O ex-deputado estadual Homero Marchese se manifestou, pelas redes sociais, sobre a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal, que cassou uma decisão de um juiz de primeira instância e mandou o Conselho Nacional de Justiça investigar o juiz por ter reconhecido que um erro do ministro havia causado um dano ao ex-deputado.
No caso em questão, Homero Marchese, em pleno exercício do mandato parlamentar, foi censurado pelo ministro Alexandre de Moraes, sem qualquer notificação sobre a decisão ou possibilidade de se defender. Marchese processou a União pela demora em restabelecer suas redes e o juiz reconheceu seu direito à indenização por erro cometido pelo ministro Alexandre de Moraes. O ministro, aplicando o tipo de direito que lhe é peculiar, cassou a sentença proferida pelo juiz e mandou investigar o magistrado para “providências cabíveis”.
O ex-deputado afirmou: “Essas condutas do Supremo Tribunal Federal, lamentavelmente, têm sido previsíveis porque seguem o roteiro de um regime totalitário. Primeiro, são violados os direitos fundamentais dos cidadãos - ao contraditório, à ampla defesa, ao devido processo legal, ao direito de ser julgado pelo juiz natural do caso - e depois o regime busca punir exemplarmente quem, mesmo que por vias legais, legítimas, tenta reagir a essa repressão. O objetivo é dar uma lição, ensinar uma lição e fazer com que todo mundo fique quietinho, convencer pelo medo”.
Homero Marchese explicou que, além de indicativa do momento sombrio vivido pelo país, a decisão do ministro Alexandre de Moraes é incorreta. O ex-deputado explicou o que pretende fazer: “eu vou fazer o que eu tenho feito desde o começo. Aliás, muito antes de ter sofrido essa violência, eu já expunha, como deputado estadual, as arbitrariedades do Supremo Tribunal Federal contra outras pessoas, porque eu sabia que essa era uma tendência que, se não fosse controlada, se expandiria. E dito e feito”.
O ex-deputado afirmou que, se for o caso, recorrerá a cortes internacionais, apontando: “isso tem resultado. Eu me lembro quando eu entrei com essa ação, que, aliás, eu descrevo toda a origem desses inquéritos do STF, todos os problemas dele, eu me lembro que apenas uma parte da população estava meio por dentro do que acontecia, especialmente a direita, que era objeto desses atos violentos. Com o tempo, isso mudou. O Elon Musk é uma pessoa muito importante nesse processo. Os jornalistas do Twitter Files Brasil, que expuseram decisões de censura do Supremo Tribunal Federal. O Congresso americano, que talvez tenha sido mais importante para defender o brasileiro do que o Congresso brasileiro - já que boa parte do Congresso brasileiro é formado pelo chamado centrão, que tem outros interesses que não são a pátria - e hoje, até os jornalões, aqueles jornais grandes de esquerda, que muitas vezes apoiaram efusivamente o Supremo Tribunal Federal nessa cruzada contra a direita brasileira, hoje começam a criticar o Supremo Tribunal Federal. Esses sites, também, de direita. Até, de vez em quando - olha só que impressionante - até alguns representantes da OAB aparecem para falar mal dos inquéritos, como se não tivessem que defender os advogados que têm muitos problemas para acessar os processos”.
Marchese sugeriu que o ex-presidente Jair Bolsonaro lidere uma reação aos abusos do Supremo Tribunal Federal, apontando: “como maior líder do país, ele precisa tomar a frente desse processo de defesa daqueles que estão sofrendo com violência, prisões, censura, desmonetização de canal, apreensão de passaporte. Tem várias pessoas muito próximas ao círculo pessoal do presidente que estão presas há muitos meses sem sequer haver denúncia. Então, é preciso vocalizar isso, é preciso falar o nome do Alexandre de Moraes. Não pode ter medo de falar do Alexandre de Moraes”.
O ex-deputado lembrou a falta de autocrítica da própria Suprema Corte e disse: “a gente espera que o próprio Supremo Tribunal Federal faça um exame de consciência e deixe de ratificar os abusos que acontecem na Corte, porque não dá mais para alegar que não sabe o que está acontecendo no gabinete do ministro. Evidente que sabe. Mais do que isso: empoderaram o ministro”.
Homero Marchese alertou: “A sociedade como um todo brasileira precisa reagir. Já deu. Basta disso daí. É muito desgaste, muito sofrimento, é muita injustiça para muita gente. A gente não pode mais fingir que não está vendo. O Brasil, muitas vezes, é chamado de república de bananas. Não pode se tornar uma república dos bananas. Aliás, banana, definitivamente, eu não sou”.
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