A Organização dos Estados Americanos (OEA) informou que realizará, amanhã, uma sessão extraordinária de seu Conselho Permanente para avaliar os resultados da “eleição” do ditador Nicolás Maduro na Venezuela. A OEA também divulgou um comunicado à imprensa, em que admitiu que a eleição não pode ser considerada válida, tendo em vista que todo o processo, desde seu início, foi viciado por problemas insanáveis.
Ouça o texto da nota da OEA:
**Comunicado do Escritório do Secretário Geral sobre o Processo Eleitoral na Venezuela e Relatório da Secretaria para o Fortalecimento da Democracia/Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral**
30 de julho de 2024
Hoje, o Escritório do Secretário Geral recebeu o relatório do Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral (DECO) da OEA sobre o processo eleitoral presidencial na Venezuela em 2024, o qual está anexado a este comunicado.
A pior forma de repressão, a mais vil, é impedir que o povo encontre soluções por meio de eleições. A obrigação de cada instituição da Venezuela deveria ser garantir a liberdade, a justiça e a transparência do processo eleitoral. O povo deveria ter as máximas garantias de liberdade política para se expressar nas urnas e proteger os direitos dos cidadãos de serem eleitos.
Durante todo este processo eleitoral, observou-se a aplicação por parte do regime venezuelano de seu esquema repressivo, complementado por ações que visavam distorcer completamente o resultado eleitoral, tornando-o sujeito à manipulação mais aberrante. Essa situação persiste até hoje.
O regime madurista zombou de importantes atores da comunidade internacional durante esses anos e novamente realizou um processo eleitoral sem garantias, sem mecanismos e procedimentos para garantir essas garantias. O manual completo de manipulação fraudulenta do resultado eleitoral foi aplicado na Venezuela na noite de domingo, muitas vezes de maneira muito rudimentar.
Falou-se em auditoria ou reconteio das atas de um material eleitoral que não teve as mínimas condições de segurança e controle. Além disso, devemos ter em mente que, no que se refere a auditorias, o regime está atrasado pelo menos 11 anos, quando se comprometeu com a UNASUR (em reunião de 18 de abril de 2013 em Lima) a realizar uma auditoria de 100% das atas do processo eleitoral de 14 de abril de 2013. É óbvio que isso nunca foi cumprido. É claro que uma nova burla seria inadmissível.
Considerando que o comando de campanha opositor já apresentou as atas pelas quais teria vencido a eleição e que o madurismo, incluindo o CNE, ainda não conseguiu apresentar as atas pelas quais teria vencido – o que, neste ponto, seria risível e patético se não fosse trágico –, torna-se imperativo saber sobre a aceitação por parte de Maduro das atas em poder da oposição e, consequentemente, aceitar sua derrota eleitoral e abrir o caminho para o retorno à democracia na Venezuela. Se isso não acontecer, será necessário realizar novas eleições, mas com a presença das MOEs da União Europeia e da OEA e um novo CNE, para reduzir a margem de irregularidade institucional que marcou este processo.
O peso das injustiças sobre o povo da Venezuela continua; esse povo é mais uma vez vítima da repressão, sem dúvida a característica governamental mais relevante, fruto de uma gestão ineficiente que tem causado as mais graves crises humanitária e migratória que a região já conheceu.
Não faz muito tempo, o Secretário Geral Luis Almagro expressou que “Nenhuma revolução” “pode deixar as pessoas com menos direitos do que tinham, mais pobres em valores e princípios, mais desiguais nas instâncias de justiça e representação, mais discriminadas dependendo de onde está seu pensamento ou sua orientação política.”
O Secretário Geral também expressa seu lamento pela falta de memória acumulativa de atores da comunidade internacional, o que leva a aistematicamente a repetir erros, além de obrigar o Secretário Geral a reiterar pronunciamentos e conceitos formulados há muito tempo”.
A Organização dos Estados Americanos afirma ter como pilares “a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento”, e congrega os 35 países das Américas. Um de seus órgãos é a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, parte do Sistema Interamericano responsável pela promoção e pela proteção dos direitos humanos. Esse órgão recebeu, nos últimos anos, centenas de denúncias de violações de direitos humanos ocorridas no Brasil, e nada fez a respeito. A imensa maioria das denúncias dos brasileiros diz respeito aos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que foi, recentemente, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, quando teve muitas das condutas que foram reproduzidas por Maduro, como a perseguição a opositores e a censura à imprensa independente.
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