Em entrevista à TV Record, o ex-presidente Jair Bolsonaro falou sobre as operações da polícia federal a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, rebateu narrativas propagadas pela velha imprensa e questionou a narrativa de “golpe de estado” no 8 de janeiro, lembrando o papel do governo Lula nos atos de vandalismo ocorridos em Brasília.
Bolsonaro lembrou que houve duas operações da polícia federal contra ele no espaço de poucos dias. Ele ironizou o aspecto “cinematográfico” da primeira operação, em sua casa em Angra dos Reis, apontando que havia supostos vazamentos de informações da polícia federal, com a divulgação de completas mentiras pela velha imprensa para prejudicar sua imagem. Ele disse: “Foi a segunda [operação de busca e apreensão] em poucos dias. A primeira foi realmente o cinema. Até pelo que foi “vazado” pela Polícia Federal, como se tivesse fugido de barco, que haviam encontrado o laptop da Abin na casa do meu filho. É desmentido algumas horas depois, mas isso vai para todo o Brasil e para o resto do mundo (...) Então, esse ‘vazamento’ foi proposital, visando me desgraçar. (...) A segunda operação da PF, agora, vieram buscar o meu telefone, buscar o meu passaporte (...) E vieram buscar também o telefone celular de um assessor do PL que me acompanha sempre aqui”.
O ex-presidente lembrou que as buscas também ocorreram na sede do Partido Liberal, o maior partido de oposição ao governo Lula, e que a velha imprensa divulgou espalhafatosamente que teria sido encontrada uma “minuta de golpe”. Bolsonaro ironizou: “mais uma”. O ex-presidente mencionou as narrativas de que esta minuta preveria a decretação do estado de sítio, e esclareceu que o estado de sítio é uma possibilidade constitucional, mas que só pode ser decretado após consultar os conselhos da república e de defesa, e em seguida pedir autorização ao Congresso Nacional.
Bolsonaro relatou: “esses papéis que foram encontrados lá pela manhã, também vazou, e caiu o mundo na minha cabeça novamente, que ‘ali estava a prova do golpe’. Bem, rapidamente nós conversamos com advogados e buscamos saber como aqueles papéis estavam lá. E, no final da tarde, foi descoberto. Comprovadamente. Aqueles papéis eram peça de um processo que o advogado havia conseguido junto ao ministro Alexandre Moraes, que é o relator daquele inquérito. Então, era peça de processo. Nada de novidade ali. Bem, se fazem os desmentidos, mas fica sempre aquela pecha. Martelando o tempo todo, como se eu tivesse um plano de golpe em 2022”. O ex-presidente lembrou que a narrativa de que ele tentaria dar um golpe foi martelada pela velha imprensa desde o momento em que ele assumiu o governo, em 2019.
Questionado sobre a prisão do presidente do PL durante a busca e apreensão, Bolsonaro questionou os dois aspectos da decretação da prisão. Inicialmente, ele corrigiu a informação de que Valdemar Costa Neto teria sido preso por porte ilegal de arma, explicando a diferença entre posse e porte de arma, e prosseguiu: “mas o que mais pesou pela prisão dele foi por ter uma pepita de ouro, (...) baseado numa lei bem antiga. Na época, a intenção foi para evitar o contrabando desse material, que não surtiu efeito”. Bolsonaro comentou: “E hoje, você vê, eu desconheço qualquer pessoa presa por estar portando uma pepita de ouro por aí”.
Bolsonaro disse: “pelo que fiquei sabendo, ele foi para a audiência de custódia. O juiz que poderia decidir não compareceu. Compareceu apenas um outro, para verificar as possíveis ilegalidades por ocasião da prisão dele. Pelo que eu sei, ele continua detido ainda. Vou ligar logo mais para o advogado dele, já que eu repito, ele está preso. Mas se não estivesse preso, não poderia falar com ele. Absurdo!”
