O embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores, explicou, durante transmissão ao vivo do programa Código-Fonte, as estratégias do eixo totalitário mundial envolvidas na fraude da Venezuela, mostrando o papel da extrema-esquerda brasileira na validação da fraude eleitoral perpetrada pelo ditador Nicolás Maduro.
O diplomata descreveu a perseguição política e a repressão que estão ocorrendo na Venezuela e expôs: “Isso é o retrato do multipolarismo que Putin quer: o multipolarismo, na verdade, é um mundo onde China e Rússia têm a capacidade de defender e sustentar seus aliados em qualquer lugar do mundo, e onde os Estados Unidos não têm a capacidade de preservar a democracia nem mesmo dentro dos EUA, muito menos ajudar países democráticos fora”.
Araújo explicou que, com base em um “dogma” que descreve a democracia como uma característica dos Estados Unidos que deve ser rejeitada, cria-se um mundo em que esse país não pode agir, mas as grandes potências totalitárias têm plena liberdade. Ele disse: “Então multipolarismo é isso. Multipolaridade é isso. Mundo multipolar é um mundo com capacidade de ação global por parte, sobretudo, dessas duas grandes potências totalitárias, e uma outra que é uma potência muito importante, que é o Irã. Não chega a ser uma superpotência, mas tem muita capacidade de atuação para o mal. Um mundo multipolar é um mundo onde essas três potências atuam em favor dos seus aliados, em favor de tiranias. Sempre vão ser a favor de tiranias, nunca vai ser a favor de democracias em qualquer lugar do mundo”.
Ernesto Araújo mostrou que a China “reconheceu imediatamente a vitória do Maduro, com aqueles mesmos números fraudados. (...) Se reconheceu, é porque fará de tudo para a manutenção do Maduro no poder”. O diplomata explicou que a narrativa adotada pela China se baseia no conceito de uma “comunidade de destino comum da humanidade”, mostrando que esse conceito implica em um “destino comum” para os países, que tem a China como centro e modelo.
O embaixador lembrou ainda a atuação do Brasil na Venezuela, financiando obras através do BNDES, apontando: “as construtoras brasileiras e outras empresas brasileiras foram usadas para, no fundo, exportar corrupção para a Venezuela, por exemplo, reforçando o governo Chávez e o governo Maduro, reforçando essas companhias, reforçando o PT dentro do Brasil. (...) Isso também faz parte do ‘mundo multipolar’. Esse uso do patrimônio público brasileiro para sustentar ditaduras no exterior”.
Ernesto Araújo comparou os conceitos de “mundo multipolar”, adotado pela Rússia, e de “destino comum da humanidade”, utilizado pela China, e mostrou que, ainda que pareçam diferentes, ambos levam ao mesmo destino. Ele explicou: “como é que isso é utilizado? Vejam aí a Venezuela: a Venezuela é parte da construção desse mundo multipolar. Um país que era um país democrático, com muito recurso, embora não com prosperidade para toda a sua sociedade, mas com a possibilidade de se colocar nesse caminho, e que hoje é um dos países mais pobres da América Latina e um dos países mais ditatoriais do mundo, talvez. Um dos países com uma das fraudes mais cara-de-pau numa eleição. Então, isso é um dos pólos de poder nesse mundo mais multipolar. (...) No destino comum da humanidade, todo mundo vai responder aos mesmos princípios centrais. (...) No fundo, é o seguinte: olha, a China vai ser o novo padrão mundial”.
Araújo descreveu: “Um modelo totalmente materialista, um modelo que repudia completamente a religião, um modelo para o qual não existe justiça, existe simplesmente a força. A justiça é um resultado da força, não a força um apoio da justiça. Essa é a comunidade de destino comum da humanidade, que está sendo implementada lá na Venezuela. Aquilo ali é o nosso destino comum, se a gente não tomar cuidado. Isso nos dá um pouco uma ideia do que está em jogo na Venezuela. A gente precisa olhar pra Venezuela como um laboratório. A Venezuela é um grande laboratório de dispersão pelo mundo de um vírus totalitário. Esse vírus que já vem contaminando a América Latina há muito tempo. Mas aquilo é o tipo de sociedade que a Rússia quer, com o seu mundo multipolar, o tipo de sociedade que a China quer com a sua ‘comunidade de destino comum’”.
Ernesto Araújo comentou ainda as narrativas que vêm sendo difundidas pela extrema-esquerda em relação a Maduro, mostrando que está havendo uma aparente divisão das posições quanto ao ditador. Ele mostrou que uma parte da extrema-esquerda apoia Maduro incondicionalmente, e uma outra parte o considera um ditador, e então parte para classificá-lo como se fosse um ditador de direita. Araújo disse: “Isso é muito interessante para a gente entender como estão as coisas e como é o modo de operação da esquerda, da esquerda que controla o governo brasileiro, que controla as instituições brasileiras, que controla a mídia brasileira. O que a esquerda está fazendo no Brasil? A esquerda brasileira está se bifurcando, como a esquerda muitas vezes faz ao longo da história, a esquerda marxista. Eles têm essa estratégia muito frequente, algo pensado e algo estudado, já muito praticado. A esquerda sempre tem produtos para todos os gostos. Tem lojas com produtos diferentes que te enganam. Você entra em lojas achando que são lojas diferentes, mas todas pertencem ao mesmo dono e todas têm o mesmo alçapão que conduzem para a mesma prisão totalitária comunista lá no fundo. Nesse caso, então, a esquerda está procurando fazer o que ela sempre faz: ela se diversifica, se bifurca, pelo menos, e oferece produtos diferentes para públicos diferentes”.
O diplomata mostrou que, dessa forma, há “produtos” para todos os gostos: quem apoia Maduro e toda a repressão se considera de esquerda, alinhado ao PT, e quem reprova a tirania de Maduro também se considera de esquerda, acreditando na oposição ao ‘ditador de extrema-direita’. Araújo disse: “As duas caem no mesmo alçapão. O que está dentro desse alçapão? Lula, e a diplomacia de Lula querendo preservar o Maduro no poder”.
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