A senadora Damares Alves emocionou os participantes da audiência pública, na Comissão de Segurança Pública do Senado, sobre a situação dos presos políticos do ministro Alexandre de Moraes, ao descrever o sofrimento das famílias, em especial da família de Clériston Pereira da Cunha, o Clezão, que morreu no cárcere porque o ministro não se deu ao trabalho de ler o pedido de soltura que ficou por meses em sua mesa.
A senadora relatou como era a vida da família de Clezão, com os pais trabalhando e as duas filhas estudando Medicina, e como tudo isso foi interrompido quando Clezão foi preso. Ela perguntou: “Vocês sabem o que é duas meninas que sonham em ser médicas e mudam completamente?”. Damares prosseguiu: “Você tem ideia do que é a virada de vida, de um homem que não cometeu crime nenhum, e a influência que esse ato teve na vida dessas meninas e dessa mãe? (...) Não foi só a vida do Clezão, mas o sonho de uma família, o sonho de duas meninas”.
Damares Alves disse: “se alguém aprontou, que essa pessoa seja identificada e cumpra a pena que o Ministro quiser dar. Mas Clezão não aprontou. Os presos que estão lá não cometeram crime. Se o senhor perguntar às meninas e à Jane: "Por que estavam lá?". Estavam orando. "Porque o seu pai foi algumas vezes ao acampamento?" Para orar. Essas pessoas estavam orando, elas estavam acreditando. Se alguém usou a fé dessas pessoas, se alguém usou a boa vontade dessas pessoas, tem que pagar, sim. Mas se você perguntar para a família: "Por que o seu pai foi ao acampamento algumas vezes?". Foi para orar. Então, isso é crime? Isso é crime? Um homem inocente ir para um acampamento orar e depois chegar - depois que estava tudo quebrado -, ir para a cadeia e morrer?”
A senadora expôs a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes: “O Ministro Alexandre errou? Errou, Ministro. Reconheça. Dá tempo de o senhor reconhecer que o senhor errou quando não individualizou as condutas. A gente só quer isto, Girão: individualize. Dá tempo de salvar vidas, dá tempo de salvar o Pastor Jorge. Individualize as condutas; dê o benefício da dúvida. Já pagaram o preço... Queria que pagassem o preço? O preço já foi pago. Já foram presos. Acabou Ministro, satisfez o seu desejo. Põe na rua agora e comece a individualizar cada caso”.
Ao comentar o discurso da senadora Damares, o senador Eduardo Girão ponderou: “Só eles sabem a dor; só vocês sabem a dor. Mas podem ter certeza de que não estão sozinhos. Isso que a Senadora Damares colocou é a pura verdade. Não tem um dia em que a gente não pense nessa injustiça e que não se mobilize de alguma forma. Não somos maioria ainda, mas, mesmo minoria, a gente já vê outros colegas que integram a maioria se sensibilizando com o caso. É questão de tempo”.
O senador acrescentou: “A escalada que se vê com esses fatos ridículos, que eles querem jogar para o dia 8, ligar... Nada a ver, absolutamente nada a ver. Todo mundo que tem um neurônio aqui, outro acolá, vê que isso não se sustenta. Mas eles querem reforçar uma narrativa, apenas uma narrativa. Enquanto isso, tem gente sofrendo. Agora, enquanto a gente faz esta audiência, tem gente presa indevidamente no país, sem denúncia”.
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