Questionado sobre o impacto da operação sobre a oposição, o ex-presidente afirmou: “Sempre atrapalha a gente, assim como impactou as eleições de 2022: só via página da direita ser derrubada. Só gente da direita ser presa, só gente da direita ser perseguida. Nunca ninguém da esquerda. Então há uma clara intenção por parte de certas autoridades em Brasília, de perseguir a direita. Não há a menor dúvida no tocante a isso”.
O ex-presidente foi questionado sobre a fala do general Augusto Heleno durante a reunião de ministros que foi divulgada, em que o general falou sobre “monitorar os dois lados”. Bolsonaro lembrou que já houve a divulgação de outra reunião ministerial antes, quando o ex-ministro Sérgio Moro o acusou de “interferência na polícia federal”, e apontou: “mostrou-se que não tinha nada ali”.
Bolsonaro relatou: “O que eu costumava fazer? Gravava as reuniões, para depois recortar os pedaços para usar nas mídias sociais. (...) Aqui é 2020, foi abril, 2020. Essa outra não era para ter sido gravada, mas eu não dou importância para isso. Pode gravar, não tem problema. Tanto é que foi gravado e a divulgação dela, não vejo nada de mais. Tem trechos muito importantes que eu vou fazer o recorte e vou divulgar, porque eu nem sabia que existia essa gravação. Se alguém tivesse pedido para gravar, eu autorizaria. Foi gravada sem autorização, mas não tem problema nenhum. Em dado momento, o Heleno falou que iria seguir os dois lados, se inteirar dos dois lados. Era o trabalho da inteligência dele, que eu não tinha participação nenhuma. Eu raramente usava as inteligências que nós temos nas forças armadas, a própria Abin, a polícia federal. Eu não vejo nada demais naquilo. E o Heleno queria se estender sobre o assunto, e eu dei aquela cortada. Não é o caso de dar detalhes aqui. Vai fazer uma operação? Faça. A Abin tem esse poder de fazer operações, para preservar as pessoas, até”. O ex-presidente exemplificou lembrando que, ainda em 2018, foi alvo de um ataque armado, e sua vida foi salva graças à ação dos policiais federais que haviam feito um trabalho prévio de inteligência e traçado rotas para os hospitais próximos. Ele disse: “eles levantavam todas as possibilidades de eu sofrer um ataque, como eu sofri (...) Como é que vai saber se vai levar uma fac**, um ti**, se o pessoal da Polícia Federal não buscar informações ali na localidade, no caso em Juiz de Fora?”
O ex-presidente rebateu as acusações de ter interesse em um golpe de estado cumulado com a abolição do estado de direito. Ele disse: “Olha, esse termo golpe de Estado, abolição do Estado de Direito é completamente equivocado. É um crime falar nisso aí. O pessoal do 8 de janeiro, no meu entender, foram levados para uma armadilha da esquerda. Mas o que aconteceu foi baderna. Ninguém tentou de forma violenta, usando armas, como estão sendo acusadas e condenadas a até 17 anos de cadeia por causa disso, para mudar o Estado de direito. Num domingo, tudo fechado em Brasília. E outra coisa, quando se fala em golpe de estado, geralmente é algo tramado na surdina. Tem que ter força, ou militar, tem que ter armas. Não teve nada disso. E outra coisa, os 1500 acusados de tentativa de golpe de estado. Olha, 1500 pessoas saem, partindo para um golpe, e ninguém sabia de nada. Obviamente, uma situação dessa, hipotética, como eles alegam, o negócio tinha que vir sendo programado”.
Bolsonaro ironizou: “alguns querem jogar até em mim a responsabilidade. Eu não estava no Brasil. Como é que eu vou dar um golpe de fora do Brasil?”. Ele lembrou que, no dia 8 de janeiro, os comandantes militares já eram os indicados por Lula, e disse: “Eu não tinha mais nada a ver com isso. E aquelas pessoas, no meu entender, estão sendo injustamente condenadas. Então, nunca existiu uma tentativa de golpe no Brasil durante o meu governo. Eu discutia tudo com todos os meus 23, 22 ministros sobre tudo o que acontecia, exatamente pra você se precaver”.
