segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Deputado Marcon prevê consequências da eleição dos EUA para o STF: ‘Trump não vai fechar os olhos para o que a gente tem vivido aqui no Brasil’


Durante pronunciamento ao vivo pelas redes sociais, o deputado federal Maurício Marcon analisou a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e os prováveis efeitos dessa eleição para o Brasil. O deputado apontou: “até nos estados que votam na esquerda, a direita está crescendo. A gente teve, então, uma eleição realmente arrasadora. (...) É o que a gente tem visto no mundo: uma tendência à direita. As pessoas estão cansadas dessa palhaçada de agenda woke”.

Maurício Marcon apontou: “a esquerda vive uma crise de identidade. O que a esquerda pode oferecer para o cidadão? A gente tem visto aqui no Brasil, por exemplo, a economia ruindo, a inflação disparando, carnes caras, alimentos caros”. (...) Todo mundo sabe que em economia a esquerda é uma tragédia, em segurança, a esquerda é uma tragédia. Em relações exteriores, a esquerda é uma tragédia (...) Então é um discurso realmente que fica difícil de se sustentar”. 

O deputado prosseguiu: “uma das maiores perguntas que a gente tem aí é: os efeitos que isso vai trazer para o Brasil”. Marcon expôs o que se pode esperar da eleição de Trump em relação à situação do ex-presidente Bolsonaro, à economia, ao STF e aos direitos humanos no Brasil. 

Maurício Marcon apontou que Bolsonaro foi convidado para a posse de Trump, mas seu passaporte está apreendido a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele disse: “agora, a gente tem uma uma complicação para o ministro Alexandre de Moraes, porque se ele libera, ele mostra uma fraqueza, coisa que ele não é acostumado a fazer. Se ele não libera, ele cria mais um embaraço internacional muito grave para ele e para os colegas dele”. 

O deputado lembrou: “o Donald Trump, a partir de 20 de janeiro, será presidente dos Estados Unidos. Já se fala em criar um cargo para analisar essas situações de cerceamento de liberdades ao redor do mundo, onde o Brasil seria um dos casos principais que os Estados Unidos iriam avaliar. O próprio Alexandre de Moraes já está bem enrascado. A gente tem, por exemplo, a situação do Filipe Martins”. O deputado lembrou que o ex-assessor de Bolsonaro foi preso devido a uma notícia falsa da velha imprensa, e que posteriormente surgiu um documento, falsificado, simulando sua entrada nos Estados Unidos - o que sequer seria um crime. Marcon disse: “Alguém criou esse documento, depois foi desmentido isso, e o ministro Alexandre de Moraes, mesmo tendo todas as provas de que o Filipe Martins não tinha saído do Brasil, manteve ele preso por seis meses. Então, isso é um claro atentado às liberdades, ao devido processo legal e à questão de direitos humanos. Então eu considero assim, sinceramente, que o mais leve que vai acontecer com os ministros da Suprema Corte brasileira, na sua maioria, é a perda do visto americano e da possibilidade de eles entrarem nos Estados Unidos”.

Maurício Marcon afirmou: “eu acredito que vai se ter uma pressão muito grande no Brasil”. O deputado lembrou que a Venezuela já sofreu sanções dos Estados Unidos, e disse: “as pessoas dizem ‘Ah, mas os Estados Unidos não tem que se preocupar com o Brasil’. Óbvio que vão se preocupar. O Brasil é um parceiro estratégico na geopolítica mundial. O Brasil, com o governo Lula, tem se alinhado cada vez mais ao Irã, a Cuba, à Rússia, à China, a países que não estão alinhados com os interesses americanos. E isso pode e vai com certeza, trazer consequências para o Brasil”.

O deputado disse acreditar que Bolsonaro poderá ir aos Estados Unidos para a posse de Trump, e acrescentou: “e, se já estava longe uma eventual prisão do Bolsonaro, agora está  ultra longe. Bolsonaro será candidato da direita no Brasil em 2026. A gente já vem falando isso há quase um ano, e a gente vinha reforçando que, se Trump vencesse, essa possibilidade, ela aumentaria drasticamente”.

Maurício Marcon reiterou: “sobre o STF, aquilo que eu falei, eu acho que a situação dos ministros da Suprema Corte brasileira se complica bastante. O Trump, ele não é um cara de direita como alguns que se dizem de direita só para fazer os votos da direita. Ele é de direita, ele respeita as liberdades, ele luta por elas e ele não vai fechar os olhos para o que a gente tem vivido aqui no Brasil”. O deputado lembrou que corruptos e criminosos estão sendo soltos enquanto pessoas inocentes estão sendo condenadas a penas absurdas por aberta perseguição política. Ele disse: “a gente vai ter uma situação bem diferente do que é vivido hoje no Brasil, com a ascensão de Donald Trump”. 

Sobre a economia, o deputado alertou que a economia dos Estados Unidos deve se fortalecer, ao passo que a economia do Brasil segue em derrocada. Ele disse: “o dólar deve se fortalecer ainda mais. A gente tem duas situações que corroboram para isso. A primeira é obviamente, a economia americana mais forte - então a gente tem aí a moeda se fortalecendo - , e a nossa economia mais fraca”. O deputado alertou: “se o Lula não cortar gastos já nesta semana, a gente vai ter certamente o dólar batendo a 6 reais (...) Então, a gente tem uma situação bem delicada no Brasil”

Maurício Marcon afirmou: ‘Então as próximas semanas, e o próximo ano, principalmente, serão muito legais. A gente deve ver a queda da inelegibilidade do presidente Bolsonaro. Os índices já combalidos de popularidade de Lula devem diminuir. Acredito que o Supremo Tribunal Federal irá sofrer sanções, inclusive de congelamento de eventuais posses fora do Brasil”. O deputado afirmou esperar que os absurdos vividos pelo Brasil diminuam. Ele citou o caso de um incapaz que vem sendo mantido preso pelo ministro Alexandre de Moraes e disse: “A Procuradoria Geral da República se posicionou pela absolvição dele, a liberação dele. Alexandre de Moraes o manteve preso. Esse é o nível do ministro da Suprema Corte que a gente tem hoje: um cara completamente fora da realidade, do devido processo legal, do mínimo básico de condições de estar no Supremo Tribunal Federal. Então, esse é o nível que a gente está vivendo, e isso sem citar as mulheres que eu já citei para vocês”

Segundo a Constituição Federal, o controle dos atos de ministros do Supremo Tribunal Federal é realizado pelo Senado, que pode promover o impeachment dos ministros em caso de crime de responsabilidade. No entanto, os presidentes da Casa vêm barrando a tramitação dos pedidos, sem consulta ao colegiado. Sem controle externo, alguns ministros do Supremo agem ao arrepio da Constituição. 

Em inquéritos secretos, o ministro Alexandre de Moraes, por exemplo, promove uma perseguição a adversários políticos. Em um desses inquéritos, a Folha Política teve sua sede invadida e todos os seus equipamentos apreendidos. O inquérito foi arquivado por falta de indícios de crimes, mas os dados sigilosos foram compartilhados com outros inquéritos e com a CPI da pandemia, que compartilha dados sigilosos com a velha imprensa. 

Sem justificativa jurídica, o ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, confiscou toda a renda da Folha Política e de outros sites e canais conservadores, para impedir suas atividades. A decisão teve o aplauso e respaldo dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.  Todos os rendimentos de mais de 20 meses do trabalho de jornais, sites e canais conservadores vêm sendo retidos sem qualquer base legal. 

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