Em pronunciamento no Senado Federal, o senador Izalci Lucas protestou diante da disseminação do estado de insegurança jurídica no Brasil, frisou a culpa do Governo Lula no que concerne aos eventos de 8 de janeiro, apontou como relatório da ABIn recentemente publicado corrobora e fundamenta tais conclusões, apontou como o General Gonçalves Dias, ministro de Lula, foi informado antecipadamente, e questionou a blindagem aberta a membros do governo Lula, enquanto cidadãos são perseguidos.
O senador disse: “É preocupante realmente essa situação, e a gente vê uma certa insegurança democrática. Eu, que me dediquei muito na CPMI do dia 8 de janeiro, pude fazer um relatório de mais de 1,5 mil páginas, no qual está muito claro, deixei claro, documentado e fundamentado de que realmente o Governo Federal poderia ter evitado o que aconteceu no dia 8 de janeiro se realmente houvesse interesse disso”.
Izalci Lucas apontou que o relatório da Abin que foi divulgado corrobora o que ele afirmou na CPMI, ou seja, que o GSI sabia com antecedência o que ocorreria. Ele disse: “a gente vê esses atos que foram cometidos nesses últimos anos e meses e, agora, inclusive, com essas operações de hoje. A gente vê com certa preocupação esse enfrentamento, essa rixa, essa forma que está sendo adotada no sentido de vingança, porque o Presidente deixou isso muito claro, o Presidente Lula: vingança com relação à Lava Jato, com relação ao nosso Senador e ex-Ministro Sergio Moro e tudo aquilo que estão condenando com relação à Operação Lava Jato está sendo praticado da mesma forma contra, realmente, os operadores da Lava Jato”.
O senador apontou que os atos de vingança e perseguição são graves e ameaçam o estado de direito. Izalci disse: “Eu acho que a gente precisa realmente ter uma conversa, as pessoas, realmente, o Presidente da Câmara, do Senado, a gente precisa conversar um pouco mais para dar uma segurança maior, porque, de fato, o caminho que a gente está vendo é essa ditadura e que pode levar realmente a consequências graves para nós, inclusive para a democracia. Então, é uma preocupação realmente da forma como está sendo feito. É evidente que o Ministro, através das suas decisões monocráticas, extrapola realmente, porque, de fato, ele, como vítima – e se colocou como vítima em algumas situações –, não poderia estar à frente desses processos em que ele é vítima. Então, é preocupante, é um momento delicado, esse momento de hoje, principalmente com busca e apreensão em partido político, e a gente vê que a intenção clara e nítida é no sentido de prejudicar o avanço agora nas eleições municipais e depois também nas eleições de 2026. Então, fica aqui o alerta. Nós estaremos acompanhando passo a passo isso, mas não podemos ficar aí aguardando, simplesmente assistindo a esses fatos que vêm ocorrendo, que podem levar a uma situação grave com relação ao Poder Legislativo e à democracia brasileira”.
Investigações seletivas estão comuns no País. No Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes conduz inquéritos sigilosos contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um desses inquéritos, a sede da Folha Política foi invadida e todos os equipamentos do jornal foram apreendidos. Após a Polícia Federal atestar que não havia motivos para qualquer indiciamento, o inquérito foi arquivado a pedido do Ministério Público, mas o ministro abriu outro inquérito de ofício e compartilhou os dados do inquérito arquivado. Atualmente, a renda do jornal está sendo confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, em atitude que foi elogiada pelos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Há mais de 31 meses, toda a renda de jornais, sites e canais conservadores está sendo retida, sem qualquer base legal.
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