quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Deputados americanos protocolam ato com sanções a Alexandre de Moraes e seus aliados, que podem perder o visto dos EUA e mesmo serem deportados do país


Dois deputados americanos protocolaram um projeto de lei com sanções para autoridades estrangeiras, como Alexandre de Moraes e seus auxiliares brasileiros, que impõem censura contra cidadãos americanos. Segundo o texto da lei proposta, essas autoridades serão impedidas de entrar nos Estados Unidos, e, caso estejam naquele país, serão deportadas. O ministro Alexandre de Moraes foi citado especificamente como parte da motivação da lei, que mencionou o bloqueio da rede social X, que afeta a liberdade de expressão de americanos. 

Os autores do projeto de lei são o deputado Darrell Issa e a deputada María Elvira Salazar, que se tornou conhecida dos brasileiros ao participar da audiência pública sobre os chamados Twitter Files Brasil, quando a deputada reconheceu que Alexandre de Moraes age como ditador do Brasil. O projeto recebeu o nome de “Sem Censores nas Nossas Praias”,  que também poderia ser descrito como “Aqui não”. 

O deputado Darrell Issa divulgou um texto em que explica a motivação para o projeto de lei, expondo que Moraes se tornou o ponta-de-lança de uma ofensiva internacional contra a liberdade de expressão, ao expandir sua ação para além dos limites do próprio país. 

Ouça o texto: 

“Autoridades estrangeiras que violam os direitos fundamentais de americanos previstos na Primeira Emenda à Constituição sofrerão consequências que serão aumentadas de forma significativa pela nova legislação criada pelo deputado Darrell Issa, membro diretor de duas  Comissões da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos - a Comissão Judiciária e a de Relações Exteriores, e pela deputada María Elvira Salazar, presidente da Subcomissão de Relações Exteriores para o Hemisfério Ocidental. 

O ato “Sem Censores em Nossas Praias” especifica que autoridades governamentais estrangeiras cujos atos afetem cidadãos americanos que estejam em solo americano - que violem seus direitos previstos pela Primeira Emenda neste país - podem ser proibidos de entrar nos Estados Unidos ou deportados do país. 

O deputado Darrell Issa declarou: “todos estamos conscientes dos abusos de poder da Suprema Corte do Brasil, que, ao tentar atingir Elon Musk, bloqueou o acesso ao X, uma empresa privada americana. Mas o direito à liberdade de expressão dos americanos também está sendo atacado em todo o mundo, e em muitos países em que não esperaríamos isso. Com o ato ‘sem censores nas nossas praias’, autoridades governamentais estrangeiras estarão avisadas: se negarem aos nossos cidadãos seus direitos à liberdade de expressão, este país vai negar sua entrada ou te mostrar a saída”. 

A deputada María Elvira Salazar, por seu turno, afirmou: “o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal brasileiro, é a vanguarda de um ataque internacional contra a liberdade de expressão de cidadãos americanos como Elon Musk. A liberdade de expressão é um direito natural e inalienável que não tem fronteiras. Os carrascos censores não são bem-vindos à terra dos livres, os Estados Unidos. 

A lei propõe uma emenda específica ao Ato de Imigração e Nacionalidade, para considerar qualquer autoridade que viole os direitos de americanos determinados pela Primeira Emenda como inadmissíveis e sujeitos à deportação". 

O texto do projeto de lei, divulgado pelo deputado, propõe que “qualquer autoridade estrangeira que promova a censura contra americanos será considerada inadmissível e deportável”. O texto altera as regras de imigração e nacionalidade, impondo a inadmissibilidade e a deportabilidade a “qualquer estrangeiro que, exercendo função governamental, tenha sido responsável por, ou tenha cometido diretamente, a qualquer tempo, qualquer ato contra um cidadão americano em solo americano que, se fosse cometido por um oficial americano, violaria a Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos”.

Muitos jornalistas e veículos conservadores vêm sendo implacavelmente perseguidos, como é o caso da Folha Política. Nossa sede foi invadida e todos os nossos equipamentos foram apreendidos, a mando do ministro Alexandre de Moraes. À época, o jornalista Alexandre Garcia assinalou que algo semelhante só havia ocorrido na ditadura Vargas, não havendo qualquer exemplo semelhante durante o tão falado regime militar. Mesmo em ditaduras consolidadas, não é comum que se apreendam todos os equipamentos, em claríssima violação a tratados internacionais como o Pacto de São José da Costa Rica. 

Posteriormente, a Folha Política foi alvo do ministro Luís Felipe Salomão, que ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, para impedi-los de exercer suas atividades. Mais de 20 meses da renda dos veículos e comunicadores afetados seguem confiscados, enquanto o inquérito vai sendo transmitido de relator em relator. 

Outros jornalistas e comunicadores foram presos sob alegações como a de sair do país sem saber que estavam sendo investigados. Um deles perdeu o movimento das pernas em um estranho acidente na cadeia, enquanto estava preso por crime de opinião. Ao conseguir refúgio em outro país, viu sua família ter suas contas bloqueadas para que não pudessem receber doações de pessoas que se sensibilizam com a situação de seus filhos. Vários pedem há anos que apenas devolvam seus equipamentos eletrônicos, inclusive com as memórias de entes queridos e da própria família. Outros buscaram refúgio em outros países e são considerados “foragidos” e são alvo de campanhas de difamação pela velha imprensa. 

As medidas arbitrárias impostas aos jornalistas e comunicadores conservadores, por suas características processuais, violam diversos artigos da Constituição e também de tratados como a Declaração Universal de Direitos Humanos e o Pacto de São José da Costa Rica, que protegem a liberdade de expressão e vedam tribunais de exceção. 

Os exemplos são muitos e a perseguição não cessa. Casas invadidas, redes bloqueadas, censura, bloqueio de contas, confisco de bens, cancelamento de passaporte, proibição de contato, entre outras. Nos inquéritos políticos conduzidos em cortes superiores, basta que parlamentares de extrema-esquerda apresentem “relatórios” ou “reportagens” produzidos por pessoas suspeitas e interessadas, acompanhados de listas de pessoas a serem perseguidas, para que essas pessoas sejam privadas de direitos fundamentais. 

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