Bolsonaro lembrou: “Os movimentos que a direita fez ao longo do meu mandato, que era uma coisa fantástica. Nunca vi isso. Tanta gente. Você não viu uma lata de lixo virada, uma vidraça quebrada, papel no chão, pessoas extremamente educadas. E assim se comportou o meu governo. Agora, quando fizemos a transição, dois meses, sem problema nenhum, eles tiveram acesso a tudo, então nada foi sonegado para eles. Eu fui embora pacificamente”.
Questionado sobre a possibilidade de algum integrante de seu governo ter participado de alguma articulação que visasse a um golpe de estado, Bolsonaro disse: “Eu não acredito nisso. Vontade de fazer as coisas, indignação, sempre acontece. Você pode ver: até nessa reunião de ministros, eu falei: espera acontecer para tomar providência”.
Bolsonaro lembrou alguns dos motivos para a indignação das pessoas, mostrando que a direita foi amplamente censurada durante a campanha eleitoral. Ele apontou: “durante o período eleitoral, o TSE ser me proibiu de mostrar imagens do 7 de setembro; me proibiu de mostrar imagens da ONU e também do enterro da rainha lá no Reino Unido; me proibiu de mostrar o Lula defendendo o aborto, o Lula defendendo ladrões de celulares como se fosse bacana, porque era um direito, de tomar uma cervejinha; me proibiu de mostrar Lula ao lado de Maduro, ao lado de Ortega, da Nicarágua, que prende padres, pastores, todos os opositores estão presos; me proibiu de mostrar o Lula com o CPX. Me proibiu de fazer live na casa que eu ocupava”. Ele lembrou ainda que o TSE fez uma intensa campanha para o alistamento de jovens, e questionou: “houve interferência ou não?”. Ele disse: “houve. Hoje você não pode tocar nesse assunto, que é crime. Após a sua matéria, eu posso receber a visita da PF aqui para uma outra busca e apreensão ou até outra medida mais gravosa do que essa. Então houve influência? Sim, houve. Foi essa a verdade. Não é choro de perdedor, não”.
Bolsonaro disse: “Olha, eu estou com 68 anos de idade, sou calejado para vida, 15 anos no exército, fui vereador dois anos, 28 de parlamento, quatro de presidente. Você tem que ter uma estabilidade. Você não pode se apavorar. Eu sabia que ia ser perseguido. Não tanto, dessa forma. Até o ministério público pede para arquivar o inquérito das baleias. E daí o governo, através de seu órgão, o Ibama, recorre. Daí cai na mão de outra pessoa, o MP abre o processo. Importunação de baleia. Você vai aqui na região aqui do Guarujá, Santos… ali tem empresa de turismo, ‘Venha conhecer as baleias’. Esse cara mostra o vídeo, o barco em cima da baleia. E comigo, o que aconteceu? Eu estou pronto para depor, mudaram o local. Vou prestar o depoimento. É uma perseguição enorme, tentando te abalar emocionalmente o tempo todo”.
Questionado se acredita que pode vir a ser preso, Bolsonaro disse: “até você pode ser preso hoje em dia. Não tem mais estado democrático de direito no Brasil. Não existe isso aí. Não existe. Até, por exemplo, o meu processo não podia estar no Supremo. É a primeira instância. Eu não tenho foro privilegiado. Onde o Lula foi julgado no caso do mensalão? Lá em Curitiba. Por que, para mim, tem que ser diferente? Está na mão de um núcleo menor de pessoas, que nós sabemos ali que, parece que tem um ou outra pessoa ali, que o prazer deles é me ver numa pior, um dia. Agora…. me reviram, me bota de cabeça para baixo e não sai nada aí”. Ele lembrou que a própria narrativa de “minuta golpista de estado de sítio” durou poucas horas, e acrescentou: “teremos outras”.
