sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Deputado Gustavo Gayer se manifesta após ter sua casa invadida pela polícia federal a mando de Moraes: ‘viraram jagunços de um ditador’


O deputado Gustavo Gayer se manifestou, pelas redes sociais, pouco depois de ter sua casa invadida pela polícia federal para uma busca e apreensão, em uma operação em que houve quase 20 mandados em diversas cidades.  Gustavo Gayer enfatizou que a operação se dá dois dias antes do segundo turno das eleições, e que se trata de um inquérito sigiloso conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal. O deputado explicou que não foi informado sequer sobre os motivos da operação em sua casa. 

O deputado explicou que o “inquérito” não é digital e que ele só terá acesso, talvez, na próxima semana. E ponderou que, certamente, a velha imprensa terá acesso à narrativa utilizada para justificar as invasões.

Gayer lamentou o papel assumido pela polícia federal, que já foi admirada pelos brasileiros. Ele disse: “Não estou acreditando que essa corporação, que a gente tanto admirou, que a gente tanto tentou proteger, hoje viraram jagunços de um ditador. Sinceramente, esse é o momento que a gente começa a perder a esperança mesmo”.

Dirigindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, o deputado disse: “Alexandre de Moraes: eu não sei se o senhor já percebeu, mas quando manda fazer uma busca apreensão na casa de alguém, essa pessoa é como se recebesse naquele momento o carimbo de honesto, como se aqui, naquele momento ela estivesse recebendo o carimbo de que é uma pessoa idônea, honesta, que luta pela democracia, que luta para libertar o Brasil”.

Gayer prosseguiu: “Então, eu não me envergonho de ter recebido a Polícia Federal na minha casa hoje, mas eu me envergonho das pessoas, senadores que poderiam estar lutando para acabar com essa ditadura e optam por não fazer nada, por fingir que isso não está acontecendo”. Ele lembrou: “a gente está vendo a quantidade de pessoas inocentes hoje no nosso país que estão sendo perseguidas, presas, humilhadas, tort*** até. Quantos mais deputados e senadores serão tratados dessa forma até que algo seja feito?” 

Na conjuntura jurídica atual do Brasil, muitas pessoas estão sendo tratadas como sub-cidadãos e sub-humanos, sendo perseguidas implacavelmente por medidas judiciais invasivas e arbitrárias, sem direito razoável ao contraditório e à ampla defesa, pelo simples motivo de terem manifestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Por expressarem suas opiniões, são alvo de CPIs, de inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, ou são vítimas de medidas arbitrárias como prisões políticas, apreensão de bens, exposição indevida de dados, entre outras.  

O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a advertir, em um pronunciamento, para uma manifestação da subprocuradora Lindôra Araújo, da PGR - Procuradoria-Geral da República - que denunciou o uso da técnica da “fishing expedition” por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A técnica é comum nos inquéritos conduzidos por Moraes contra adversários políticos, jornais independentes e cidadãos que se expressam de maneira crítica contra a conduta de ministros da Suprema Corte. Neste modus operandi, o investigador promove uma devassa em pessoas escolhidas por ele para procurar algum indício ou algum motivo para acusação, em contrariedade ao preconizado pelo Direito, que deveria investigar fatos. 

Em inquéritos conduzidos em cortes superiores, observa-se um procedimento característico: matérias da velha imprensa atribuem um “rótulo” ou “marca” a um grupo de pessoas, e isso é tido como suficiente para quebras de sigilos, interrogatórios, buscas e apreensões, prisões e confiscos. As “matérias” e depoimentos de pessoas suspeitas são aceitas sem questionamento e servem de base para medidas cautelares contra as pessoas “marcadas”. Após promover uma devassa nas pessoas e empresas, no que é conhecido como “fishing expedition”, os dados são vazados para a velha imprensa, que então promove um assassi* de reputações que dá causa a novas medidas abusivas. Conforme vários senadores já notaram, os procedimentos são, comumente, dirigidos aos veículos de imprensa independentes, em evidente tentativa de eliminar a concorrência, controlar a informação e manipular a população brasileira. Os inquéritos são mantidos abertos por tempo indeterminado para continuarem a produzir seus efeitos devastadores sobre as vidas dos investigados, que não têm meios para questionar as decisões. 

Em um inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral, seguindo esse tipo de procedimento, o ministro Luís Felipe Salomão ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, inclusive a Folha Política. A decisão recebeu elogios dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin, e o inquérito passa de corregedor em corregedor, enquanto a renda do trabalho de famílias e empresas permanece confiscada sem base legal.  Após o ministro Luís Felipe Salomão, já foram relatores do inquérito os ministros Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves e Raul Araújo. A atual relatora é a ministra Isabel Gallotti. 

A decisão não discrimina os conteúdos e atinge a totalidade da renda dos sites, com o objetivo de levar ao fechamento dos veículos por impossibilidade de gerar renda. Todos os nossos rendimentos de mais de 20 meses de trabalho são retidos sem base legal. Se você apoia o trabalho da Folha Política e pode ajudar, doe qualquer valor através do Pix, utilizando o QR Code que está visível na tela ou o código ajude@folhapolitica.org. Caso não utilize PIX, há a opção de transferência bancária para a conta da empresa Raposo Fernandes disponível na descrição deste vídeo e no comentário fixado no topo.

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