terça-feira, 11 de junho de 2024

Comissão é tomada por gritos de ‘fujão’ após Pimenta se evadir do local; Filipe Barros humilha o ministro de Lula: ‘Eu tinha uma montanha de perguntas e ele simplesmente fugiu’


A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados realizou uma sessão para questionar o ministro de Lula, Paulo Pimenta, sobre o uso da Polícia Federal para perseguir opositores. O ministro, sem conseguir responder aos questionamentos sobre seu conceito de “fake news” e os motivos para a perseguição, deixou a sessão sem terminar de responder aos questionamentos. Ao sair, o ministro ouviu gritos de “fujão” dos deputados presentes. 

O deputado Filipe Barros, líder da oposição, apontou: “é importante deixar registrado que o ministro é um fujão. Eu tinha uma montanha de perguntas a fazer para o ministro e ele simplesmente fugiu”. O deputado foi interrompido por uma gritaria de deputados de extrema-esquerda que tentavam impedi-lo de falar. 

Quando seu tempo foi restaurado, ele prosseguiu: “o ministro Paulo Pimenta nos deixou aqui com uma montanha de perguntas sem respostas, porque, hoje e ontem, um escandaloso esquema de milícia digital foi revelado pelo Estadão. E é por isso que ele fugiu: porque ele não queria responder aos questionamentos. Aliás, a história do PT é a história de fake news, é a história de milícias digitais”. 

Filipe Barros lembrou uma série de escândalos e denúncias a figuras do PT e ao próprio partido, envolvendo mentiras e campanhas de difamação contra desafetos políticos. Ele lembrou a criação dos MAVs, o Humaniza Redes, e disse: “esse é o histórico do PT”. 

O deputado leu a manchete de uma das matérias mais recente e disse: “essa estrutura, montada pela Secom do ex-ministro Paulo Pimenta, tem sido utilizada para perseguição de parlamentares de oposição,  tem sido utilizada para atacar a imprensa, e pior: essa estrutura está sendo financiada com dinheiro público”. Barros acrescentou: “Essa estrutura não é nova, foi criada na eleição. O próprio Janones, rei da rachadinha, em seu livro, admite que produzia fake news e se utilizava de influenciadores para divulgar as mensagens”.

O deputado trouxe outras denúncias relacionadas, como matéria sobre uma agência utilizada na campanha de Lula, que não foi declarada, e que consta da matéria sobre o “gabinete da ousadia”. Ele lembrou: “financiada com dinheiro público!  Mas essa estrutura financeira não pára só aí”. O deputado mencionou que, na secretaria criada pelo ministro Paulo Pimenta, há toda uma estrutura de cargos voltados às mesmas funções da milícia digital - censura e perseguição. Filipe Barros mostrou ainda uma outra denúncia, feita por ex-colaboradora, de uma “milícia digital comandada pela primeira-dama”, além de uma outra denúncia feita pelo ex-deputado Jean Wyllys. 

O deputado afirmou: “creio que teremos que convocar o ministro Paulo Pimenta mais uma vez e, inclusive, teremos que protocolar um pedido de CPI, porque isto está claramente registrado: existe uma milícia digital dentro do palácio do Planalto, financiada com dinheiro público, cujo objetivo é atacar os opositores e atacar a imprensa”. 

Filipe Barros lembrou ainda uma licitação com altíssimos valores para comunicação, apontando que, segundo a própria velha imprensa, foi vencida por “agências amigas do PT”. Ele apontou que a perseguição a parlamentares, “ao que tudo indica, é fruto dessa licitação”. 

O deputado mostrou a matéria publicada hoje sobre um comunicador de destaque da campanha de Lula e afirmou: “por todo esse ecossistema que foi criado, ao que nos parece, e temos uma montanha de provas sobre isso, ele recebe informações privilegiadas nessas reuniões matinais da Secom, divulga fake news e lucra com isso. É exatamente o que nos acusaram de fazer ao longo de 4 anos. Mas agora, nós temos a prova concreta. Temos todas essas provas da verdadeira criação de uma milícia digital dentro do palácio do Planalto, em que Paulo Pimenta é o chefe da milícia digital petista, milícia digital essa que está sendo utilizada para atacar a imprensa e para atacar parlamentares da oposição, se utilizando de recursos públicos, de verba pública, de monitoramento de redes, de softwares e de robôs”. Ele concluiu dizendo: “vamos convocá-lo mais uma vez - convocá-lo, não convidar, porque ele é fujão - e vamos pedir o requerimento de uma criação de CPI”. 

A deputada Fernanda Melchionna, então, pediu a palavra para reclamar que estaria perdendo tempo ao discutir o assunto que era o tema da sessão. A deputada repetiu a narrativa de que o que desagrada ao PT é crime, e passou a provocar deputados conservadores, acusando um deles de ser machista. Seguiu-se um bate-boca porque a deputada, ao encerrar seu tempo, não quis parar de gritar. 

Muitos jornalistas e veículos conservadores vêm sendo implacavelmente perseguidos, como é o caso da Folha Política. Nossa sede foi invadida e todos os nossos equipamentos foram apreendidos, a mando do ministro Alexandre de Moraes. À época, o jornalista Alexandre Garcia assinalou que algo semelhante só havia ocorrido na ditadura Vargas, não havendo qualquer exemplo semelhante durante o tão falado regime militar. Mesmo em ditaduras consolidadas, não é comum que se apreendam todos os equipamentos, em claríssima violação a tratados internacionais como o Pacto de São José da Costa Rica. 

Posteriormente, a Folha Política foi alvo do ministro Luís Felipe Salomão, que ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, para impedi-los de exercer suas atividades. Mais de 20 meses da renda dos veículos e comunicadores afetados seguem confiscados, enquanto o inquérito vai sendo transmitido de relator em relator. 

Outros jornalistas e comunicadores foram presos sob alegações como a de sair do país sem saber que estavam sendo investigados. Um deles perdeu o movimento das pernas em um estranho acidente na cadeia, enquanto estava preso por crime de opinião. Ao conseguir refúgio em outro país, viu sua família ter suas contas bloqueadas para que não pudessem receber doações de pessoas que se sensibilizam com a situação de seus filhos. Vários pedem há anos que apenas devolvam seus equipamentos eletrônicos, inclusive com as memórias de entes queridos e da própria família. Outros buscaram refúgio em outros países e são considerados “foragidos” e são alvo de campanhas de difamação pela velha imprensa. 

As medidas arbitrárias impostas aos jornalistas e comunicadores conservadores, por suas características processuais, violam diversos artigos da Constituição e também de tratados como a Declaração Universal de Direitos Humanos e o Pacto de São José da Costa Rica, que protegem a liberdade de expressão e vedam tribunais de exceção. 

Os exemplos são muitos e a perseguição não cessa. Casas invadidas, redes bloqueadas, censura, bloqueio de contas, confisco de bens, cancelamento de passaporte, proibição de contato, entre outras. Nos inquéritos políticos conduzidos em cortes superiores, basta que parlamentares de extrema-esquerda apresentem “relatórios” ou “reportagens” produzidos por pessoas suspeitas e interessadas, acompanhados de listas de pessoas a serem perseguidas, para que essas pessoas sejam privadas de direitos fundamentais. 

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