Bolsonaro questionou as prisões de seus auxiliares, assim como as proibições de contato, que chegam a incluir os advogados. Ele disse: “É uma coisa que não se sustenta, não tem razão de ser e achou-se isso como uma forma de me perseguir. Perseguir como? Fazendo a pesca probatória. Toda hora chega, pega telefone de todo mundo. A primeira vez que estiveram aqui em casa, a PF aqui, pegou de todo mundo. Tinha um senador. Flávio estava aqui”. Ele lembrou que, na operação contra o vereador Carlos Bolsonaro, a ordem era ir onde ele estivesse e apreender os equipamentos de todos os presentes no local, e disse: “Inclusive estava escrito lá se você estivesse no hotel, todos que estivessem no hotel iam ter seu equipamento apreendido. Então esses absurdos vêm acontecendo”.
O ex-presidente mencionou o caso de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, preso político do ministro Alexandre de Moraes que morreu no cárcere porque o ministro não analisou o pedido de soltura feito pela Procuradoria-Geral da República. Bolsonaro disse: “Como você vê o caso do Clezão: o MP foi favorável à soltura dele. Quem é o Clezão? Você pode ver quem era Clezão: era um cidadão trabalhador, que tinha problema de saúde”. O ex-presidente relatou que, em outros casos do dia 8 de janeiro, o ministério público estaria enfrentando dificuldades em realizar acordos de não-persecução penal por serem pessoas sem endereço fixo. Ele disse: “mais de 100 pessoas, estão com dificuldade porque são moradores de rua, catador de latinha. Os caras iam lá nos quartéis em Brasília, iam comer, eram bem tratados. E foram enquadrados”.
Bolsonaro lembrou: “Foram presos no total 1500, quase todos pessoas de bem, com a Bíblia debaixo do braço, com a bandeira. E houve o quebra quebra que todos nós não concordamos com isso. A esquerda sempre fazia muito pior. O nosso pessoal nunca fez, por isso eu acho que foi uma armadilha”. O ex-presidente questionou as imputações feitas contra os réus do 8 de janeiro, dizendo: “Agora, dizer que aquelas pessoas eram terr***? Se fossem, por que o general G Dias passeava entre eles tranquilamente?”
O ex-presidente lembrou que as imagens das câmeras de segurança, que poderiam esclarecer os fatos ocorridos no dia 8, desapareceram, embora estivessem sob a custódia de membros do governo Lula. Ele lembrou que as imagens do general G. Dias interagindo com os invasores acabaram sendo divulgadas, mesmo após o governo dizer que elas não existiam. Bolsonaro disse: “você só teve acesso a essa imagem quando uma rede de televisão resolveu botar no ar, porque lá atrás só passou só se divulgou uma imagem de um magrinho derrubando um relógio, com uma camisa com a minha estampa. E daí, o que o que o governo falava? Que não tinha mais imagens. Mas apareceram essas imagens. A mesma coisa, as imagens do ministério da Justiça”.
Bolsonaro questionou: “Se alguém queria dar um golpe, e eu sou suspeito, por que não mostra as imagens? Por que esconde as imagens? Mostra! Eu não quero falar o que eu sei, quem estava ali do lado, para não me chamarem de leviano. Mas eu sei quem estava ali do lado, eu sei que aquilo poderia ter sido evitado”.
O ex-presidente ironizou a viagem de Lula ao interior de São Paulo exatamente naquela data. Ele disse: “Por que o Lula de manhã foi para Araraquara? Estava preocupado com chuvas de dezembro, mas não foi visitar Santa Catarina embaixo d'água? Não foi em certas regiões e não está indo. Foi naquele domingo”. Bolsonaro disse: “Foi combinado, com toda certeza: sai da cena do crime, saia da cena do crime, porque nós vamos ter o nosso objetivo aqui, vamos ter o nosso “capitólio tupiniquim” aqui em Brasília”.
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