O presidente da Argentina, Javier Milei, divulgou um vídeo em apoio ao povo venezuelano, estimulando-os a continuarem na luta pela restauração da democracia em seu país. Milei disse:
“Esta é uma mensagem ao heróico povo venezuelano. A fraude perpetrada pelo ditador Nicolás Maduro não é nem mais nem menos do que uma vitória de Pirro. Pode ser que ele tenha ganho uma batalha, que ele acredite que ganhou uma batalha. No entanto, o mais importante é que os leões venezuelanos despertaram e, cedo ou tarde, o socialismo vai acabar, e vai acabar esse modelo empobrecedor. Porque o socialismo é sempre, e em todo lugar, um fenômeno assassino, que gera fome e pobreza. Então, coragem, queridos venezuelanos, que vão seguir em frente. Sigam lutando, não abaixem os braços. Viva a liberdade, carajo!”.
Milei também respondeu aos insultos proferidos por Maduro contra ele, dizendo: “os insultos do ditador Maduro para mim são elogios. Casualmente repetindo os mesmos termos de muitos “jornalistas” bem-pensantes da Argentina, cuja posição frágil permite que as atrocidades de Maduro sejam legitimadas. Nem ele acredita na fraude eleitoral que está festejando. Tampouco a república Argentina. Não reconhecemos a fraude, conclamamos a comunidade internacional a unir-se para restaurar o estado de direito na Venezuela, e lembramos ao povo venezuelano que as portas de nossa pátria estão abertas para todo homem que escolha viver em liberdade. Viva la libertad carajo”.
O ministério das Relações Exteriores da Argentina, por seu turno, divulgou uma nota:
“A Argentina não reconhece os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela
A República Argentina repudia e desconhece o resultado anunciado pelo governo venezuelano, em que se atribui a vitória nas eleições presidenciais ocorridas no dia 28 de julho, e condena energicamente as ações do presidente Nicolás Maduro, que, como se esperava, desprezou, mais uma vez, a vontade do povo venezuelano de viver em uma Venezuela livre, próspera e democrática. Por isso, o Encarregado de Negócios da Argentina em Caracas foi instruído a não participar do ato de proclamação da candidatura oficialista convocado pelas autoridades venezuelanas nesta data.
A República Argentina considera indispensável que se permita o acesso da oposição aos boletins de urna, e insta as autoridades venezuelanas a respeitarem o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, do qual é signatária, em especial o artigo 25.
A proibição e perseguição de opositores políticos, a violação sistemática dos direitos humanos, a rejeição da presença de observadores e imprensa estrangeiros, bem como os mesmos obstáculos impostos ao registo no estrangeiro dos seus concidadãos para os impedir de votar, foram indícios claros que estas eleições não seriam democráticas ou transparentes. Apesar disso, muitos membros da comunidade internacional, inclusive a República Argentina, optaram por acreditar que, nesse espaço mínimo de participação que restava, era possível uma mudança para a Venezuela.
Desde o início do governo atual, a República Argentina vem denunciando, enfática e permanentemente, todas essas irregularidades e a crescente deterioração da situação política e humanitária na Venezuela, não apenas em palavras, mas também através de ações concretas, como o diploma de asilo concedido a líderes da oposição, que depois de quatro meses ainda não obtiveram salvo-conduto para poderem retirar-se com segurança do território venezuelano.
A República Argentina, guiada pelos princípios da liberdade, da democracia e dos direitos humanos, continuará a apoiar decisivamente o desejo de liberdade do povo venezuelano e apela à comunidade internacional como um todo para ignorar o resultado fraudulento destas eleições”.
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, declarou: “o Panamá se soma ao repúdio generalizado em relação ao resultado eleitoral na Venezuela. Esperávamos que se respeitasse a vontade popular, mas essa situação foi desconhecida. Acionaremos, individual e coletivamente, a favor da democracia venezuelana. Anunciaremos, nas próximas horas, as medidas que adotaremos, de acordo com as regras interamericanas”.
