Durante sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado que aprovou um projeto de lei que acaba com as “saidinhas” de presos, o senador Magno Malta destacou como a mera possibilidade de se respeitar as vítimas de crimes deve ser comemorada, ainda que o projeto volte a ser tragado pelas “burocracias” da Casa Legislativa que vêm, há muitos meses, impedindo sua tramitação.
Magno Malta disse: “este é um dia ímpar e histórico na vida deste Parlamento, que há muito não tem feito outra coisa senão se curvar ao sistema. Nesta sessão de hoje, nós não estamos aqui falando de benefícios a bandidos, a facínoras, est**, assassinos, ladrões, atacadores da honra alheia, acintosos contra a natureza humana, enquanto ninguém fala de vítima. As pessoas vitimadas que estão vendo esta sessão certamente estão respirando, como que "será que agora alguma coisa será feita?"”.
O senador lembrou algumas vítimas de criminosos, que morreram enquanto os parlamentares aproveitavam suas férias e deixavam de debater, analisar e votar os projetos de interesse da sociedade. Malta disse: “Nós temos aqui o militar Roger Dias da Cunha, 29 anos de idade. A Renata Teles, o Gustavo Ernest de agora. Essa saidinha é de quando? É de quando que acontece isso? De quando alguns estão, como João Batista, clamando no deserto? (...) O que estão sentindo?”.
Magno Malta lamentou a posição do governo Lula e de seus aliados em relação ao crime. Ele disse: “quando você tem um Ministro da Justiça que, no seu discurso de posse, diz que precisamos amenizar os pequenos crimes, ele está zombando das vítimas. O que é humanizar pequenos crimes? É roubar um celular? É matar uma mulher grávida num ponto de ônibus por um celular? E aí tem que humanizar, porque era um celular. E aí a gente tem um Senador que virou Ministro do Supremo, que vai assumir, que já deixou alguns projetos protocolados aqui - está na mídia, vazou -, projetos para humanizar pequenos crimes. Tudo combinado, tudo me engana que eu gosto. Tudo combinado, glamourização de crime. Sabe por quê? Porque isso aí é um nicho de voto”.
O senador disse: “Não tem que ter saidinha de maneira nenhuma. Os índices são altíssimos, e, ainda que não fossem altíssimos, seria crime do mesmo jeito. Ainda que fosse uma vida... A Bíblia diz que uma vida vale mais do que o mundo inteiro. Quando uma vida é tirada de forma acintosa, para subtrair alguma coisa que alguém ganhou com o suor, é preciso que haja o grito dos bons, porque os maus transitam com grande facilidade”.
Malta lamentou: “Está aí: a destruição da Lava Jato. Estão aí os "colarinhos-brancos", todo mundo na rua e pedindo o dinheiro de volta. O cara delatou, entregou a zorra do dinheiro, agora estão pedindo de volta. Sérgio Cabral está fazendo live. Nós estamos vivendo no país de Alice, em O Fantástico Mundo de Bobby”.
O senador comparou o tratamento dado aos presos políticos com o tratamento oferecido a criminosos: “Está aí: quem combateu o crime virou criminoso. Quem nunca cometeu nenhum tipo de crime foi digno de ter saidinha? Muito pelo contrário: continuam presos, com a tornozeleira eletrônica, enquanto quem comete crime… Quem matou Clezão, se tinha pedido do Ministério Público para ele ser solto? Quem o matou? Quem matou o Clezão? Quem mandou esfaquear Jair Bolsonaro? Quem matou Marielle? Nós já sabemos. Quem? Já sabemos quem mandou matar Marielle. A procedência, de onde veio... Quem matou esfa*** Jair Bolsonaro? Ninguém fala nada!”
Magno Malta resumiu: “se nada acontecer daqui para frente, pelo menos foi uma sessão de respeito aos órfãos, às viúvas, aos viúvos, aos trabalhadores que foram mortos de forma covarde na mão daqueles que se alegram, que zombam de nós, que, na saidinha, depois fazem uma selfie com fuz** na mão e que postam, porque eles sabem que, na audiência de custódia, o culpado não será ele, será o policial!”.
O senador rebateu a alegação do presidente da Comissão, que queria enviar o projeto à Comissão de Constituição e Justiça para mais uma longa tramitação, e pediu que fosse votado um requerimento de urgência. Malta pediu ainda um minuto de silêncio pelas vítimas, e foi atendido.
Falando pouco depois, o senador Esperidião Amin lembrou que, independente das narrativas sobre a rigidez do regimento do senado, é perfeitamente comum a aprovação de regime de urgência quando o assunto é de interesse dos caciques. Esperidião Amin lembrou: “Magno Malta, você fez um uma locução importantíssima, porque você mencionou o nome das vítimas. (...) Acho que a saidinha exorbitou, passou do limite. E os fatos é que nos trouxeram até aqui, e os fatos, respeitada a vontade dos plenários, estão acima do Regimento, porque aconteceram, e acontecerão mais uma vez. (...) E sintetizo: sou a favor e lhe peço que, em respeito ao pedido do plenário, submeta o requerimento de urgência. Se não vai para o Plenário, é outro problema. Caberá à Mesa explicar por quê. Eu não gostaria de estar na Presidência do Senado e explicar: "Olha, tem que passar pela Comissão de Justiça". Porque senão a gente vai lá no Arquivo e vê quantos antecedentes nós temos de matérias não tão conspícuas que já mereceram a urgência da deliberação do Plenário”.
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