O senador Jorge Seif Jr. participou da audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado que trata da situação dos presos políticos do ministro Alexandre de Moraes, do STF, quando questionou os absurdos que vêm sendo impostos a pessoas inocentes e exigiu um tratamento ao menos isonômico com o que é concedido a criminosos violentos.
O senador lembrou que hoje, pela manhã, houve mais uma ação do Supremo, contra militares acusados de planejar mais um “golpe de estado”, com detalhes ridículos. Seif disse: “não passa de uma perseguição aos apoiadores do Bolsonaro”. O senador ironizou a criatividade das acusações, dizendo: “falam de crimes impossíveis (...) vai botar pozinho no café de Lula, ou arrastar o Alexandre de Moraes pelos cabelos, quem sabe. Crime impossível”.
Jorge Seif Jr. lembrou que grandes expoentes da esquerda só podem participar da vida pública porque foram contemplados com uma anistia, embora muitos tenham cometidos crimes graves. O senador disse: “anistia é para quem cometeu crime. Mas, se essa é a solução que temos, momentaneamente, que seja. O que não dá mais é pra ver a moça com o ‘batom atômico’ presa”. O senador questionou: “quantos mais Clezões temos que ter?”, referindo-se a Clériston Pereira da Cunha, o Clezão, que morreu no cárcere, sob custódia do Estado, porque o ministro Alexandre de Moraes não se deu ao trabalho de ler pedidos que estavam há meses em sua mesa.
O senador apontou: “Ministério Público Federal, hoje, e nada, é a mesma coisa”, lembrando que a PGR só é ouvida e mencionada quando o ministro Alexandre de Moraes concorda com a sugestão. Seif afirmou: “hoje vivemos uma anomalia”.
O senador lembrou o episódio em que o jurista Sobral Pinto pediu a aplicação da lei de proteção aos animais e pediu que se faça algo semelhante para os presos políticos. Ele disse: “para nós visitarmos o Silvinei Vasques, nós precisamos pedir autorização. Mas bandidos criminosos têm visita íntima todo dia sem problema. Saem pela porta da frente da cadeia. Helicópteros do crime organizado são devolvidos”.
O senador afirmou que quer, para os presos do dia 8 de janeiro, o mesmo tratamento que é dado aos animais, ou “o mesmo tratamento aplicado aos traficantes, aos criminosos”. Seif lembrou: “só quero que a Constituição seja respeitada. Sou legislador, como os demais aqui, e somos fiscais da Constituição. E somos a única Casa que pode pedir esclarecimentos e tomar iniciativas contra os ministros do STF. O que nós queremos é que os presos do dia 8 de janeiro sejam tratados como criminosos normais e que tenham um tratamento pelo menos equiparado ao que os animais de estimação têm”.