Pouco depois, o presidente Mulino anunciou a retirada dos diplomatas panamenhos da Venezuela, suspendendo as relações diplomáticas entre os países “até que haja uma revisão completa das atas e do sistema informático de contagem de votos, que permita conhecer a verdadeira vontade popular”. Ele acrescentou: “igualmente, o Panamá demandará uma reunião do Conselho Permanente da OEA, como estabelecido em sua Carta Constitutiva e a Carta Democrática, para convocar uma reunião de consulta aos ministros de Relações Exteriores, com o objetivo de discutir a situação da Venezuela”.Ele disse: “não posso permitir que meu silêncio se converta em cumplicidade”.
O pedido de uma reunião do Conselho Permanente da OEA foi subscrito por nove países: Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, disse: “o que vimos ontem na Venezuela não tem outro nome além de fraude. Uma “eleição” onde o resultado oficial não tem relação com a realidade, o que é evidente para qualquer pessoa. Rompemos as relações diplomáticas com Maduro há 4 anos, e não as retomaremos até que seu povo possa eleger seus líderes em eleições de verdade”.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, se manifestou dizendo: “Era um segredo aberto. Iam ‘ganhar’ apesar dos resultados reais. Todo o processo até o dia de eleição e da contagem de votos estava claramente viciado. Não se pode reconhecer uma vitória se não se confia na forma e nos mecanismos utilizados para chegar a ele”.
No Brasil, vários políticos seguem se manifestando, seja sobre o resultado, seja sobre o silêncio de Lula a esse respeito.
O senador Plínio Valério disse: “O mundo democrático está perplexo com a forma como transcorreram as eleições na Venezuela e com a série de abusos cometidos pelo regime de Maduro. Como senador do Amazonas - o segundo estado que mais acolheu venezuelanos em fuga daquele país - expresso o meu repúdio”.
O senador Flávio Bolsonaro perguntou: “O que vocês acham que aconteceu na Venezuela?”
O senador Sergio Moro disse: “As multidões, a boca de urna e as atas que puderam ser conhecidas apontavam vitória ampla da oposição na Venezuela até em redutos chavistas. De repente, surge um resultado inacreditável a favor de Maduro, sem transparência e explicação. E Lula e Amorim? Ficarão como cúmplices da ditadura?”.
O senador General Hamilton Mourão apontou: “O inverossímil resultado das eleições na Venezuela não me surpreende! Maduro é um tiranete, um ditador, que prefere ver o povo venezuelano na ruína a admitir uma clara derrota eleitoral. O mundo todo viu, na internet, as milícias e forças de segurança de Maduro controlando os centros de votação, diminuindo os horários de abertura dos postos, proibindo fiscais de atuar e coagindo eleitores. Os trabalhos de apuração divulgados apresentam erros matemáticos grosseiros, evidenciando a fraude eleitoral mais descarada da história. É certo que os resultados anunciados não expressam o desejo do povo venezuelano, assim toda a comunidade internacional deve, agora, protestar e atuar na defesa dos valores ocidentais e da verdadeira democracia!”
O senador Carlos Portinho disse: “Zero surpresa para zero pessoas. Na Democracia relativa de Lula e Maduro é assim. Russia, China, Cuba, Honduras, Bolivia e Nicaragua parabenizaram Maduro pela vitoria. O q dizer? Aonde estão as democracias?! Lula vai felicita-lo em 3…, 2…, 1…”.
O governador Tarcísio de Freitas afirmou: “O mundo observa perplexo a mais um ataque à democracia com as evidentes irregularidades nos resultados anunciados na eleição presidencial venezuelana. As pessoas vêm sofrendo já há muito tempo os efeitos da ditadura chavista. É preciso dar um basta, garantir plena transparência, prestação adequada de contas e que o processo democrático seja devidamente respeitado”.
A deputada Bia Kicis lamentou: “Apesar de toda a luta, da garra do povo venezuelano e de todas as claríssimas provas de violência e fraudes por parte do regime de Maduro, confirmou-se o obvio, não se muda um regime antidemocrático por meios democráticos. Não se tira um ditador sanguinário pelo voto”.
O deputado Nikolas Ferreira ironizou: “Vamos adivinhar: Quem protestar na Venezuela contra Maduro e as eleições será acusado de ato antidemocrático, preso e posteriormente irão dizer que a direita radical tentou um golpe de Estado”.