O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, levantou o sigilo do relatório da polícia federal que tenta vincular familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma suposta “Abin paralela”, e divulgou a íntegra da gravação de uma reunião entre o ex-presidente, o ex-diretor da Abin, deputado Delegado Ramagem, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, e advogadas.
O ministro Alexandre de Moraes alegou: “a eventual divulgação parcial – ou mesmo manipulação – de trechos da Informação de Polícia Judiciária nº 2404151/2024 (fls. 334-381), bem como da gravação nela referida, tem potencial de geração de inúmeras notícias incompletas ou fraudulentas em prejuízo à correta informação à sociedade. Diante disso RETIRO O SIGILO da Informação de Polícia Judiciária nº 2404151/2024 (fls. 334-381) e da gravação nela referida, tornando-os públicos”.
Apesar da velha imprensa ter feito um grande estardalhaço a respeito da divulgação da gravação, o seu conteúdo não mostra qualquer ato ilícito cometido pelo ex-presidente ou por seu entorno, o que gerou uma série de manifestações nas redes sociais, questionando onde estaria o crime.
O senador Flávio Bolsonaro disse: “Mais uma vez a bala de prata era de festim. Nunca existiu nada do que tentam insinuar. Os áudios são claros. Nossas demandas, inclusive a denúncia feita pelas advogadas contra o grupo que usava a Receita Federal contra a família Bolsonaro, foram apresentadas dentro dos canais legais. É só mais uma narrativa que cai por terra!”
Em vídeo, o senador explicou: “E mais uma vez a montanha pariu um rato. O áudio mostra só as minhas advogadas comunicando as suspeitas de que um grupo agia com interesses políticos dentro da Receita Federal e com o objetivo de prejudicar a mim e a minha família. A partir dessas suspeitas, nós tomamos as medidas legais cabíveis. O próprio presidente Bolsonaro fala na gravação que não tem jeitinho e diz que tudo deve ser apurado dentro da lei. E foi exatamente assim que foi feito. Agora pergunta se as denúncias sobre a Receita Federal trazidas nas gravações foram apuradas. Que eu saiba, até hoje nada”.
A senadora Damares Alves, ao ser questionada sobre as declarações de Flávio Bolsonaro, confirmou: “Acharam que iriam parir um rato, mas saiu um camundongo minúsculo. Meu eterno presidente Jair Bolsonaro segue sendo o grande líder da direita, homem honesto e íntegro e que jamais seguiria os passos corruptos da esquerda”. Ela disse: “a montanha pariu um ratinho desse tamanho. Tentam, tentam, mas não conseguem”.