A pedido da candidata Tábata Amaral, o juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz ordenou, em decisão liminar, o bloqueio de todas as redes sociais do candidato Pablo Marçal, em nítida censura prévia, vedada pela Constituição. Tabata Amaral comemorou a censura do adversário, mas outros candidatos e muitos cidadãos alertaram sobre o absurdo da utilização de censura em meio a uma campanha eleitoral - ou em qualquer circunstância.
O candidato Pablo Marçal mencionou a decisão em uma transmissão ao vivo, quando afirmou que a decisão, na realidade, fortalecerá sua candidatura, ao mostrar que o sistema está trabalhando contra ele.
O candidato Ricardo Nunes disse: “Sou contra qualquer tipo de censura. A regra tem que ser igual para todos. Ou a justiça libera todos os candidatos para fazerem o mesmo, ou ninguém utiliza estrutura paralela com cortes impulsionados”.
A candidata Marina Helena se manifestou, pelas redes sociais, dizendo: “Mais uma vez, o sistema quer ganhar a eleição impondo censura prévia. Se o Pablo cometeu crime eleitoral, que seja investigado de acordo com a lei. Mas jamais com bloqueio de suas redes sociais. Pablo é meu concorrente, mas tem meu apoio nesta questão. Censura não!”.
No vídeo, Marina Helena disse: “qualquer tipo de censura prévia, ainda mais contra um candidato no meio de uma eleição, é absolutamente inadmissível. Se ele cometeu qualquer irregularidade, que seja investigado e tenha o direito de se defender. Curiosamente, o juiz que mandou derrubar a rede do Marçal foi o mesmo que não viu nenhum problema no comício do Lula, no 1 de Maio, pedindo voto pro Boulos. O sistema quer vencer por W.O. Me tiraram do debate da Band, mesmo eu tendo o direito de participar. E agora querem derrubar as redes do meu concorrente”.
O senador Cleitinho também se manifestou, alertando que quem defende de fato a democracia não pode aceitar a censura de um candidato em plena campanha eleitoral. Ele lembrou que há uma manifestação marcada para o dia 7 de setembro, na avenida Paulista, justamente em defesa da democracia que vem sendo esmagada pelo ministro Alexandre de Moraes.
O advogado André Marsiglia comentou: “Não importa o mérito discutido, suspender perfis, sobretudo liminarmente, é Censura Prévia, pois impede manifestação futura e o judiciário não tem bola de cristal para adivinhar ilícitos. Não espanta nosso judiciário agir dessa forma, espanta políticos fazerem pedidos desse teor”.
O deputado Marcel Van Hattem chamou a atenção para a normalização da censura total de pessoas, e alertou sobre a gravidade da censura em meio às campanhas eleitorais. O deputado chamou a atenção para o fato ter sido feito por uma candidata de esquerda, mostrando que esse é o modo de agir deles. Ele disse: “Quem pediu essa censura foi o partido da candidata Tábata Amaral. Acho importante dizer isso porque se demonstra, mais uma vez, como a esquerda tem atuado em conjunto nessas horas. E Pablo estava certíssimo quando disse, no debate, que Tábata Amaral é ‘pára-choque de comunista’. No fundo, o que ela está fazendo é o mesmo método, utilizando o mesmo método dos comunistas, da esquerda, dos autoritários, de censurar as pessoas, de abolir a chance de que ela possa expressar as suas ideias”.
A censura que vem se intensificando no Brasil atinge unicamente conservadores e já causou o fechamento de alguns veículos de imprensa. Mas a perseguição não se limita à censura e inclui muitas outras medidas, inclusive prisões políticas, devassas, buscas e apreensões, ass*** de reputações, entre outras.
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