sábado, 31 de agosto de 2024

Embaixador Ernesto Araújo alerta para sistema de terror stalinista aplicado ao Brasil e o método soviético de controle


Em transmissão ao vivo do programa Código-Fonte, o embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores, mostrou que a situação atual do Brasil tem muitas semelhanças com as piores épocas do regime stalinista na União Soviética. Ele lembrou que Stálin impôs um regime de terror, perseguindo pessoas independentemente de suas posições políticas, apenas para manter o controle através do terror. Araújo explicou que, a partir dos anos 60, a forma da repressão na União Soviética mudou um pouco de aspecto, diminuindo as execuções, mas mantendo a estrutura de polícia política e repressão. 

Ernesto Araújo comparou: “o regime brasileiro, nosso estado soviético de direito, pegou essa página aí do livro de jogadas da União Soviética, aparentemente, e pessoas que eles consideram dissidentes - são patriotas, democratas, verdadeiros - ‘então tá, vamos soltar, vamos dar uma soltada, mas vamos continuar controlando essas pessoas’. Então, temos também aqui, então, no Brasil, esse padrão: manifestação, repressão, censura. Assim como no Reino Unido e na Venezuela. São três casos entre outros, mas existe um paralelismo muito grande”.

O diplomata explicou: “Isso nos mostra que as democracias, elas não funcionam mais pelo eixo da democracia. As democracias funcionam de acordo com alguns elementos, alguns pretextos, algumas palavras que são utilizadas para arbitrariamente escolher quem terá liberdade ou não, quem terá direitos ou não”.

Araújo prosseguiu: “são regimes que não têm princípio nenhum. O princípio deles é apenas o poder. Mas eles se utilizam de falsos princípios para rotular as pessoas, para marcar de X. A consequência da rotulagem é a inclusão ou exclusão no espaço público. E existe um certo resquício de estalinismo daquele sentido do hiper absolutismo, porque ninguém está seguro”.

Ernesto Araújo disse: “Ainda não é a execução como era no tempo do Stálin, mas é cada vez mais o banimento naquilo que interessa. Hoje, o que mais interessa para a vida pública das pessoas, que é a sua presença nas redes, a sua presença no mundo da comunicação. Democracia, então, é um grande X na porta. Se tornou apenas uma tinta para marcar de X a porta dos inimigos do regime. Democracia, então, virou sinônimo para tudo, menos para democracia. Democracia virou sinônimo para o controle, para a censura, ao discurso de ódio, ao discurso contra minorias ou contra maiorias, mas não para designar aquilo que sempre se entendeu por democracia. Hoje, democracia é sinônimo de  você estar bem com o regime em vigor no seu país. Se ele é administrado pela mídia, administrado pelo Supremo Tribunal do seu país, administrado por um ditador como o Maduro, não importa. Todo mundo sabe onde está o regime, e então, democrático é aquele que segue esse regime. Democracia é sinônimo para tudo, menos para o que a gente entende por democracia”.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas que apenas têm um discurso diferente do imposto pelo cartel midiático vêm sendo perseguidos, há muito tempo, em especial pelo Judiciário. Além dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, também o ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, criou seu próprio inquérito administrativo, e ordenou o confisco da renda de sites e canais conservadores, como a Folha Política. Toda a receita de mais de 20 meses do nosso trabalho está bloqueada por ordem do TSE, com aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. 

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