O ministro Alexandre de Moraes também já foi chamado de “xerife” pelo então colega Marco Aurélio Mello pelos excessos cometidos em seus inquéritos. Na imprensa internacional, as denúncias vêm se avolumando. O ministro Kássio Nunes Marques consignou, em voto, as violações de direitos humanos nas prisões em massa ordenadas por Moraes. Apesar das constantes denúncias, o Senado brasileiro segue inerte.
Os senadores sabem sobre os jornais que foram “estourados” e tiveram todos os seus equipamentos apreendidos, e sabem sobre os jornalistas perseguidos, presos e exilados. Os senadores não apenas foram informados sobre a invasão de residências de cidadãos e apreensão de bens, mas também viram, sem qualquer reação, operações contra seus próprios membros, o senador Arolde de Oliveira e o senador Marcos do Val. Os senadores sabem que muitos meios de comunicação vêm sendo censurados há muito tempo. Os senadores souberam sobre a prisão do deputado Daniel Silveira, em pleno exercício do mandato, por palavras em um vídeo. Os senadores sabem que o ex-deputado voltou a ser preso, por supostas violações a medidas cautelares que foram impostas em um processo que tinha sido extinto pela graça presidencial. Os senadores sabem que a graça presidencial, constitucional, foi cancelada. Os senadores foram informados sobre a perseguição a jornalistas, que são censurados, impedidos de exercerem sua profissão, e têm bens e redes sociais bloqueados. Os senadores sabem que ativistas passaram um ano em prisão domiciliar, sem sequer denúncia, obrigados a permanecer em Brasília, mesmo morando em outros estados. Os senadores sabem das violações a prerrogativas de advogados. Os senadores sabem sobre a prisão de Roberto Jefferson, presidente de um partido, e sua destituição do cargo a mando de Moraes. Os senadores sabem da censura a parlamentares. Os senadores sabem que jornais, sites e canais conservadores têm sua renda confiscada há ma dois anos. Os senadores sabem sobre as prisões em massa sem individualização de condutas, sob acusações descabidas. Os senadores sabem sobre as multas estratosféricas e confiscos de propriedade. Os senadores sabem que crianças ficam presas com seus pais, sem meios de sustento, em “cautelares” sem prazo para acabar. Os senadores sabem que Clériston Pereira da Cunha morreu no cárcere, com um pedido de soltura aguardando que o ministro se dignasse a apreciar. Os senadores sabem que outras pessoas presas injustamente só foram soltas após a morte do preso político no cárcere. Os senadores conhecem muitos outros fatos. Mesmo assim, todos os pedidos de impeachment, projetos de lei, e requerimentos de CPI seguem enchendo as gavetas do sr. Rodrigo Pacheco.
Há mais de quatro anos, o ministro Alexandre de Moraes conduz, em segredo de justiça, inquéritos políticos direcionados a seus adversários políticos. Em uma espécie de “parceria” com a velha imprensa, “matérias”, “reportagens” e “relatórios” são admitidos como provas, sem questionamento, substituindo a ação do Ministério Público e substituindo os próprios fatos, e servem como base para medidas abusivas, que incluem prisões políticas, buscas e apreensões, bloqueio de contas, censura de veículos de imprensa, censura de cidadãos e parlamentares, bloqueio de redes sociais, entre muitas outras medidas cautelares inventadas pelo ministro, sem qualquer chance de defesa ou acesso ao devido processo legal.
O mesmo procedimento de aceitar depoimentos de testemunhas suspeitas e interessadas, e tomar suas palavras como verdadeiras, se repete em diversos inquéritos nas Cortes superiores. A Folha Política já teve sua sede invadida e todos os seus equipamentos apreendidos a mando do ministro Alexandre de Moraes. Atualmente, a renda do jornal está sendo confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, com o aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Todos os rendimentos de mais de 29 meses de trabalho de jornais, sites e canais conservadores são retidos sem qualquer base legal.
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