A viúva e as filhas órfãs de Clériston Pereira da Cunha, o Clezão, preso político do ministro Alexandre de Moraes que morreu no cárcere, foram à Câmara dos Deputados para pedir apoio aos projetos de lei que anistiam os perseguidos políticos do ministro, juntamente com advogados da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (ASFAV). Elas também foram convidar para a inauguração da Avenida Cleriston Pereira da Cunha, que acontecerá no dia 20 de julho.
Na Câmara, os advogados e a família de Clezão encontraram uma exposição sobre o 8 de Janeiro e compararam a narrativa que é apresentada com a dura realidade das vítimas de perseguição política. Ao lado dos advogados Gislaine Alves Yamashita e Ezequiel Silveira, a viúva de Clezão, Jane, e as filhas órfãs, Luiza e Klésia, gravaram um vídeo sobre o verdadeiro 8 de janeiro.
A advogada Gislaine Alves Yamashita mostrou a exposição e disse: “Estamos aqui na Câmara dos Deputados e nos deparamos com o 8 de Janeiro. Mas esse 8 de Janeiro não é o 8 de Janeiro que realmente aconteceu”.
O advogado Ezequiel Silveira comentou: “aqui na Câmara dos Deputados, nós temos essa encenação aqui de 8 de janeiro, que pretende refletir aquele 8 de janeiro de narrativas, de mentiras, que está sendo pregado na mídia. Mas o 8 de janeiro verdadeiro está ali, que é a Dona Jane, que é a Luísa, que é Késia. Uma esposa sem o marido, filhas que agora perderam o pai por conta dos abusos que estão sendo cometidos em relação aos réus desse processo mentiroso, e que está levando a pessoas à morte, como aconteceu no caso do Clezão. E é por isso que nós estamos aqui na Câmara dos Deputados e permaneceremos indo no Senado, e onde quer que seja preciso, denunciar o que está acontecendo para que essas pessoas não passem mais pela situação que nós estamos vendo aí”.
A advogada Gislaine garantiu: “a nossa luta vai continuar, porque o nosso lema é ‘até o último homem’. Porque todas essas irregularidades um dia vão cair. E os nossos patriotas, que foram humilhados e que continuam sendo humilhados, serão exaltados”.
A viúva de Clezão, Jane, disse: “8 de janeiro é o dia que ficou marcado na família do Clezão. 8 de janeiro é o Dia da Injustiça. E nós estamos aqui pedindo justiça pelo meu esposo e pelos outros patriotas também. Que o 8 de Janeiro, na verdade,não é essa história contada. É a história que nós estamos vivendo: uma esposa viúva, com duas filhas de um homem honrado que deixou o seu legado”.
Mais de 2 mil pessoas foram presas em massa a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com a colaboração do Exército brasileiro, sem o menor respeito a direitos humanos ou ao devido processo legal. Centenas dessas pessoas passaram meses a fio presas, e só foram libertadas com “medidas cautelares” excessivas e arbitrárias, muito piores do que as que são aplicadas a pessoas condenadas por crimes graves. Milhares de famílias continuam sofrendo com as restrições a suas liberdades e seus patrimônios. Um dos presos políticos, Clériston Pereira da Cunha, morreu sob a custódia do Estado, enquanto um pedido de soltura formulado pela Procuradoria-Geral da República ficou meses aguardando que o ministro Alexandre de Moraes se dignasse a analisá-lo. Tudo sob o olhar complacente do Senado Federal.
Enquanto cidadãos comuns ficam sujeitos a medidas abusivas, autoridades do governo Lula envolvidas nos fatos do dia 8 de janeiro seguem livres, leves e soltas. O general G. Dias, por exemplo, era o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, era responsável pela segurança do palácio do Planalto, e foi filmado no interior do palácio, interagindo com os invasores. Até o momento, o general G. Dias não foi preso, não teve seu passaporte apreendido, nem suas contas bloqueadas, nem seus bens ou sua renda apreendidos. Essas “medidas cautelares” são reservadas a conservadores, que podem sofrer qualquer uma, ou várias, delas sem qualquer indício de crime, sem direito à defesa, nem acesso ao devido processo legal. Quando aplicadas a conservadores, as “medidas cautelares” podem perdurar pelo tempo que desejar o senhor ministro que determina sua aplicação, ainda que as pessoas não tenham foro privilegiado e não estejam, portanto, sujeitas à jurisdição das cortes superiores.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas que apenas têm um discurso diferente do imposto pelo cartel midiático vêm sendo perseguidos, em especial pelo Judiciário. Além dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, também o ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, criou seu próprio inquérito administrativo, e ordenou o confisco da renda de sites e canais conservadores, como a Folha Política. Toda a receita de mais de 20 meses do nosso trabalho está bloqueada por ordem do TSE, com aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin.
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