Durante sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, o deputado Otoni de Paula foi aplaudido ao expor o grau de arbitrariedade a que os conservadores vêm sendo submetidos no Brasil. Otoni de Paula manifestou sua indignação com o relato do deputado Gilvan da Federal, que contou que foi intimado a depor à polícia federal por declarações sobre Lula. Otoni disse: “eu quero manifestar, não meu estarrecimento, porque, de um tempo para cá, já perdemos o direito de ficar estarrecidos com as coisas absurdas que acontecem no país e com o atropelamento constitucional”.
O deputado apontou: “quando as coisas ruins, quando as coisas ilegais não são veemente denunciadas, nós acabamos ficando anestesiados diante dos absurdos e começamos a ver como normal essas coisas”.
Otoni de Paula disse: “é de um absurdo tão terrível, a polícia federal agora convocar um deputado federal para dar explicações do que diz, atropelando completamente o art. 53 da nossa Constituição Federal, que diz que os deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente, por QUAISQUER, digo QUAISQUER de suas opiniões, palavras e votos”. O deputado foi aplaudido ao lembrar: “É por isso que a esquerda chamava Bolsonaro de geno*** e a PF não questionou nenhum deputado da esquerda, porque, por mais absurdo que fosse isso, eles estavam amparados pelo art. 53 da nossa Constituição”.
O deputado lamentou que a polícia federal esteja se sujeitando ao papel que vem assumindo. Ele disse: “infelizmente, a nossa polícia federal está aparelhada. A polícia federal se tornou uma polícia ideológica, partidária, e se apequenou em uma milícia. O que nós temos hoje é uma milícia a serviço de um único poder da república”.
Otoni de Paula prosseguiu: “É uma milícia que visita a casa de deputados, que visita o parlamento nacional, sem que os presidentes das Casas tenham a dignidade de defender os seus pares. É uma vergonha o deputado Gilvan da Federal ser convocado para dar explicações à polícia federal e nós não termos o presidente Arthur Lira que se coloque em defesa de um de seus pares”.
O deputado voltou a ser aplaudido quando disse: “se nós não temos um presidente para defender este poder que ele foi eleito para representar, então eu não sei por que nós temos presidente nesta Casa”.
O deputado Otoni de Paula foi alvo de busca e apreensão a mando do ministro Alexandre de Moraes, teve seus sigilos quebrados e até mesmo suas contas bancárias bloqueadas, e foi censurado, tendo todas as suas redes sociais bloqueadas por anos a fio. Não houve qualquer reação da Câmara dos Deputados para proteger o parlamentar.
O assédio aos deputados é parte de um assédio a um grupo de pessoas, tratadas como sub-humanos e cidadãos com menos direitos, por manifestarem suas opiniões livremente e por terem apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro. Medidas arbitrárias são tomadas contra essas pessoas, que têm seus direitos e garantias fundamentais desrespeitados.
A Folha Política já teve sua sede invadida e todos os seus equipamentos apreendidos, no âmbito de um inquérito do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que foi posteriormente arquivado por falta de indícios de crime. Em seguida, o jornal teve toda a sua renda confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, com o apoio e o louvor dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Todos os rendimentos de mais de 20 meses de trabalho do jornal estão sendo retidos sem justificativa jurídica.
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