Os deputados Cabo Gilberto Silva e Marcel Van Hattem denunciaram, da tribuna da Câmara, a perseguição política de que são alvos, tendo ambos sendo incluídos em inquéritos do Supremo Tribunal Federal por manifestações feitas da tribuna do Parlamento.
O deputado Cabo Gilberto Silva alertou: “Hoje, em nosso País, é real a ditadura do Judiciário, em especial, da Suprema Corte. Dissemos isso e provamos aqui por diversas vezes, e muitos Parlamentares fazem cara de paisagem, acham que nada está acontecendo, que estamos em uma normalidade democrática, que isso não vai chegar a nenhum deles. E o STF continua avançando sobre os demais Poderes, em especial, o Congresso Nacional .
Cabo Gilberto Silva mencionou invasões de atribuições do Congresso Nacional e criticou a “cara de paisagem” dos colegas que se sujeitam à ditadura e não defendem a representatividade do parlamento. Ele relatou que o inquérito contra ele foi instaurado a partir de uma fala na tribuna e questionou: “isso é democrático? Isso é legal? Existe democracia onde o Parlamento está sendo encurralado, onde os Deputados eleitos democraticamente estão sendo claramente perseguidos?”.
O deputado leu os artigos da Constituição que prevêem a imunidade parlamentar e as atribuições do Congresso Nacional e disse: “Sabem por que é importante este tema? Porque eu estou lendo a Constituição! Eu estou lendo a Constituição aqui de novo, Srs. Parlamentares! Ela está sendo rasgada, e o Congresso Nacional está sendo omisso!”
O deputado Marcel Van Hattem, falando em seguida, apontou que a intimidação aos deputados “é um ataque à democracia e a este Parlamento”. Ele lembrou que a inviolabilidade parlamentar existiu em todas as Constituições brasileiras, e disse: “E agora o Ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino decide abrir inquérito por provocação da Polícia Federal do Lula, aparelhada, contra nós dois, Deputado Cabo Gilberto, por termos feito sabe o quê? Exercido o nosso trabalho Parlamentar, porque nós denunciamos abusos de autoridade dentro da Polícia Federal. Nós denunciamos desta tribuna, cumprindo com nosso dever, o policial que está agindo à margem da lei, ilegalmente, fazendo relatórios que mantêm pessoas inocentes presas, como foi o caso de Filipe Martins, por 6 meses. E, em vez de investigar as denúncias que nós estamos fazendo, a Polícia Federal do Lula decidiu representar contra nós dois, ou seja, investiga-se o denunciante, e não a denúncia feita contra o denunciado. Isso é uma vergonha e é inconstitucional”.
O deputado disse: “Chega! Chega de o Supremo Tribunal Federal e o Governo Lula atacarem a democracia, atacarem este Parlamento, atacarem o Congresso Nacional! É hora — aliás, já passa dela — de darmos a resposta que os abusadores merecem. Chega! Chega! Chega! Minha solidariedade ao Deputado Cabo Gilberto Silva e a esta Casa, que está sendo atacada neste momento”.
Há tempos, a inviolabilidade parlamentar vem sendo restringida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, sem que o Congresso esboce qualquer reação. Desde o início dos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, parlamentares tiveram seus sigilos quebrados com base em meras narrativas, e foram sendo progressivamente censurados, sob o olhar complacente dos presidentes de ambas as Casas Legislativas. Sem reação do Congresso, a censura avançou ao ponto em que parlamentares passaram a ser banidos de redes sociais, como ocorreu com o deputado Otoni de Paula, e até presos, como o deputado Daniel Silveira. No caso de Silveira, a Câmara dos Deputados foi além de se omitir na defesa das prerrogativas do parlamentar, e aprovou sua prisão por palavras em um vídeo. Após as Casas Legislativas aceitarem passivamente a cassação da fala de parlamentares sob a alegação de terem “extrapolado a atividade parlamentar”, o passo seguinte foi a perseguição a parlamentares por suas falas na tribuna.
A Folha Política vem, há muitos anos, mostrando esses abusos, alertando sobre a ditadura da toga e mostrando as tentativas de reação, bem como a submissão abjeta dos presidentes do Legislativo. Em março de 2019, a Folha Política mostrou o discurso do saudoso senador Arolde de Oliveira, em que ele pedia o impeachment de ministros do Supremo e era solenemente ignorado pelo então presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Relembre.
Todo o faturamento gerado pela Folha Política por mais de 20 meses está bloqueado por ordem do TSE. Ajude a Folha Política a continuar o seu trabalho. Doe por meio do PIX: ajude@folhapolitica.org
Depósitos / Transferências (Conta Bancária):
Banco Inter (077)
Agência: 0001
Conta: 10134774-0
Raposo Fernandes Marketing Digital LTDA (Administradora da Folha Política)
CNPJ 20.010.215/0001-09
-
Banco Itaú (341)
Agência: 1571
Conta: 10911-3
Raposo Fernandes Marketing Digital LTDA (Administradora da Folha Política)
CNPJ 20.010.215/0001-09