O jornal O Estado de São Paulo, que já teve grande credibilidade no passado, publicou um editorial com duras críticas ao comportamento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O texto aponta que Moraes se apressou em chamar para si a investigação até mesmo de um incidente com fogos de artifício, dizendo: “Para surpresa de rigorosamente ninguém, bastaram poucas horas após as explosões na Praça dos Três Poderes para um incontido ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estufar o peito e ostentar as suas credenciais de plenipotenciário guarda-costas da democracia no País. Moraes apressou-se em vincular fatos, associar o homem-bo**** ao 8 de Janeiro e, sobretudo, pontificar contra uma eventual anistia aos golpistas. Ademais, arvorou-se em analista político e, como se tudo isso não bastasse, instrumentalizou sua cadeira de ministro do STF para vender a ideia de que seria o juiz universal da defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil. A sociedade já testemunhou uma história muitíssimo parecida e sabe muito bem como isso termina”.
O deputado Marcel Van Hattem ironizou o editorial, dizendo: “Imprensa que passa pano para censura? Infelizmente, no Brasil, temos”.
Van Hattem disse:
“A crítica do editorial do Estadão a Alexandre de Moraes, mais uma vez, acerta muito na superfície mas é negacionista quanto ao problema mais profundo.
Ao passar pano para a censura nas eleições de 2022 (que se repetiu em 2024) e seguir ignorando os abusos de autoridade e a perseguição política contra opositores de Lula, o jornal mais uma vez adula a tirania.
Os editoriais seguem frouxos contra os poderosos, apesar de tentarem vender outra coisa agora. O Estadão só aborda as feias consequências, mas nega-se a enxergar as monstruosas causas que levaram a essa situação.
Talvez porque teria de admitir que fez parte desse processo. Talvez. Ainda assim, seria muito melhor reconhecer o erro passado e voltar à realidade em lugar de continuar traindo a sua própria história de defesa da democracia, da liberdade e dos direitos humanos mais básicos”.
Outros cidadãos também apontaram a ausência completa de autocrítica do veículo. O procurador Marcelo Rocha Monteiro ironizou: “Da série: “A Bela Adormecida”- Estadão descobrindo que Alexandre de Moraes “usa métodos heterodoxos” (eufemismo é isso aí!). Demoraram menos que a Princesa Aurora - aquela que dormiu cem anos, por culpa de uma bruxa que usava métodos heterodoxos…”
O humorista Marco Bianchi disse: “Não se cansa de ser dúbio o Estadão. Para ampliar o leque de leitores/clientes, dá seta para os dois lados ao mesmo tempo e chega ao disparate de comparar Moraes a Moro. Sim, para eles são iguais o algoz da democracia e aquele que (humanamente) tentou protegê-la da cleptocracia”.
O jurista André Marsiglia apontou: “🚨Sabe por que vai e volta o desejo do STF ser juiz universal da democracia? Porque a crítica da imprensa também vai e volta, não há consistência, há um morde e assopra. O poder só é criticado no Brasil quando se perde por completo, quando o abuso é pequeno, tolera-se”.
O comentarista Lorenzo Ridolfi disse:
“Felizmente, a mídia começa a se posicionar contra a falácia sustentada por Alexandre de Moraes, desafiando sua absurda pretensão de agir como um “juiz universal da democracia”.
No entanto, é impossível ignorar que veículos como o Estadão apoiaram efusivamente essa postura no passado, alimentando uma tirania que agora condenam.
Curiosamente, essa mudança de posição vem sem qualquer mea-culpa ou reconhecimento do erro anterior, deixando evidente a falta de responsabilidade por validarem uma insanidade que contribuiu para os abusos que hoje criticam”.
O investidor Leandro Ruschel apontou:
“O editorial de hoje do Estadão simplesmente não faz sentido.
O jornal faz uma crítica ao ministro Moraes, por conta do "atropelo de ritos processuais e a produção de provas contra suspeitos fora do processo regular", ao mesmo tempo que se coloca contra qualquer anistia aos condenados do 08 de janeiro.
O problema é esse: se o jornal reconhece que esses inquéritos são incompatíveis com o Estado de Direito, ou seja, com a Constituição brasileira, como pode defender que pessoas continuem presas por conta deles?
Quer dizer então que o Estadão defende a prisão de pessoas fora do ordenamento jurídico? O estado de exceção é justificável para perseguir pessoas que o jornal não gosta?
Como é mesmo o nome desse tipo de regime político?”.
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