sábado, 27 de julho de 2024

Advogada Taniéli Telles denuncia disparates de Moraes em congresso nos EUA, exibe vídeo e alerta: ‘É uma guerra espiritual’


Durante o Congresso Conservador Brasileiro - CCB-USA, os advogados Hélio Junior e Taniéli Telles mostraram o grau de abusos a que os presos políticos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foram e vêm sendo submetidos. 

O advogado Hélio Júnior explicou como a maioria das pessoas que foram presas, em especial no dia 9 de janeiro, não tinham cometido crimes e, por isso mesmo, não fugiram, acreditando que havia Direito vigente no país e que, em havendo uma investigação, as condutas seriam individualizadas, e ninguém seria punido por crimes que não cometeu. Ele disse: “infelizmente, não foi isso que aconteceu”. 

A advogada Tanieli Telles relembrou como se envolveu na defesa dos presos políticos. Ela mostrou um desenho que representava as celas superlotadas dos presos políticos e disse: “olhando isso aqui, vocês conseguem entender um pouquinho da nossa missão: é uma guerra espiritual”. 

A advogada exibiu um vídeo de um dos presos, mostrando que, no dia 8, ele estava no interior dos prédios protegendo o patrimônio público. Ela explicou que o preso foi condenado a 16 anos e meio por crimes que não cometeu, sem que esse vídeo tivesse sido incluído no laudo feito pela polícia federal. Tanieli Telles questionou: “vocês acham que existe individualização nesses processos? Que existe justiça nesses processos?”. 

Os advogados mostraram outros casos e expuseram o grau de sofrimento a que os réus são submetidos, inclusive após saírem dos presídios: “são pais, mães, avôs, avós, que, da noite para o dia, foram marginalizados sem ser criminosos. Eu sempre falo: quando um criminoso é preso, ele sabe o ilícito que ele está cometendo”. Tanieli Telles lembrou que as manifestações em frente aos quartéis tinham a chancela das próprias Forças Armadas, e explicou que aquelas pessoas, cidadãos comuns, “saíram para uma manifestação pacífica e, da noite para o dia, foram presas e foram transformadas em criminosos”.

O advogado Helio Junior lembrou: “essas violações gravíssimas de direitos humanos, é algo inenarrável. Nós sabemos que a nossa Constituição garante, às pessoas que estão presas, que sejam tratadas com o mínimo de dignidade, que os patriotas não tiveram; com  o mínimo de respeito, que os patriotas também não tiveram; com o mínimo de zelo, de responsabilidade, que, infelizmente, também eles ali não tiveram”. 

A advogada Tanieli Telles disse: “são milhares de pessoas que estão caladas hoje. Eles não podem ir para a rede social, eles não podem expressar a dor, o sofrimento e as injustiças. Mas nós temos a voz, e nós podemos rodar os quatro cantos deste mundo, levando o apelo para que vocês não esqueçam deles. Não esqueçam o sofrimento, as dores deles e das famílias, as vidas que foram destruídas. Existem vários que já morreram, que perderam a vida nessa batalha”. 

Mais de 2 mil pessoas foram presas em massa a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com a colaboração do Exército brasileiro, sem o menor respeito a direitos humanos ou ao devido processo legal. Centenas dessas pessoas passaram meses a fio presas, e só foram libertadas com “medidas cautelares” excessivas e arbitrárias, muito piores do que as que são aplicadas a pessoas condenadas por crimes graves. Milhares de famílias continuam sofrendo com as restrições a suas liberdades e seus patrimônios. Um dos presos políticos, Clériston Pereira da Cunha, morreu sob a custódia do Estado, enquanto um pedido de soltura formulado pela Procuradoria-Geral da República ficou meses aguardando que o ministro Alexandre de Moraes se dignasse a analisá-lo. Tudo sob o olhar complacente do Senado Federal. 

Enquanto cidadãos comuns ficam sujeitos a medidas abusivas, autoridades do governo Lula envolvidas nos fatos do dia 8 de janeiro seguem livres, leves e soltas. O general G. Dias, por exemplo, era o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, era responsável pela segurança do palácio do Planalto, e foi filmado no interior do palácio, interagindo com os invasores. Até o momento, o general G. Dias não foi preso, não teve seu passaporte apreendido, nem suas contas bloqueadas, nem seus bens ou sua renda apreendidos. Essas “medidas cautelares” são reservadas a conservadores, que podem sofrer qualquer uma, ou várias, delas sem qualquer indício de crime, sem direito à defesa, nem acesso ao devido processo legal. Quando aplicadas a conservadores, as “medidas cautelares” podem perdurar pelo tempo que desejar o senhor ministro que determina sua aplicação, ainda que as pessoas não tenham foro privilegiado e não estejam, portanto, sujeitas à jurisdição das cortes superiores. 

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas que apenas têm um discurso diferente do imposto pelo cartel midiático vêm sendo perseguidos, em especial pelo Judiciário. Além dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, também o ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, criou seu próprio inquérito administrativo, e ordenou o confisco da renda de sites e canais conservadores, como a Folha Política. Toda a receita de mais de 20 meses do nosso trabalho está bloqueada por ordem do TSE, com aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. 

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