O deputado federal Delegado Ramagem, em vídeo divulgado pelas redes sociais, apresentou seu relato sobre a reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro cuja gravação foi utilizada no relatório da polícia federal que levou ao indiciamento de ambos. Ramagem descreveu: “Relato sobre a reunião de agosto de 2020. O Presidente Bolsonaro sempre se manifestou na reunião por não querer favorecimentos ou jeitinhos. Eu me manifestei contrariamente à atuação do GSI no tema, indicando o caminho por procedimento administrativo pela Receita Federal, previsto em lei, e ainda judicial no STF”.
No vídeo, o ex-diretor da Abin explica que a reunião foi gravada com o aval e o conhecimento do presidente, porque eles haviam sido informados que um dos participantes pretendia fazer contato com o então governador do Rio de Janeiro e que poderia haver uma proposta não republicana. Ramagem disse: “A gravação, portanto, seria para registrar um crime, um crime contra o presidente da República”.
O deputado relatou: “Só que isso não aconteceu e a gravação foi descartada. Mas advogados que vieram na reunião vieram e apresentaram possíveis irregularidades que poderiam estar acontecendo na Receita Federal no caso de elaboração de relatórios de inteligência financeira. De toda a reunião, os advogados devem ter falado 80% da reunião contando os episódios. O presidente Bolsonaro pouco se manifestou. Quando o presidente se manifestou, sempre informou que não queria favorecimento”.
O deputado também divulgou um áudio com uma manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Anteriormente, Ramagem havia se manifestado sobre o trabalho da polícia federal, expondo o caráter partidário da investigação. Ele disse:
“Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas.
O tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado.
A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin.
Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de whatsapp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade.
Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial.
A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação.
Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional.
Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa.
No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro”.
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