Advogado de presos políticos de Moraes denuncia abusos de autoridade do STF e violações de direitos humanos no Congresso argentino
O Congresso Nacional argentino realizou uma audiência pública para ouvir parlamentares brasileiros, advogados de presos políticos do ministro Alexandre de Moraes, e a juíza aposentada Ludmila Lins Grilo, sobre as violações de direitos humanos nos inquéritos políticos conduzidos no judiciário controlado por Moraes. A audiência pública foi organizada pela deputada María Celeste Ponce, parcialmente motivada pela quantidade de pedidos de asilo político que vêm sendo recebidos pela Argentina, de pessoas perseguidas por Alexandre de Moraes.
Discursaram na audiência pública os deputados Eduardo Bolsonaro, Júlia Zanatta, Rodrigo Valadares e Marcel Van Hattem, além do advogado Ezequiel Silveira, representando a Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV), e a juíza Ludmila Lins Grilo, aposentada compulsoriamente por perseguição do judiciário controlado por Moraes e asilada nos Estados Unidos.
Dentre os discursos, o advogado Ezequiel Silveira, da ASFAV, enumerou violações de direitos humanos perpetradas nos inquéritos políticos do ministro Alexandre de Moraes e lembrou que, apesar das constantes denúncias, o cenário de violações de direitos humanos persiste. Ele disse: “o governo Lula, em conivência com a Suprema Corte e com a maioria dos meios de comunicação, estão acabando com a liberdade de expressão no Brasil”. Lembrando San Martín, que disse que “um povo que não luta por sua liberdade não a merece”, o advogado disse ao ministro Alexandre de Moraes: “nós lutaremos e faremos por merecer nossa liberdade”.
Na conjuntura jurídica atual do Brasil, muitas pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos e sub-humanos, sendo perseguidas implacavelmente por medidas judiciais invasivas e arbitrárias, sem direito razoável ao contraditório e à ampla defesa, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, exposição indevida de dados, entre outras.
O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a advertir, em um pronunciamento, para uma manifestação da subprocuradora Lindôra Araújo, da PGR - Procuradoria-Geral da República - que denunciou o uso da técnica da “fishing expedition” por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A técnica é comum nos inquéritos conduzidos por Moraes contra adversários políticos, jornais independentes e cidadãos que se expressam de maneira crítica contra a conduta de ministros da Suprema Corte. Neste modus operandi, o investigador promove uma devassa em pessoas escolhidas por ele para procurar algum indício ou algum motivo para acusação, em contrariedade ao preconizado pelo Direito, que deveria investigar fatos.
Em inquéritos conduzidos em cortes superiores, observa-se um procedimento característico: matérias da velha imprensa atribuem um “rótulo” ou “marca” a um grupo de pessoas, e isso é tido como suficiente para quebras de sigilos, interrogatórios, buscas e apreensões, prisões e confiscos. As “matérias” e depoimentos de pessoas suspeitas são aceitas sem questionamento e servem de base para medidas cautelares contra as pessoas “marcadas”. Após promover uma devassa nas pessoas e empresas, no que é conhecido como “fishing expedition”, os dados são vazados para a velha imprensa, que então promove um assassi* de reputações que dá causa a novas medidas abusivas. Conforme vários senadores já notaram, os procedimentos são, comumente, dirigidos aos veículos de imprensa independentes, em evidente tentativa de eliminar a concorrência, controlar a informação e manipular a população brasileira. Os inquéritos são mantidos abertos por tempo indeterminado para continuarem a produzir seus efeitos devastadores sobre as vidas dos investigados, que não têm meios para questionar as decisões.
Em um inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral, seguindo esse tipo de procedimento, o ministro Luís Felipe Salomão ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, inclusive a Folha Política. A decisão recebeu elogios dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin, e o inquérito passa de corregedor em corregedor, enquanto a renda do trabalho de famílias e empresas permanece confiscada sem base legal. Após o ministro Luís Felipe Salomão, já foram relatores do inquérito os ministros Mauro Campbell Marques e Benedito Gonçalves, e o atual relator é o ministro Raul Araújo.
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