Durante participação no programa Geopolítica PHVox, o embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores, analisou o debate presidencial entre o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump, e ponderou a possibilidade de haver um “plano oculto” da esquerda americana para substituir Biden na corrida eleitoral.
Ernesto Araújo disse: “há mais ou menos um ano, pelo menos, os Democratas já viram que o Biden era uma proposta derrotada. Estão, desde então, procurando o que fazer. Acho que eles não podiam tirar o Biden antes, ou contestar a nomeação nas primárias, porque isso criaria muita vidraça para o partido”.
O diplomata lembrou que os debates presidenciais, historicamente, são feitos em setembro e outubro, e mostrou o estranhamento da organização de um debate tão cedo na corrida. Araújo lembrou ainda que quem acompanha a política com constância sabe do estado de saúde de Biden, mas muitas pessoas, que acompanham apenas a velha imprensa, poderiam ser convencidas de que houve uma mudança súbita no estado de saúde do presidente, que justificaria sua substituição neste momento.
O embaixador acrescentou: “O que me leva, também, a crer em algo nesse sentido, é a concertação da mídia mainstream, logo no final do debate. A gente desconfia muito, hoje em dia, de qualquer narrativa que venha muito automática”. Ele apontou: “dava para defender a performance do Biden. Eles já defenderam coisas piores. Dava para ignorar os ‘brancos’, as frases sem sentido, e focar em outras coisas, as coisas em que ele foi menos mal, onde colocou o Trump mais na defensiva… (...) Não era um trabalho impossível para quem já fez o tipo de manipulação que a mídia americana já fez”.
Ernesto Araújo mostrou que essas narrativas foram abandonadas em conjunto e a velha imprensa disse em uníssono que Biden deveria ser substituído. Ele disse: “não parece ser orgânico. Dá a impressão de que saiu um briefing ontem, que dizia: vai ter um debate, vai ser um desastre, e, no momento zero, ao acabar o debate, todo mundo vai dizer que ele tem que ser substituído”.
O diplomata prosseguiu: “então, acho que tem vários fatores que podem nos fazer pensar que há uma armação dentro do Partido Democrata, provavelmente sem conhecimento do Biden - porque acho que o Biden não tem conhecimento de nada”. Araújo retomou itens atípicos: a data do debate, o formato de debate que desfavoreceu Biden - “que mostra o Biden o tempo todo na câmera, mesmo quando o Trump está falando com uma cara de que não sabe o que está acontecendo” - e disse: “não precisa ser muito conspiratório para imaginar que possa ter havido essa armação”.
Ernesto Araújo tratou de dois cenários possíveis para a campanha a partir de agora: em um cenário, Biden permanece, e então, ele será o alvo de todos os ataques. Em outro cenário, Biden é substituído, e todos os ataques se voltam para Trump. O diplomata disse: “eu acho que daqui para frente, do jeito que está, a eleição não é mais sobre temas. A eleição é sobre se o Biden pode ou não pode concorrer, até que haja uma eventual substituição, se houver uma substituição, aí vai ser outro jogo”.
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