O deputado Gustavo Gayer, durante a coletiva concedida por parlamentares perseguidos pelo ministro Alexandre de Moraes e pelos seus comandados, questionou os presentes se algum deles respondia a algum inquérito por corrupção ou outros crimes sérios. Face à negativa, ele disse: “Esse é o Brasil que vocês estão testemunhando. Todos que estão aqui agora respondem a inquéritos sigilosos, abertos de ofício, ilegais e inconstitucionais. Parlamentares que vieram aqui para parlar, para falar. Respondemos inquéritos por nossas palavras. Essa é a democracia que venceu, meus amigos. Esse é o amor que retornou”.
O deputado ironizou: “quer dizer que a democracia, agora, de acordo com a esquerda e com Alexandre de Moraes, só existe e só é plena se um lado da política for silenciado, coagido, intimidado, for acordado 06h00 com a Polícia Federal com arma em punho, porque você cometeu o hediondo, absurdo, inenarrável crime de falar o que ele não gosta”.
Após ponderar que a mera participação na coletiva poderá acarretar em mais perseguição, Gustavo Gayer afirmou: “Alexandre de Moraes, o senhor perdeu essa batalha! Se a vontade era de nos silenciar através do medo, da intimidação, o senhor perdeu essa batalha. A opinião pública já escolheu um lado. O Brasil já sabe que o Brasil é uma ditadura do Judiciário”.
O deputado enfatizou a coragem dos parlamentares que estão enfrentando a ditadura da toga e disse: “E nós temos agora que focar os nossos esforços em um passo crucial: que seja a aberta CPI do Abuso de autoridade. Imediatamente. Esses absurdos precisam vir à luz do dia. Pedimos que todos os sigilos sejam levantados. Sabemos que isso dificilmente acontecerá. Sabe por quê? Porque se for retirado o sigilo desses inquéritos, não só o rei ficará nu, mas todo o império ficará nu. Porque será vergonhoso para o mundo quando eles perceberem o que estava sendo feito nos bastidores, na escuridão do Judiciário, para perseguir pessoas que não concordam com essa ditadura”.
Gayer apontou que a CPI é necessária porque o Senado vem se omitindo. Ele disse: “faremos a CPI aqui, já que o Rodrigo Pacheco é mole, é um covarde e não tem coragem de agir para defender o país em que seus filhos moram”. O deputado pediu a participação da população, dizendo: “Vamos nos mobilizar, pessoal, vamos todos pedir. Usem suas redes sociais enquanto ainda temos. Afinal de contas, acabou de sair um pedido da Advocacia-Geral da União para banir, dissolver o Twitter no Brasil. Porque acha que a democracia precisa de menos voz”.
O deputado afirmou: “O Brasil não aguenta mais. Ninguém aguenta mais (...) Está na hora de acabar. CPI do abuso de autoridade já”.
As prisões políticas após o dia 8 de janeiro são alguns dos mais recentes sinais de que, no Brasil, os cidadãos não vivem em uma democracia. Para um grupo de pessoas e empresas, a tirania ganha contornos de implacável perseguição política e ideológica, e esse grupo “marcado” vem sendo perseguido, há muito tempo, com medidas arbitrárias, como prisões políticas, buscas e apreensões, censura, bloqueio de redes sociais e confiscos.
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