Durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, a deputada Júlia Zanatta expôs como os direitos e, por vezes, a liberdade ou até a vida dos brasileiros são utilizados como moeda de troca em negociatas espúrias nas Casas Parlamentares. A deputada disse: “inicio com muita tristeza, porque temos aqui presentes familiares das vítimas da perseguição do dia 8 de janeiro. Como já foi falado aqui por outros Deputados, é lamentável que uma questão humanitária, uma questão de direitos humanos seja utilizada como negócio”.
A deputada se referia aos familiares dos presos e perseguidos políticos do ministro Alexandre de Moraes, que compareceram à CCJ para pedir aos deputados que votem a anistia. Zanatta disse: “É claro que nós já esperávamos que a Esquerda atacasse de maneira veemente essa nossa pauta. Não é nossa a pauta, é uma questão de direitos humanos. Nós já esperávamos. Agora, o que nós não esperávamos — e a cada dia isto me entristece mais aqui dentro desta Casa — é ver que existem muitos parlamentares sem coração, parlamentares de centro que não defendem nada, que defendem o que é mais conveniente para eles. Nós sabemos o que a Esquerda defende. É missão deles. Eles sabem, eles são subalternos à pauta comunista/socialista. Nós sabemos o que a Direita defende. Agora, o Centro, nunca se sabe o que esperar do Centro, meus amigos, aqui dentro desta Casa”.
Zanatta desabafou: “Eu nunca imaginei que uma pauta como essa fosse usada para condicionar apoio a qualquer coisa que fosse”. Ela apontou: “Há quanto tempo essas pessoas já estão presas injustamente? Muito tempo. Um dia preso injustamente é um absurdo! E, graças a isso, as pessoas já não acreditam mais na Justiça no Brasil. Não é só mais sobre esse caso. De qualquer coisa que acontece, as pessoas hoje desconfiam. Por isso, é um absurdo!”
A deputada defendeu a PEC que limita poderes de ministros do Supremo, explicando: “é um instrumento de reequilíbrio entre os Poderes, porque é muito claro hoje que existe um poder que manda em tudo, que é o Supremo Tribunal Federal. Não existe mais segurança jurídica. Nós aprovamos coisas, aqui dentro desta Casa, que passam por todo o processo legislativo, e uma decisão de um único Ministro — são 11 Ministros —, numa canetada, acaba com a democracia, porque esses Ministros não têm votos”. Zanatta ponderou: “Eu espero que isso também não esteja sendo usado para mais uma negociata aqui dentro desta Casa”.
A deputada disse: “É claro, está chegando a eleição aqui dentro desta Casa, e nós estamos vendo a postura de quem quer o nosso voto, de quem quer o voto do PL, do maior partido desta Casa. Nós estamos vendo. Seremos tratados assim? Não adianta, nós não vamos acreditar mais em promessa. Nós estamos vendo que o que aprovamos nas Comissões que temos nunca vai para o Plenário. Tudo o que vai para o Plenário, é por requerimento de urgência das coisas que eles querem. "Ah, mas aí vocês vão ficar sem Comissão." Comissão para status, para depois as nossas pautas não serem apreciadas? Desculpe-me o desabafo sobre esse assunto, mas é o que está acontecendo conosco aqui dentro. É o que está acontecendo conosco aqui dentro. Nós não somos otários!”.
Dirigindo-se aos candidatos à presidência da Câmara, Zanatta disse: “As negociatas sempre ganham aqui, mas espero que não com o nosso voto, que não com o nosso apoio, porque o povo brasileiro está vendo. E está começando um momento de expor também o que acontece aqui dentro desta Casa”.
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