domingo, 24 de março de 2024

Delegado Bilynskyj e Tenente-Coronel Zucco abordam dura perseguição contra Mauro Cid e repudiam métodos de Moraes contra cidadãos: ‘Gravidade enorme’


Durante transmissão ao vivo pelas redes sociais, os deputados federais Tenente-Coronel Zucco e Paulo Bilynskyj, e o deputado estadual Gustavo Victorino debateram a nova prisão do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Coronel Mauro Cid, e questionaram os métodos utilizados na investigação de Cid e também das outras pessoas que sofrem perseguição política no Brasil. 

O deputado Tenente-Coronel Zucco apontou os efeitos da perseguição:  “O Cid, realmente, hoje está com a vida destruída. Ele, a esposa, o pai. A família perdendo muito dinheiro. A VEJA expôs os áudios. Ele está falando da pressão. Eu achei de uma gravidade enorme. Ele sabe que, se não ceder, vai mofar na cadeia”.

O delegado Paulo Bilynskyj, por seu turno, desabafou: “Se eu sofresse uma perseguição dessas, não ia ter nem como começar a me defender. Eu não tenho grana para pagar advogado. Pensei: Se acontecesse algo como isso, eu ia sentar e mofar. Já pensou no quanto todo mundo está gastando para se defender de acusações vazias? Esse tipo de cruzada para destruir a vida do cara. A vida profissional, financeira, familiar. Vai tudo embora. É tudo destruído”. 

O deputado prosseguiu comparando o trabalho da polícia federal sob o comando de Alexandre de Moraes com o trabalho normal das polícias. Ele disse: “O segundo pensamento que tive é: como era diferente a minha postura como delegado de Polícia quando se compara com o que a gente está vendo hoje no Brasil. A gente fazia um trabalho na categoria. Investigação séria. Buscava imagens, testemunhas, fazia interceptação telefônica, fazia quebra de sigilo bancário, financeiro. Fazia um negócio bonito, um relatório bonito, um inquérito bonito. No final, você tinha a resposta. Tenho 10 anos de polícia e nunca fiz esse tipo de chantagem. Uma tort*** psicológica vezes dez. Um negócio absurdo. É muito triste a gente ver isso acontecendo no Brasil, saber que é esse o nível de trabalho da Polícia Federal e dos demais órgãos. Penso no que a gente vai ter que fazer para resolver esse tipo de coisa em 2026. Se está nesse nível, não vai ser fácil retomar o barco. Vai dar muito trabalho”.

Zucco, por sua vez, apontou: “Comentaram que existem mensagens, a esposa dele teria ficado desesperada. Não só com a volta do esposo à prisão, mas com toda essa exposição, já que eles não têm recursos, como o Paulo comentou. E os áudios vazados, de que ele teria que concordar com as narrativas, como comentamos antes. A pressão que ele tem, o negócio da delação premiada (...). Imagina, como ele comentou. Pessoas que depredaram pegaram 17 anos de cadeia. Imagina as pessoas que podem ser veiculadas como mentores. O cara não sai mais da cadeia. Isso é algo muito preocupante. Estamos debatendo a questão da anistia na Câmara dos Deputados (...). Hoje, a democracia é relativa. Dependendo do que você fala, tem algo muito forte contra você”.

Nesse contexto, o deputado Victorino desabafou: “Não temos mais democracia. Vamos ser realistas. Estamos em uma ditadura. Moraes acorda de mau humor, manda prender três e pronto. Não precisa de justificativa. Tem gente que nunca teve multa de trânsito na vida e foi condenada a 17 anos de cadeia. Mauro Cid teve a vida destruída. O Brasil foi tomado. A coisa fugiu ao controle. Gente presa, gente que perdeu patrimônio de uma vida toda”.

No contexto atual do Brasil, muitas pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, e exposição indevida de dados, entre outras. 

No chamado ‘inquérito do fim do mundo’, e nos inquéritos dele decorrentes, já houve: prisões políticas sem que houvesse sequer indiciamento das pessoas presas; imposição de uso de tornozeleira eletrônica e ‘prisão domiciliar’ em endereço diferente de onde as pessoas moravam; quebra de sigilo de parlamentares, inclusive de senadores; quebra de sigilos de pessoas e empresas, inclusive de veículos de imprensa; quebra de sigilos do ajudante de ordens do presidente da República; censura de veículos de imprensa e de parlamentares; bloqueio de redes sociais de jornalistas, veículos de imprensa e parlamentares; buscas e apreensões em empresas, residências, residências de familiares, e gabinetes de parlamentares; proibição de contato entre pessoas, que muitas vezes, nem se conhecem; proibição a parlamentares de concederem entrevistas; intervenções no comando de partido político; prisões em massa; confisco de propriedades e renda; entre outras. 

A totalidade da renda da Folha Política, assim como de outros canais e sites conservadores, está sendo confiscada a mando do ex-corregedor do TSE, Luís Felipe Salomão, com o apoio e aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. O inquérito administrativo já se arrasta há quase três anos, chegando ao seu quarto relator, o ministro Raul Araújo.  Há mais de 32 meses, todos os rendimentos do jornal estão sendo retidos sem justificativa jurídica. Se você apoia o trabalho da Folha Política e pode nos ajudar a continuar nosso trabalho, doe qualquer valor através do Pix, usando o QR Code que está visível na tela, ou com o código ajude@folhapolitica.org

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